XI

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Gabriel voltou com duas cadeiras e um guarda-sol. Os ajeitou no chão ao meu lado e estendeu uma cadeira para mim.

Percebi que ele me dava alguns olhares furtivos, principalmente pelo meu corpo.

Bom, eu não tinha o corpo que queria, mas não era nada mal pra dezessete aninhos.

- E você, vai ficar sem cadeira? - perguntei pro moreno que encarava as pessoas pela praia.

Encarava as meninas pra ser mais exata.

- Hum? - Gabriel me olhou desinteressado e eu comentei um "deixa pra lá".

Matheus voltou para perto de nós e colocou sua cadeira ao meu lado.

- Já chamei o doidão pra cá.

Fiquei sentada na cadeira de modo relaxado e apenas encarava as pessoas que circulavam por aí.

Um garoto alto e com cabelos pretos me chamou a atenção por seu rosto bonito e seu corpo escultural. Ele estava vestido somente com uma cueca boxer branca e tinha um óculos ajeitado em sua cabeça.

Meus pensamentos foram me levando a coisas inapropriadas para se fazer com o garoto e eu lutei para me recompor quando vi que ele se aproximava com um sorriso.

- E aí seus babacas? - O menino bronzeado encarou os meninos ao meu lado e depois seus olhos pousaram em mim.

- Tu é ficante de qual dos dois?

Franzi a testa e neguei.

- De nenhum deles. Sou apenas...

O que eu sou deles?

- É a nossa irmãzinha mais nova Patrick. - Disse Matheus com um sorriso e depois levantou para cumprimentar o amigo com um "toca aqui".

- Não sou irmã de vocês. - Protestei.

Patrick me encarou com um ar natural e forçou um sorriso de canto antes de puxar Matheus para longe de nós.

- Argh, eles vão fazer isso de novo... - Resmunga Gabriel, que até então varria os olhos em busca de alguém na praia.

O moreno se sentou na cadeira vaga ao meu lado deixada por seu irmão e estalou a língua.

- O que eles foram fazer? - Perguntei vendo os dois caras bronzeados se afastarem para perto do mar.

- Foram dar em cima das mina, como sempre.

Gabriel sacudiu a cabeça de forma negativa, fazendo seus fios se bagunçarem e lhe darem um aspecto sensual, como se ele tivesse acabado de acordar.

Tudo nesse menino era uma tentação, puta merda!

- Que forçado. Eles são tão caras de pau assim?

- São. - Gabriel assentiu em desgosto. - Eu por exemplo - ele continuou. - Não preciso dar em cima das mina.

Até porque elas que devem dar em cima de você!

ENTENDERAM? DUPLO SENTIDO!!

Ai parei...

- Eu acho isso forçado, sei lá.

Gabriel me fitou e sorriu.

- Forçado é o beijo que eu vou te dar, doidona.

E seus lábios encontraram os meus na velocidade do flash.

Gabriel mantinha nossas bocas grudadas enquanto eu sentia que ele saía de sua cadeira e me tirava da minha, nos puxando para sentar na areia.

As mãos de Gabriel repousaram na base de meu pescoço com os polegares na minha bochecha, enquanto eu posicionava as minhas em seu ombro.

A língua do garoto pediu passagem e eu cedi, saboreando o incrível gosto de menta que ele tinha.

O beijo era lento e doce, Gabriel mantinha suas mãos firmes em meu rosto e eu começava a enlaçar meus braços ao redor do pescoço do moreno quando uma voz feminina e histérica fez Gabriel se desvencilhar de mim imediatamente.

Os Filhos Da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora