Dezesseis. | Sabe que já pode me considerar como amiga, não sabe?

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sina deinert.

Alguns raios solares atravessam o tecido da cortina, fazendo com que a claridade da cortina me acorde. Olhei para meu despertador e vi que faltavam 2 minutos para seu som escandaloso soar por todo quarto, então o desativei e levantei do colchão em que dormi.

E lá vamos nós novamente...

Como sempre, fiz minhas higienes, peguei todo meu material e por sorte, meu pai ainda não tinha acordado. Fui caminhando até a escola e um pouco antes de chegar à esquina, vi o lindo carro de Noah.

E Liana estava com ele.

Estavam ouvindo música.

E rindo.

Respirei fundo e diminuí a velocidade dos meus passos, para não ter risco de trombar com eles na entrada.

Assim que cheguei no colégio, os vi perto da grande porta de vidro. Abaixei a cabeça e tive sucesso ao tentar passar despercebida. Andei até o banheiro, me tranquei em uma das cabines e esperei o sinal tocar e assim que tocou, fui à classe para assistir a aula — que por sorte não era com nenhum dos pombinhos.

[...]

Se você está pensando que algo interessante aconteceu na aula, sinto muito em informar que você errou.

O intervalo tinha começado há alguns minutos e eu estava sentada em um canto do pátio, mexendo em meu celular, até sentir uma mão no meu ombro, que me fez ter um pequeno espasmo.

- Ah, meu Deus! - Exclamei de susto.

- Me desculpa por chegar assim do nada... - Heyoon deu um sorrisinho. - Não foi minha intenção te assustar.

- Fica tranquila - A acalmei. - Aconteceu algo?

- Eu que deveria te fazer essa pergunta - Franzi o cenho. - Pela primeira vez não te vejo lanchando com Noah - Oh... - Acabei aproveitando a oportunidade para nos conhecermos melhor, já que você parece ser bem legal - Sorriu. - E você parece tristinha... Está tudo bem?

Fechei  os olhos e pensei em contá-la tudo que eu estava sentindo, mas descartei a ideia assim que lembrei que Noah se afastou de mim por eu atormentá-lo com meu problemas.

Não posso incomodar Heyoon também.

- Si? - Abri os olhos. - Você está bem?

- Claro! - Sorri e a baixinha semicerrou os olhos.

- Por que eu sinto que você está mentindo?

- Não estou, eu juro! - Cruzei os dedos, discretamente.

- Sabe que já pode me considerar como amiga, não sabe? - Ri baixinho e concordei. - Sendo assim, pode me contar o que está perturbando esse coraçãozinho.

- É que... Uma vez eu contei para um amigo sobre meus problemas, acabei perdendo-o - Expliquei e Yoon me olhou de forma carinhosa.

- Foi o... -  Ela o olhou e eu assenti, sentindo meu coração se quebrar. - Vou te entender se não se sentir confortável para falar, mas saiba que eu não sou estúpida como ele - Sorriu. - E também não é muito saudável guardar as coisas para si mesma sempre...

Olhei para o celular e vi que ainda tínhamos 15 minutos de intervalo, respirei fundo e comeecei a contar tudo — de forma resumida — para ela, desde as agressões do meu pai, até a chegada de Liana.

- Você não pode continuar vivendo assim, sabe disso, não é? - Assenti. - Podemos comunicar a polícia, pedir para que descubram se ele realmente tem algum contato, para depois prendê-lo, pode ser? - Assenti, um pouco incerta.

Era uma boa opção e esperava do fundo do meu coração, que desse tudo certo.

Me despedi da minha nova amiga e fui assistir o resto das aulas.

𝗷𝘂𝘀𝘁 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora