II

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Desembarquei sem vontade e peguei todas as minhas bagagens, que eram apenas três malas. (muito né?)

Avistei o homem de barba por fazer e cabelos ralos e abri um sorriso enorme.

Meu pai segurava uma placa rosa escrita "Thays, amor do papai" e arregalou os olhos de alegria quando me viu.

- Filha! - Antônio me deu um abraço apertado com apenas uma das mãos e eu me aconcheguei nos braços dele por alguns segundos.

- Que saudades que eu estava de você.

- Eu também meu amor, eu também. - Antônio limpou as lágrimas intrusas que ameaçavam a cair em seu rosto e me ajudou com as malas até o carro.

- Olha, você tem um carro! - comentei alegre.

Meu pai assentiu sorridente e eu pude notar o quão branco os dentes de Toni estavam, assim como suas roupas, o quão novas eram, e sua aparência, que estava ligeiramente jovial.

- Ta gato hein, pai. - ri.

- Gostou filhota? - Antônio sorriu de canto enquanto dava a partida no carro. - Papai mudou bastante depois que se separou da sua mãe - ele comenta com uma expressão mais séria agora.

Apenas arqueio as sobrancelhas em resposta e decido ficar apreciando a paisagem carioca em silêncio.

- Chegamos. - Meu pai fala assim que estaciona o carro em frente de uma casa azul ciano.

Uau! Parecia uma casa incrível. Se já é grande e bonita por fora, imagine por dentro?

- Que casa linda, pai.

Antônio sorri e nós começamos a pegar as malas de dentro do carro.

- Então filha... - Meu pai diz, hesitante.

- Que foi? - pergunto enquanto ajeitava a alça da única mala que eu segurava.

- Eu não moro sozinho. - ele avalia minha reação, e eu me esforço ao máximo para não fazer uma cara de decepção. - Sua mãe lhe disse isso né? - ele perguntou quando eu não respondi.

Ótimo! Tudo o que eu queria era dividir casa com alguém além de meu pai.

Tatyanna podia ter me dito esse pequeno detalhe quando ligou para meu pai para lhe contar que eu iria ter de morar com ele.

Mas ela com certeza escondeu o jogo.

- É... Não, ela não me disse. - fiz uma cara de despreocupada enquanto brincava com a alça da mala.

- Santa Tatyanna! - Antônio resmunga irritado.

- Relaxa pai.

Relaxa nadaaa!

Entramos na casa. E... Uau! Era realmente linda!

A sala era magnífica e haviam apenas poucos móveis no cômodo, o tornando maior ainda.

- Vou deixar suas malas aqui e vou pegar um presente que comprei pra você na cozinha. - meu pai disse sorridente e correu até a cozinha.

- Humm, presente. - Murmurei feliz.

Adorooo!!

Me sentei no sofá e esperei pacientemente enquanto admirava mais a sala da casa do meu pai.

A porta da frente se abriu e eu me virei para ver quem era.

Um par de olhos escuros me encararam e os lábios do garoto se comprimiram ao me ver.

Ele estava vestido com um jeans escuro, tênis e camisa social. E confesso que o que ele fez a seguir me irritou.

- Aff, chegou a garota que vai acabar com a minha privacidade.

Os Filhos Da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora