A Esperança - Os Copeland

Susto

April Jones

Saio do banheiro ajeitando o short de moletom que trouxe para o apartamento de Dean, passo pelo quarto no maior cuidado enquanto ele ainda está jogado na cama e saio no corredor.

Meus pés tocam o chão frio e ajeito a blusa de botão que peguei de Dean, entro na cozinha e abro a geladeira para pegar a caixa de leite.

Coloco ela em cima da bancada e abro o armário para pegar uma tigela, Nate está sempre comprando cereal e sempre tem daqueles coloridos aqui.

Levanto o olhar e dou um grito agito quando vejo uma mulher de costas entrando na cozinha, ela grita também e bato minhas costas na borda da bancada.

-April!- Dean vem correndo.- April?

-Não foi nada.- balanço a mão quando ele passa pela mulher e afasta meus cabelos do rosto.- Eu me assustei.

-Desculpa, eu fui entrando sem olhar.- ela fala baixo enquanto coloca os cabelos para trás.

-Meu Deus.- Dean respira fundo e parece recuperar a respiração.

-Que gritaria é essa?- Nate aparece na porta da cozinha terminando de vestir a blusa.

-Ela apareceu e eu me assustei, achei que não tinha ninguém aqui além de eu e Dean.- explico.

-Ah.- ele olha para a garota e então para nós.- Quer terminar?

-Quero.- ela passa por ele.

Observo os dois desaparecerem e ouço a batida da porta, rio pegando a tigela e colocando o leite enquanto Dean cruza os braços em cima do peito nu.

-Eu vou mijar.- ele suspira beijando minha cabeça.

-Não precisava falar.- alcanço o armário dos cereais.

Ele ri e pego o colorido, abro e vejo que está na metade, coloco um pouco no leite e pego uma colher. Arrasto o banco e me sento com os olhos fechados.

Ainda estou meio área e o susto não me acordou muito, passo a mão pelos meus cabelos enquanto mastigo o cereal e tento relaxar.

Preciso ir no tribunal hoje para acompanhar um processo com meu chefe, então eu já só ficar escrevendo observações enquanto ele se gabava com provas que eu tinha arranjado.

Ouço algo e abro os olhos vendo Dean pegar uma tigela e sentar ao meu lado fazendo a mesma coisa. Ficamos comendo em silêncio e eu olho para o relógio em cima da geladeira.

-Preciso ir cedo hoje.- coloco a tigela e a colher na pia.

-Por que?- ele faz bico.

-Eu tenho um caso hoje.- sorrio.- E você tem a reunião do Ethan, lembra?

-Sim.- ele suspira.- Ele me mandou mensagem, vai voltar com Harper para casa e ela vai ficar de cama por mais uma semana.

-Mas ela e o bebê...

-Estão bem.- ele assente.- Nate iria ficar cuidando do meu lugar, se ele saísse do quarto.

-Ele vai sair. Um dia.- sorrio beijando os lábios de Dean.- Mas agora eu preciso ir.

-A gente fica na cobertura hoje.- ele me puxa e sento no colo dele.- Vamos usar a banheira.

-Vamos?- sorrio quando ele morde meu pescoço.

-Vamos.- ele beija minha bochecha e eu o encaro.- Você tem que ir?

-Eu tenho que ir.- beijo os lábios dele mais uma vez.- Te vejo mais tarde.

-Claro.- ele me solta e eu saio da cozinha.

Passo pelo quarto de Nate e ouço os gemidos daquela menina, eles parecem estar aproveitando muito bem. Respiro fundo e entro no quarto de Dean.

Junto minhas roupas e foi até o banheiro, ainda bem que tem algumas coisas da minha maquiagem aqui da última semana, dá pra dar um jeito no meu rosto para eu não parecer um zumbi.

♥︎

Dean Copeland

Estou ouvindo um cara falar sobre as ações que estão crescendo, faço o trabalho que Ethan faz. Escrevo algumas coisas e observo todos os dados para repassar para ele depois.

A reunião acaba e eu começo a juntar os papéis, assim que me levanto uma mão toca meu ombro e me faz sentar na cadeira. Levanto o olhar para ver quem eu não queria ver nem morto.

-Sheila.- comprimo os lábios.

-Você não aparece faz tempo.- ela sorri.- Sentiu falta de mim?

-Não, meu irmão não podia....

-O que importa é que está aqui.- ela senta no meu colo e eu tento me levantar.- Qual é, Dean. Você pode transar com quantas quiser, mas depois vai querer voltar pra mim.

-Eu tenho namorada.- explico.- Então é melhor sair do meu colo...

-Namorada?- pergunta rindo.- Dean Copeland namorando?

-É, agora sai de cima de mim.- tento me levantar e ela me empurra de novo.- Sheila, eu não quero....

-Você vai querer.- ela se inclina para me beijar.

A porta da sala de reunião abre e nós dois olhamos para o lado, April arregala os olhos e derruba os copos de café no chão. Eu empurro Sheila e ela cai no chão enquanto me levanto.

-April.- começo a me aproximar.- Não é isso...

Ela está respirando rápido e lágrimas correm por suas bochechas, eu estendo a mão para tocar seu braço e ela dá um passo para trás. Meu coração para quando vejo ódio nos olhos dela.

-Não, April, não.- balanço a cabeça.

-Seu desgraçado.- ela passa pela recepção.

-Não é isso!- eu grito e várias pessoas olham.- Ela sentou no meu colo e eu já sair!

-Ia mesmo, Dean?- April aperta o botão do elevador várias vezes.- Por que vocês pareciam bem próximos, porra!

-Eu já fiquei com ela, mas é passado.- explico enquanto ela aperta.- April, se acalmar, por favor...

-Não toca em mim.- ela me empurra e bufo.- Realmente achei que você tinha jeito, mas parece que sempre é a mesma merda...

-Não.- seguro o elevador quando ela entra.- Por favor, April, você não tá nem me deixando explicar.

-É por que eu não quero ouvir suas desculpas de merda.- ela me empurra e aperta um botão.

Vejo ela se abraçar e quando estou voltando para segurar o elevador não dá tempo, bato meu punho contra o metal e encosto minha cabeça na mão.

-Que merda.- murmuro me afastando.- Que merda...

Olho para trás e Sheila está com um sorriso contido, olho envolta e vejo as pessoas me observando. Caminho furioso até a sala de reuniões e pego minhas coisas, Sheila começa a se aproximar.

-Parece que não tem mais namorada.- ela me observa.- Agora podemos nos divertir?

-Vai se foder, Sheila, eu nunca bati em uma mulher mas se você continuar me irritando eu vou perder a cabeça.- a encaro e ela arregala os olhos.- Desaparece da minha costa antes que eu use a minha parte da empresa pra acabar com a sua carreira.

Passo por ela e vou na direção do elevador, preciso achar April e preciso resolver isso tudo antes que fiquei pior. April está com raiva agora, mas ela vai ter que me ouvir.