Dez. | Com quem você estava falando?

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sina deinert.

Meu coração parou por alguns segundos.

- Porra, o que eu faço? Se eu tentar pular rápido dessa janela, eu morro. - Noah cochichou.

- Se enfia em baixo da cama, rápido! - Mandei e rapidamente ele obedeceu.

Coloquei um travesseiro em frente do colchão fofo para deixá-lo mais escondido.

- Abre essa porta, Sina - Deu um soco na contra o que nos separava.

Fui até o pedaço de madeira e virei a chave. Meu pai passou os olhos por todo meu quarto e assim que terminou sua vistoria, me encarou com um olhar de desgosto.

- Com quem você estava falando?

- Ninguém... - Murmurei.

Ele riu.

- Ouvi vozes vindo daqui. Você está ficando louca e está conversando sozinha, ou está mentindo? - Segurou meu braço e eu dei um gritinho de dor.

- Eu estava vendo um filme - Falei, já sentindo meus olhos molhados.

- Não me faça de idiota. A televisão está desligada.

- Eu estava usando o celular.

Ele soltou meu braço e eu relaxei meus músculos. Mais uma vez, me olhou com desdém e se aproximou.

- Vou viajar amanhã e ficarei fora por três dias. Sua mãe estará aqui para te colocar na linha... - Deu uma pausa. - E nem pense em tentar voltar a falar com aquele... Marginal! - assenti. - Ótimo - Joseph saiu do meu quarto e bateu a porta.

Tranquei a mesma novamente, tentando não fazer barulho com a chave e me abaixei para chamar Noah.

Assim que ele levantou, vi que seus olhos estavam vermelhos. Meu semblante ficou preocupado. Por que ele estava chorando?

- Noah, o que... - Ele me interrompeu.

- Não posso deixar isso acontecer de novo, Sina. Eu acabei de presenciar um momento que seu seu pai te machucou de novo - Respirou fundo. - Quando eu ouvi o seu gritinho de dor, quase fiz a loucura de sair debaixo dessa cama e socar a cara dele até não sentir mais meus dedos.

- Está tudo bem, Noah. Eu não ligo mais para isso, já me acostumei.

- Mas não deveria! - Passou as mãos pelos fios de cabelo. - Droga, Sina, você precisa denunciar esse homem.

- Minha mãe nunca me perdoaria... E você sabe, - Limpei a lágrima solitária que caiu. - talvez ele não esteja blefando, quando diz que vai chamar seus contatos.

Jacob apenas assentiu e me abraçou com cuidado. Fez carinho no meu rosto e deu diversos beijos no topo da minha cabeça.

Seria um lindo momento de melhores amigos, se eu não estivesse querendo morrer por ele estar me machucando cada vez mais sem saber.

Doía muito ver que não tinha nenhum afeto amoroso vindo dele. Quer dizer... Tinha, mas não do jeito que eu gostaria.

Me desvencilhei do abraço e passei a manga da minha blusa no rosto, limpando as lágrimas que insistiam cair.

- É melhor você ir... Meu pai pode voltar aqui no meu quarto e pode dar muita merda - Falei e Noah assentiu.

- Fica bem, okay? Eu te amo e se alguma coisa acontecer, me ligue! - Falou sério.

- Te amo. - Disse e Noah desceu devagar pela árvore que tinha em frente do meu quarto.

𝗷𝘂𝘀𝘁 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀. ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora