XV

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A respiração dele se encontrou com a minha e ele sorriu com minha reação levemente histérica.

Matheus me beijou com um pouco de urgência e eu senti suas mãos agarrarem meu cabelo.

Meu corpo sofreu um leve arrepio, mas eu correspondi ao beijo com intensidade. Matheus sorriu e desceu seus lábios para o meu pescoço, depositando pequenos beijos e alguns chupões.

Fechei os olhos e soltei um pequeno gemido com a sensação. Matheus pareceu gostar da reação e continuou.

Gente! O que estou fazendo?

- Para! - pedi me desvencilhando dele.

Matheus comprimiu os lábios e fez uma cara de decepção.

- Quê que foi?

Tentei estabilizar minha respiração, e quando consegui pedi para ele sair.

- Ah, qual foi garota? Tu tava se amarrando que eu sei. - ele reclamou com um pouco de raiva.

- Estava, não estou mais, sai!

- Essas porra fica de cú doce... - ele resmungou irritado, pegando sua bermuda e saindo do meu quarto.

Revirei os olhos e suspirei fundo.

Cada uma, viu?

- Hora do jantar Thays.

- Ok Regianne. - gritei para a ruiva antes de sair do banho.

Peguei um cropped preto, um shorts jeans e um chinelo qualquer. Passei uma sombra leve no rosto, prendi meus cachos em um choque despojado e rumei pra cozinha.

- Sério que tu passou maquiagem pra jantar?

Encarei Gabriel com tédio e forcei um sorriso.

- O rosto é meu, a maquiagem também.

- Toma! - Regianne sorriu.

Gabriel assentiu em desgosto e Matheus chegou à mesa logo em seguida.

- Hoje é dia. - comentou Gabriel quando Antônio e Regianne foram pro quarto.

- Ah, eu sei, vi as camisinhas na gaveta do quarto dele. - Matheus deu de ombros.

Eu observava a conversa dos irmãos com tédio até Gabriel me mencionar.

- Thays que vai adorar, ouvir gemidos a noite toda. - ele riu.

- Não tem coisa melhor sabia? - ironizei.

Os irmãos riram e eu fui pra sala assistir um filme.

Não queria ir pro meu quarto nem tão cedo. Ouvir meu pai transando com Regianne era a última coisa que eu queria pra hoje.

Coloquei num filme de romance e fiquei prestando atenção no que se passava na tela.

- Romance, sério? - ouvi Matheus resmungar e se sentar ao meu lado no sofá.

- Se não quiser ver é só sair. - respondi sem paciência.

- Calma estressada, eu vou ver contigo. Posso?

Dei de ombros murmurando um "tanto faz" e prestei atenção na televisão.

Gabriel passou por nós dizendo um "boa noite" seco e indo pro quarto.

- E aí, me conta mais sobre você. - Matheus puxou assunto depois de um tempo.

Encarei o garoto com uma expressão entediada e murmurei:

- O que quer saber?

Ele pensou um pouco e deu de ombros.

- Ah, sei lá, idade, o que gosta de fazer, sonhos, medos... essas coisas.

- Dezessete. Dormir. Me tornar uma médica, e não conseguir ter o futuro que eu quero. - Listei com os dedos.

Matheus concordou calado e sorriu depois.

- Sua vez. - eu disse.

- Vinte anos, amo andar de moto, quero me tornar um grande engenheiro e tenho medo de perder quem eu amo. - ele disse de modo casual.

Isso foi bem interessante vindo dele. Pensei que nesse cérebro não saía nada de útil.

Os Filhos Da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora