VIII

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- O que vocês querem fazer hoje? - perguntou Regianne depois de chamar todos para a sala antes do jantar.

- Um sexo seria uma boa. - Matheus comenta com um sorriso safado nos lábios.

Meu pai o encara de modo afiado e o menino sustenta o olhar de Antônio, e Regianne apenas estala a língua em desaprovação.

- Que tal nós vermos um filme? - propõe meu pai.

- Ah, filme não, namoral. - Gabriel resmunga com uma careta.

- Você tem algo em mente Tay? - Pergunta Toni.

Hmm, dormir? Kkkkk

- Ah, sei lá, que tal jogarmos algum jogo?

Eu sei que é uma péssima idéia.

- Parece uma boa - Gabriel comentou.

- Verdade ou desafio? - Disse Matheus casualmente.

Ótimo, odeio esse jogo cara. Sempre são perguntas que eu não posso responder e desafios que eu não quero cumprir.

Mas não posso nem reclamar né, fui eu quem propus a praga do jogo.

- Pode ser. - Concordou Regianne.

Os meninos foram arrumar garrafa lá na cozinha, e meu pai, Regianne e eu ficamos esperando no sofá.

- Achamos.

- Ouçam, fundo da garrafa pergunta, e bico da garrafa responde - comenta meu pai.

Logo formamos uma roda e começamos a girar a garrafa.

Bico da garrafa virado para Gabriel, fundo virado para Regianne.

- Qual o nome da garota que você anda saindo ultimamente? - a mãe pergunta de modo sutil para o filho.

Gabriel pensa um pouco e logo diz:

- Verdade. Qual das três?

Todos riem.

Caralho, logo três?

Quem pode, pode né...

- Diz logo... - Regianne apressa.

- Ta bom - o moreno sorri. - Ingrid, Nicole e Mariana.

Safado filho da puta...

Reprimo um sorriso e observo quando as mãos grandes e ágeis do Gabriel giram a garrafa.

Bico virado para Regianne,
Fundo virado para mim.

- Hmm... - penso um pouco.

O que eu poderia perguntar pra ela?

- Não temos a noite inteira...

Mostro a língua para Gabriel e encaro Regianne.

- Qual o seu maior medo?

A ruiva me encara pensativa e sorri.

- Verdade. Tenho medo de perder isto aqui - ela aponta para nós, pra roda formada no meio da sala, dos sorrisos e reviradas de olho, das implicâncias uns com os outros.

Eu queria que minha família fosse assim.

E digo minha família mesmo, com minha mãe, meu pai e eu.

Regianne gira a garrafa.

Bico virado para mim, ponta virada para Matheus.

O garoto ao meu lado me encara sorridente e coça a cabeça.

Lá vem merda...

- Me fala o nome do garoto com que tu teve a tua primeira vez. - ele provoca sorridente.

WTF??

Eu não vou responder isso mas nem fudendo.

Nop nop nop.

- Ô rapaz, isso é coisa que se pergunte a minha filha seu filho da...

- Antônio! - Vocifera Regianne.

- Você viu o que ele disse? - Meu pai se defende.

- Ihh, pronto. Estragaram a porra da brincadeira - diz Gabriel claramente desinteressado no que se passava.

Eu não podia dizer o nome do garoto porque eu sou virgem.

E também não queria dizer que sou virgem na frente deles.

Affs!

Te odeio Matheus.

- E aí doida, vai responder ou não? - Matheus volta a me encarar, esperando por uma resposta assim como os outros três rostos que me encaravam atentamente.

Os Filhos Da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora