Vinte e um. | Por favor.

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noah urrea.

Eu estava angustiado.

Assim que pisei os pés na minha casa, um aperto no peito me invadiu. Eu tinha a impressão que o resto do dia não seria nada bom.

Balancei a cabeça, tentando afastar esses pensamentos e fui até a cozinha. Vi minha mãe abrindo o forno, e tirando de lá um bolo que parecia de chocolate.

- Hum, que delícia... - Falei e ela se assustou.

- Que susto, Noah! - Me repreendeu com o olhar. - Nem vem com essa cara - Me olhou. - Vi uns policiais batendo na porta da casa de Sina e Joseph saiu de lá dentro da viatura. - Fiquei boquiaberto.

Fiquei anos tentando ajudar Sina a sair do inferno que ela vivia, e quando ela conseguiu tomar coragem, eu não estava lá para apoiar.

- Vou levar essa bolo para Alex e para Si - Assenti. - Alex foi fazer alguns exames de rotina, mas vá indo na casa dela para dar apoio para sua amiga, certo?

- Claro! - Saí correndo e peguei a chave que eu ainda tinha da casa da Sina. Talvez ela não abra ao saber que sou eu.

Atravessei a rua e toquei a campainha uma, duas, três vezes. Me preocupei um pouco e destranquei a porta.

- Si? - A chamei.

Comecei a procurar ela pela casa, mas não a achava. Imaginei que ela estivesse no seu quarto, então fui até. Bati na porta e nada. Girei a maçaneta e meus olhos se arregalaram ao ver a loira caída no chão, com cacos de vidro quebrados ao seu redor.

- Sina!

Olhei para sua bancada e haviam as cartelas de seus calmantes estavam vazias, assim como de outros remédios. Corri em sua direção e tirei as mechas de cabelo que me impediam de ver seu rosto. Seu nariz estava vermelho e seus olhinhos estavam inchados.

- Ei, Si! Acorda, por favor! - Me desesperei.

A peguei no colo e me assustei com tamanha leveza. Fechei os olhos e me condenei por não ter levado as palavras de Heyoon à sério. Coloquei seu corpo na cama e a chacoalhei.

- Não faz isso comigo... Por favor, acorda - Uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

Bati a mão nos meus bolsos e percebi que havia deixado o celular em casa. Procurei o celular da loirinha e o achei dentro de sua mochila.

Mais lágrimas rolaram ao ver que mesmo depois de tudo que eu fiz, seu wallpaper ainda era uma foto nossa.

Liguei para a ambulância e expliquei o que eu vi quando cheguei em sua casa. Desliguei a ligação, sentei na cama e a coloquei no meu colo. Comecei a acariciar seu rostinho delicado e gravei cada mínimo detalhe.

Abracei seu corpo com força e deixei um soluço escapar. Tudo o que eu fiz vinha na minha mente e eu me senti um inútil por ter dado ouvidos ao desgraçado do Joseph.

𝗷𝘂𝘀𝘁 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora