10| sangue

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O que era um simples sangramento feminino se transformou em uma chacina. O plano deu certo, até certo ponto.

Ivan um vampiro com genes de lobo havia me rastreado, por incrível que pareça ele era a merda do barman na casa noturna.

Ele era um vampiro com algumas características de lobo, ele devorava suas vítimas em vez de apenas beber seu sangue, e pra piorar, ele uivava. Seu rosnado era tão ameaçador que eu tinha certeza que iria morrer.
Que nem Alec, Jane, Dimitri ou Félix poderiam me salvar.

Seus olhos negros me penetrava com gula, enquanto ele lambia os lábios.

Eu fui arremessada longe por Alec, quando a criatura veio em minha direção. Agora não era apenas um problema íntimo feminino.

Eu estava sangrando por outras partes do corpo. Meu braço possuía um grande corte e minha sobrancelha sangrava por conta da força que bati ela na escrivaninha ao ser arremessada sem cuidado algum.

Eu sabia que isso ia dar errado!

— Eu vou tê-la! Eu vou devorar essa humana e vocês não irão me impedir!

— Ela é minha! — Alec diz em um rosnado feroz enquanto se posiciona para o ataque.

Eu tentei me levantar, mas uma dor aguda me fez gemer. Tinha uma pedaço de vidro na lateral do meu corpo, perto das costelas. Um porta retrato tinha se quebrado com a minha queda e parte dele estava cravado em mim.

Cinco pares de olhos se voltam para mim, quatro deles pareciam se controlar ao máximo para não me atacar, mais Alec parecia que perderia o controle rapidamente até voltar ao foco principal. Por algum motivo os dons dos gêmeos não funcionavam no russo, fazendo com que eles lutassem e tudo se transformasse em um borrão na minha frente.

Jane estava afastada, de todos ali, ela era a única que não lutava. Ela não sabia entrar em combate, ela era dependente do seu dom.

— Eu preciso tirar isso de você e estancar o sangramento. — ela diz ao se aproximar. Ela prendia a respiração e tentava evitar a fome crescendo.

Solto um grito quando o vidro sai da minha carne, fazendo com que mais sangue jorrasse.

Eu vi quando Alec foi arremessado para longe e quando o russo se desviou do rastreador e de Félix, vindo rapidamente em minha direção. Jane que havia se colocado em minha frente tentando de alguma forma nos defender foi jogada pela janela, caindo em cima do capo do carro.

Meu corpo tremeu quando eu me via sem saída. O que eu poderia fazer? Correr era impossível e lutar muito improvável. 

Era tarde demais quando os Volturi se recuperaram do ataque do russo, ele já estava perto de mim. Sua mão agarrou meu cabelo e logo um grito ardente escapa pelos meus lábios quando sinto suas presas perfurarem o meu ombro de forma bruta.
Aquilo doía como o inferno. Sua mordida era violenta, porém não durou muito quando ele foi retirado de cima de mim bruscamente me fazendo cair no chão.

Se antes eu sangrava muito, agora eu tinha certeza da minha morte!

— Lyra, mantenha os olhos abertos. — eu pude ver Jane sob mim tentando me manter consciente.

Mas depois disso tudo o que pude ver era a figura de Alec vindo em minha direção.

Abro meus olhos com dificuldade. Vendo que estou no quarto da pequena fazenda ainda.
As imagens da grande confusão me vem a mente me fazendo sobre saltar na cama.

— Lyra, não se mexa muito. —  vejo o gêmeo vir em minha direção com um semblante preocupado.

— O que aconteceu? Ivan, ele...

— Esta morto! — ele me afirma. — Depois que ele te mordeu conseguimos o deter e matamos ele. — diz se sentando na minha frente. 

O medo me atinge por Alec estar perto de mim. Eu estava com um curativo no machucado, mas tinha certeza que ainda sangrava.

E se sangrava, ele podia sentir o cheiro do meu sangue.

— Não se afaste de mim, não irei te machucar Lyra. — ele diz baixo. — Eu estou bem alimentado, depois de tudo eu tive que me alimentar mais que o necessário. — ele menciona.

— Desculpa. É tu que eu prezo pela minha vida.

Ele solta uma risada nasal.
Logo ficando com um semblante sério.

— Aro já sabe o que aconteceu aqui. Minha irmã entrou em contato com o castelo. — ele suspira. — Você será transformada em um mês Lyra.

Solto uma lufada de ar com a notícia.

Um mês.

Então tudo já era.

Nunca mais verei minha família. Nunca mais verei meus amigos.

Um mês para a imortalidade.

Um fodido mês para me tornar uma vampira.

— Eu não quero ser vampira Alec. — sussurro, sabendo que não só ele como os outros também ouviram.

— Acha que eu não sei? Não é como se eu tivesse escolha Lyra.

Alec parece frustrado. Seguro sua mão e seus olhos travam uma batalha com os meus.

— Vai doer?

— Por três dias. Seu corpo vai queimar até o veneno chegar ao seu coração e então sua nova vida começa.

— Você vai...

— Estarei do seu lado até você acordar. — ele garante.

Sorrio pra ele e recebo um lindo sorriso de volta.

— Ficaremos aqui até você não estar sangrando por... Lá. E então iremos retornar para Volterra.

— Ok.

— Vou pedir pra trazerem algo para você comer e algum remédio para dor. Tente descansar depois. Você perdeu muito sangue.

— Fica comigo? Até eu dormir...

— Claro. Já volto.

E ele vai.

Logo Félix surge com uma bandeja de comida e remédio para dor. Ele me faz companhia até eu terminar de comer.

Alec entra logo que o grandão se vai.

— Quando eu era pequena, minha mãe sempre dizia que o destino de todos estavam traçados antes mesmo de imaginar a nossa existência. Eu nunca fui de acreditar em destino ou coisas do tipo, mas sabe... Eu também achava que vampiros só existiam na ficção.

Ele parece curioso e então pergunta:

— Qual a sua crença Lyra?

— Você. Você é a minha crença Alec Volturi.

Foi a última coisa que falei antes de ser dominada pelo sono.

𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐄𝐈𝐑𝐀「𝐚𝐥𝐞𝐜 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢」PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora