Irritação

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April Jones

Tiro as pastas uma por uma e bato elas contra a mesa, o som ecoa pela biblioteca e faz as pessoas olharem feio para mim. Mas todo mundo para de olhar quando dou minha própria cara feia.

Estava tão irritada que quando tomei o meu café e esqueci de botar açúcar quase joguei ele em alguém. Claro que eu tinha que controlar, minha raiva só devia ser direcionada para uma pessoa.... Dean.

Aquele filho da mãe achava que eu queria apenas ficar transando? Quem é que saia de um noivado para transar sem compromisso nenhum?

Bufo com raiva e bato mais uma pasta na mesa, estou com medo de que eu quebre a mesa e tenha que pagar, então respiro fundo e ajeito as mechas soltas do meu rabo de cavalo.

Pego as pastas importantes e organizo dentro da pasta, meu chefe queria ver esses casos para ver se tem algo igual com o que pegamos agora. Então eu era quem tinha que pegar.

Fecho a caixa e começo a sair deixando meu número caso eu não devolva em uma semana, desço as escadas e sinto o sol batem em meus ombros.

Eu estava com um vestido preto bem formal e com um casaquinho, mas estava muito quente e acabei tirando ele. O que me fazia parecer alguém que estava voltando de uma festa.

Não importa, é só eu chegar no carro....

-April!- uma voz conhecida.- April!

Começo a andar mais rápido, acho que é hoje o dia de irritar April Jones, por que ninguém me avisou? Tenho uma lista enorme do que me irritaria, podia distribuir para todos.

Dramática. Ok, talvez um pouco.

-Trouxe um café como oferta de paz.- Dean vem atrás de mim.- Harper me falou que estava aqui.

Traidora. Traidora. Traidora.

-Enfim, eu coloquei açúcar.- ele vai me seguindo.- Sei que acha que adoçante faz mal.

O ignoro e chego no meu carro, abro a porta de trás e coloco a caixa cheia de arquivos no banco traseiro, fecho a porta e Dean me impede de abrir a do motorista. Odeio isso.

-Por favor, me perdoa.- ele franze as sobrancelhas.- Eu fui um imbecil.

Estou determinada a ficar calada, ele percebe isso e empurra o café para minhas mãos. Bufo com raiva segurando o café e esperando ele sair da frente para eu ir embora.

-Por favor, April.- ele se aproxima e não sei se vou conseguir resistir àqueles olhos azuis esverdeados.- Eu faço qualquer coisa que você quiser.

Comprimo os lábios e abro a tampa de isopor do café, ele sabe realmente qual é meu preferido, fico surpresa que ele lembre depois de todos esses anos.

Dou um gole e tento não suspirar, Dean me observa e então eu fecho novamente o café e aponto com o queixo para minha porta.

-Ok.- ele suspira se afastando e abro a porta.- Podemos conversar depois?

Entro no carro e fecho a porta, devo admitir que é uma surpresa ter Dean Copeland correndo atrás de mim. Ele nunca faria isso antes e acho que possa ser uma evolução.

Não consigo fazer isso, eu sou uma pessoa muito educada, então se deixar ele plantado sem resposta vai martelar na minha cabeça o dia todo e eu vou ficar mais estressada.

Desço o vidro e Dean apoia os braços.

-Eu não quero conversar agora.- falo baixo.

-Ok.- ele limpa a garganta.

A Esperança - Os Copeland Onde histórias criam vida. Descubra agora