𝙲𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝟷

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P.O.V. Sabina Hidalgo:

— EU JÁ CANSEI! ACEITA ISSO! VOCÊ MESMA SABE QUE NÃO VAI DAR CERTO, ATÉ HOJE NADA DEU CERTO MÃE, NÃO VAI SER AGORA QUE VAI DAR.

— Filha, por favor, mantenha a calma! Nós precisamos tentar Sabina, é a nossa última chance.

— Foda-se as chances, eu já tentei milhares de vezes, faz cinco anos que eu tô nessa e não adiantou, não vai ser agora que vai adiantar. Mãe, por favor, só esqueça isso.

— É impossível, literalmente impossível, esquecer isso.

— Então supera! — Bati a porta do meu quarto com força me fazendo fechar os olhos pelo barulho.

Me joguei na cama de bruços e abracei o travesseiro sentindo lágrimas molharem meu rosto.

Bom... Irei explicar a vocês o que estava acontecendo: Meu nome é Sabina Hidalgo, eu tenho 20 anos e com meus 15 anos descobri uma doença. Ela é rara, não sabiam nada sobre ela, começaram a surgir algumas coisas relacionadas a ela quando eu já tinha meus 17 anos. Desde os meus 17 anos – que foi quando começaram a procurar um tratamento para isso – eu tento ir a médicos, clínicas, hospitais, todos os lugares possíveis para fazer algum tipo de tratamento. Mas até hoje nem um deles descobriram, nem um deles sabem como me ajudar. A porra do tratamento simplesmente não existe. Eu só sei de poucas coisas sobre essa maldita doença e eu vou contar o que eu sei. Ela não é transmissível e posso fazer tudo que uma pessoa normal faz. A única coisa que muda é que eu tenho mais dois anos de vida... Ela é mortal. Eu simplesmente sei que vou morrer daqui dois anos se não acharem uma cura ou algum tratamento. Os sintomas dela são simplesmente crises respiratórias, dores de cabeça forte, dores no peito e perda de apetite.

Eu não sei muito sobre, então não vou aprofundar no assunto. Mas o que me deixa mal é saber que, provavelmente, eu vou morrer daqui dois anos, pois não tem cura nem tratamento – não ainda. E eu não estou pronta para isso, não estou pronta para ver meus pais sofrerem, meus amigos sofrerem. Eu não estou pronta para morrer.

Essa discussão com minha mãe só me deixou mal e trouxe um dos sintomas da doença, crise respiratória. Eu estava deitada, abraçada no travesseiro enquanto tentava manter a calma, não queria surtar agora, não queria entrar em pânico agora, eu simplesmente não queria isso. Mas era mais forte que eu.

+1 pra conta...

(...)

— Você está bem? — Assenti tomando o remédio que minha mãe havia me entregado. — Sabe que é pra me chamar quando sentisse alguma coisa Bina, eu vou te ajudar, filha.

— Mãe eu tô cansada disso. — Deixei o copo – agora vazio – em cima da mesinha de cabeceira. — Eu estou cansada em ter que ficar sob os cuidados seu ou do papai. Eu só queria viver minha vida, normalmente... Queria poder sair, fazer amigos, me relacionar. Ter uma vida normal. Eu não tive uma adolescência normal e não estou tendo uma vida adulta normal... Era apenas o que eu queria.

— Filha, você precisa aceitar ir à clínica...

— Mas vamos ter que viajar, eu não quero sair de casa de novo, chegamos ontem.

— Mas é preciso. Por favor, filha. Dá um voto de confiança para a doutora ou doutor, precisamos aceitar todas as chances possíveis e aproveitar que o dinheiro não é problema. Pensa bem. — Ela beijou minha testa e saiu do quarto.

Suspirei sentando na cama e encostando na cabeceira. Peguei meu celular e entrei na conversa com meu melhor amigo.

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Última Chance - SibinaOnde histórias criam vida. Descubra agora