VII

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BOCHECHA???

SÉRIO??

Affs!

Me desvencilho dele com um pigarro e vou correndo pro meu quarto.

Gentee, o que foi isso?

Suspiro fundo e pisco atônita. Me cubro até a cabeça e fico ali, tentando me esconder do mundo.

É, eu estava envergonhada!

Eu sou idiota demais, pensei que ele ia me beijar.

Não que eu quisesse, mas...

Mentira, eu queria sim. E queria MUITOOO!!!

A porta do meu quarto se abre e eu descubro o rosto para ver quem é.

- Ah, oi Regianne. - forço um sorriso ao ver minha madrasta com algo nas mãos.

Ela estica os braços e eu pego a sacola.

- O que é isso?

- É seu uniforme escolar. - ela diz. - Suas aulas começam na segunda.

Hoje é sexta. Ufa!

- Ah, obrigado. - sorrio e vejo a ruiva sair do quarto, deixando a porta do jeito que encontrou: fechada.

Pego meu celular novo e resolvo transferir os contatos do aparelho antigo para esse. Levo um bom tempo mas enfim termino.

Disco o número de minha mãe e espero Tatyanne atender.

Depois de ligar quatro vezes e todas essas caírem na caixa postal eu desisto.

Credo, parece que nem tem mais filha.

Suspiro decepcionada e me assusto quando a porta do quarto se abre num rompante.

- Eii... - reclamo ao ver Matheus passar por ela e se sentar em minha cama. - E se eu tivesse trocando de roupa? - reclamo.

O garoto me encara com um sorriso safado e seus olhos percorrem meu corpo de modo malicioso.

- Nada que eu nunca tenha visto.

- Affs, o que você quer? - indago revoltada.

- Eu quero muitas coisas garotinha. - Matheus me encara com os olhos brilhantes e eu me seguro para não falar nada insensato.

- Tipo?

- Você.

Vejo Toni no corredor e abro um largo sorriso, ignorando o garoto a minha frente e indo até meu pai.

- Pai! - o abraço de modo apertado e o vejo retribuir fraquinho por conta de sua sonolência.

Ele e Regianne haviam sido os últimos a acordar por conta da noite agitada lá no quarto deles.

E eu tive que ouvir TUDO!

Puta que pariu...

- Tay! Dormiu bem?

Assenti.

- Sim.

Matheus apareceu no batente da porta do meu quarto e Antônio o encarou de soslaio.

- O que ele tava fazendo aí?

- É...

Então... Não sei.

- Eu estava falando pra Thays que ela vai estudar na mesma escola do Gabriel. - Matheus disse de modo seguro.

- Vou?

O moreno assentiu e eu dei de ombros.

- Tanto faz.

- Cadê o Gabriel? - pergunta Antônio.

- Sei lá onde ta aquele idiota. - Matheus abre a porta do quarto que ficava de frente para o meu e nega com a cabeça. - Minha mãe fez café da manhã pra tu.

Meu pai sorri e vai para a cozinha.

- Não vejo a hora... - comenta Matheus.

- De quê? - pergunto curiosa.

- De você conhecer a minha cama, gatinha.

Matheus me encarou e deu uma piscadela antes de entrar no quarto dele, que ficava de frente para o quarto do meu pai.

Fiquei parada no corredor assimilando suas palavras e caí na gargalhada logo após.

- Garoto maluco, to dizendo...

Os Filhos Da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora