Aquele cara tinha uma arma, e ele sabia como usar. Ele queria me utilizar como alvo... Eu ainda não acredito que fugi.
Graças a Deus, ou a qualquer outra coisa, eu não fui seguida. Esse beco é seguro, eu acho. Tá chovendo e de noite, com certeza ninguém vai vir aqui. Eu pensei...
Escutei uma moto estacionando, e rezei pra ser qualquer coisa, menos aqueles caras.
Eu estava escondida atrás da caçamba de lixo, pequena como sou, me escondo fácil. Mas eu estava curiosa pra saber quem era, então olhei pela fenda entre a parede e a caçamba... Ótimo, era uma mulher, de jaqueta de couro e calça preta, de cabelos ruivos presos em uma trança.
Não vou me atrever a falar nada, não a conheço, e se for mandada pelo Jacob para me buscar? Apesar que nunca a vi naquele lugar. Enfim, vou ficar quieta, até ela ir embora.
- Eu já te vi! - ela falou, era uma voz doce, mas o meu medo falou mais alto - Ei, não se preocupe, eu não vou fazer mal.
Ótimo, ela está tentando conquistar minha confiança... Eu vou morrer.
Eu fechei os olhos, não queria olhar diretamente para os olhos da minha assassina. Eu a senti chegar perto e não ouvi mais nada, mas senti ela na minha frente.
Abri lentamente os olhos e a vi em pé, me olhando, com os braços cruzados.
- Como eu disse, não vou te machucar - ela repetiu, e agachou - oi, como você se chama?
- Alejandra. - eu respondi, olhando naqueles olhos verdes, eu pude sentir a verdade, ela não ia me machucar.
- Alejandra, sem sobrenome? - ela perguntou, mas eu neguei com a cabeça. O que não era mentira, eu realmente não tinha sobrenome, Jacob achava que apenas Alejandra estava bom, e que ninguém ia se importar com o resto.
- V-você vai m-me m-matar? - eu gaguejei, em uma mistura de medo e frio.
A moça negou, e me estendeu a mão e falou
- Vem comigo, tá fazendo frio... Você vai acabar adoecendo.
Como ela estava tão próxima, e não me matou, eu confiei nela. Eu subi na moto, e fomos embora dali.
Eu nunca fiquei grata por encontrar uma pessoa desconhecida.
Quando chegamos na casa dela, ela me deu uma toalha, e algumas roupas, e me mandou tomar um banho quente.
Eu obedeci, e quando saí do banheiro, havia comida na mesa.
- Está com fome né? - ela falou com um sorriso meigo no rosto, mas eu neguei e ela me retrucou - Não está? Com esse brilho no olhar por ver um simples hambúrguer? Vem comer, Ale.
Ela riu, e eu novamente a obedeci. E ela estava certa, eu estava morrendo de fome. Eu não havia comido nada o dia todo...
Me toquei que ela me chamou de Ale, eu me senti acolhida, por mais tosco que fosse. Eu só era chamada de encosto, problema, atraso... Jacob é um pai tão bom quanto chutar uma parede de concreto.
- Posso te perguntar umas coisas? Você tem a liberdade de responder ou não. - ela começou o interrogatório, mas como ela me salvou eu resolvi responder.
- Claro, mas antes, qual é o seu nome?
- Natasha Romanoff. - ela respondeu, e eu fiquei encantada, ela tinha um sobrenome - podemos começar?
Eu fiz sim com a cabeça, enquanto comia o hambúrguer.
- Porquê você estava na chuva e sozinha?
Eu engoli, e respondi.
- Eu estava fugindo de um amigo do meu... Do meu... Do Jacob.
Eu não consegui dizer que era meu pai.
- Ok, quem é Jacob?
Ela me perguntou, e eu abaixei a cabeça e murmurei
- meu pai.
- Ah, entendi... Sem tocar mais nesse assunto. - ela disse, já mudando a pergunta - Quantos anos você tem?
- 9.
- Caramba, o que o amigo do seu pai queria com você? Não é o que eu tô pensando né?
- Eu não sei o que você está pensando... Ele estava bebendo com o meu pai, e tava com uma arma... Ele queria me usar de alvo, porque ninguém encontrava o boneco alvo de Jacob...
Eu respondi e ela ficou paralisada, parecia que estava lembrando de alguma coisa.
- Você tem mãe?
Eu neguei com a cabeça.
- Ale, eu não tenho muito a te oferecer. - ela começou a falar, e eu comecei a ficar com medo do que poderia vir - Mas para aquele sujeito, você não volta. - pera, ela tava me salvando? - Você quer ficar comigo? Eu juro que vou proteger você.
Eu assenti com a cabeça e comecei a chorar. Ela me deu um abraço e disse.
- Amanhã vamos embora da Alemanha, e posso estar sendo precipitada, mas quando eu te vi naquele beco, eu senti uma coisa completamente nova... Porém é boa!
Eu não entendi, mas ela foi minha heroína, eu só posso ser grata a ela por toda eternidade.
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O Legado
FanfictionAlejandra Romanoff, filha adotiva de Natasha Romanoff, a viúva negra. Nat encontrou Alejandra em um beco escuro, em meio a uma chuva, na Alemanha. Ale tinha apenas 9 anos, e estava com medo, com fome e traumatizada. Então ela a levou para casa, mesm...