Amor é para criança

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Acordei no hospital, segundo a Yelena, depois de três dias. Ela ficou comigo todo esse tempo, já que ela era familiar, mas o restante do pessoal estava na sala de espera, inclusive o James.

- Eu não quero falar com ninguém, Ye! - revirei os olhos.

- Nem o James? Ele está muito preocupado...

- Principalmente ele.

- É, ele contou que pisou na bola, e falou coisas pra você. Mas...

- Yelena, não!

Ela assentiu, e saiu do quarto. Eu fiquei olhando para o teto branco e iluminado... Eu odeio luz.

Fiquei pensando na vida, no que eu ouvi na missão até que que voltei para órbita ouvindo um bafafá na porta do meu quarto

"...Eu sei que comigo ela vai falar..."

- Oi Alê! Me desculpa, mas eu entrei mesmo e nao tô nem ai.

Sam se aproximou, e deu aquele sorriso fofo que só ele tinha.

- Eu percebi, Samuel! - eu bufei - O que você quer?

- Falar com você.

Revirei os olhos, mas concordei, já que sabia que a teimosia dele não ia deixar com que ele saísse do quarto.

- Você está bem?

- Bom... - eu dei uma pausa - Estou numa cama de hospital, porque eu tomei um tiro.

- Você sabe do que eu tô falando, Alejandra

- Acredite, eu estou bem - juntei as mãos ao peito.

Eu já sabia que ele estava se referindo ao James desde o princípio, mas eu fiz de sonsa. Eu não queria falar sobre ele, eu sei que provavelmente os dois conversaram, mas eu não queria falar. Sam tinha o dom de dar conselhos e reconciliação.

- Eu falei com o Bucky, ele... - eu não disse!? Mas eu o interrompi.

- Não quero saber. Se quiser ficar no quarto, não cite o seu amigo, ok!?

- Está bem, eu só...

- Samuel...

Ele levantou as mãos em rendição, e então mudou de assunto. Falamos sobre a missão, e depois sobre coisas aleatórias. Era bom falar com ele, um ótimo amigo, meu melhor amigo.

Então voltamos a falar sobre Barkov...

- Ele achou que você ia morrer, logo você! - Sam sorriu

- Ele podia estar certo... - ele me olhou espantado - Enfim, Sam, eu quero descansar, você se importa?

Ele negou. Se direcionou até a cabeceira da cama, me deu um beijo na testa e foi pra porta, mas antes de fechar a porta, soltou

- Você é a minha melhor amiga favorita, eu te amo tá!?

Eu olhei pra ele, e mandei um beijo, então a porta se fechou.

Fiquei mais algumas horas pensando, até que cai no sono.

- Alejandra, você não pode se isolar.

- Mãe, eu não aguento mais.

- Você aguenta, você é forte. Você é muito especial.

- Eu percebi que estou sozinha, eu não posso sobrecarregar a Yelena e o Bucky...

- Meu bebê, não pensa nisso.

- Amor é para criança, como você mesma já disse...

Ela me abraçou fortemente, até que

"...Alejandra, acorda..."

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