01| companheira

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Os gritos femininos em apuros me davam prazer, era óbvio que não importava que a mulher pedisse piedade, eu ia me alimentar dela, assim como fiz com sua amiga. Cravo meus dentes no seu pescoço e logo sinto seu corpo amolecer até ele tombar. Ergo a cabeça apreciando a queimação sumir.
Dimitri e Félix estavam com Jane voltando de uma caçada. Eu havia me separado do grupo para procurar a minha própria comida.

Já era madrugada de sábado, era fácil conseguir alimento nesse horário, as ruas sempre cheias por conta do final de semana, os jovens querendo sair para se divertir.

Largo o corpo da mulher no chão e arrumo meu sobretudo preto e o colar da guarda. Quando vou pegar um dos corpos para jogar dentro do latão de lixo o som de vidro me chama atenção para a moça que estava no início do pequeno beco me olhando assustada e com olhos arregalados.

Deixo minha postura reta, sabendo que teria a sobremesa agora. Eu podia jurar que uma sensação estranha se apoderou do meu corpo morto. Seus olhos azuis me olhavam com tanta angústia que me transmitiam choques elétricos, e instintos de proteção.
Apesar de eu ter vontade de matar a moça.

Mas que merda!

- Eu não vou contar a ninguém, eu prometo! - ela disse colocando as mãos sobre o peito, tremendo enquanto eu me aproximava dela.

Seu cheiro me lembrava pães frescos e a manteiga derretida. De toda forma, ela era uma refeição completa.
Reparei mais nela, olhando cada centímetro de seu corpo.

A mesma não parecia ter saído de uma boate ou um bar que os humanos frequentam. Ela vestia calças jeans pretas com um rasgo em cada joelho, um moletom na mesma cor com capuz e um par de botas de combate sem salto. Ela era mais baixa que eu, provavelmente uns dez centímetros. Seus cabelos eram castanhos escuros e seus lábios tremiam e eu pude ouvir um leve som que logo percebi sair do seu fone de ouvido.

A humana até que era bonitinha.

- Suponho que isso não será possível! - a voz da minha irmã ecoa e a mesma olha pra trás e dando um passo para atrás, batendo suas costas no meu peito. Que esperta!

- E-eu... - ela balançava a cabeça sem conseguir terminar o que ia dizer. Olho para Jane no mesmo segundo em que agarro a cintura da humana fazendo a mesma soltar um grito assustado. - Por favor não! - ela diz tentando se soltar mais eu sabia que ela nunca iria conseguir.

- Não! Ela vai conosco. - os três me olham sem entender e a mesma estremece ao ouvir o que digo. - Ela não pode morrer irmã. - nesse momento eles percebem quem eu encontrei. A garota chorava sem entender porque estava sendo levada.

A pego pelo pulso e a faço andar. Não estávamos muito longe do castelo, quando a humana repara aonde estava ela parece estremecer ainda mais.

- Eu não vou entrar aí. Esse lugar sempre me deu arrepios!

- Instinto de sobrevivência linda. - Dimitri comenta achando graça. - A propósito, como se chama? - aí percebo que eu nem sabia o nome da minha companheira.

- Lyra Collins. - ela respondeu apenas o seu nome.

Lyra... era uma lindo nome.

Entramos no elevador, Dimitri e Félix atrás, eu fiquei ao lado de Lyra enquanto Jane ia na nossa frente.
As portas da sala dos tronos se abrem dando visão dos mestres em seus lugares de costume. Marcos continuava com sua expressão depressiva, Caius tirou sem olhar do livro em suas mãos e ergueu seu olhar para nós. Aro olhava a humana que estava conosco, eu rapidamente dou minha mão para ele ver.

Após pegar de bom grado ele sorri malicioso para Lyra.

- Qual o seu nome minha cara?

- Lyra Collins. - ela diz em um sussurro. - Eu quero ir pra casa, porque estou aqui? - ela pergunta é funga seu nariz.

𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐄𝐈𝐑𝐀「𝐚𝐥𝐞𝐜 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢」PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora