CAPÍTULO FINAL

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EDWARD ME AJUDOU A ENTRAR no carro dele, tomando muito cuidado com as tiras de seda e chiffon, e as flores que ele acabara de prender em meus cachos elaboradamente penteados.

Quando me acomodou, foi para o banco do motorista e deu a ré pela entrada de carros longa e estreita.

– A que altura exatamente vai me dizer o que está acontecendo? – perguntei, curiosa.

– Estou chocado que ainda não tenha deduzido isso sozinha. - ele me lançou um sorriso de escárnio e minha respiração ficou presa na garganta.

– Já lhe disse que você está muito bonito hoje? – indaguei.

– Sim. - ele sorriu de novo. Nunca o vira de preto e, com o contraste com sua pele clara, sua beleza era absolutamente surreal. Isso eu não podia negar, mesmo que o fato de ele estar usando um smoking me deixasse muito nervosa.

Não tão nervosa quanto com o vestido. Ou o salto agulha, preso apenas por tiras de cetim, eu já havia me recuperado do acidente com o caçador, mas ainda sentia um certo desconforto ao andar com a perna que foi quebrada.

– Alice me transformou numa modelo. – comentei.

Hoje eu passei a maior parte do dia no banheiro enorme de Alice, ela virou uma cabeleireira e maquiadora. Depois ela me colocou num vestido azul-escuro, com babados e de ombros de fora, com uma etiqueta francesa que não pude ler — um vestido mais adequado a uma passarela do que a Forks. 

Nada de bom podia advir de nossos trajes formais, disso eu tinha certeza. A não ser... 

Fui distraída pelo som de um telefone tocando. Edward sacou o celular de um bolso interno do paletó, olhando rapidamente o identificador de chamadas antes de atender.

– Oi, Charlie - disse ele com cautela.

– Charlie? - franzi a testa.

Charlie tem sido... difícil desde minha volta a Forks. Ele compartimentara minha experiência ruim em duas reações definidas. 

Em relação a Carlisle, foi de uma gratidão quase venerada. Por outro lado, ele teimosamente se convenceu de que a culpa era de Edward — porque, se não fosse por ele, eu não teria saído de casa, antes de tudo. E Edward estava longe de discordar dele. Ultimamente eu tinha regras que não existiam antes: toque de recolher... horas de visita.

Alguma coisa que Charlie dizia estava deixando os olhos de Edward arregalados de descrença e depois um sorriso se espalhou por seu rosto.

– Está brincando! - ele riu.

– Que foi? - perguntei.

Ele me ignorou.

– Por que não me deixa falar com ele? - sugeriu Edward com um prazer evidente. Ele esperou alguns segundos.

– Oi, Tyler, aqui é Edward Cullen.

Sua voz era muito simpática, superficialmente. Eu o conhecia muito bem para sentir o tom de ameaça. 

O que Tyler estava fazendo na minha casa? A verdade começou a me ocorrer. Olhei novamente o vestido que Alice me fez usar.

– Lamento se houve algum mal-entendido, mas Kris não está disponível esta noite. - O tom de Edward mudou e a ameaça em sua voz de repente era muito mais evidente quando ele continuou. – Para ser franco, ela não estará disponível em noite nenhuma, pelo menos para ninguém além de mim. Não se ofenda. E lamento sobre sua noite. - ele não parecia lamentar nada. E então ele fechou o celular com um sorriso enorme no rosto.

– Está me levando ao baile!

– Fico surpreso de você só ter reparado nisso agora.

– Charlie também está nessa? - perguntei, desconfiada de repente.

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