11| de volta a volterra

4.1K 363 91
                                    


Após três dias, estávamos de volta a Volterra. Eu não sangrava mais, de nenhuma forma o que eu agradecia internamente.

A primeira coisa que eu fiz quando cheguei foi deitar na cama e dormir por longas sete horas. Eu sabia que Aro iria querer me ver, mas ele que esperasse.
O corte feito na grande confusão com o vampiro barra lobo barra criatura abominável não era grande coisa, mas se doía.

Pelo menos ela sumiria após a transformação.

Transformação...

Eu tinha ainda um mês como humana. Exatos trinta dias.

Como eu ia reagir a partir daí? Ia ser uma louca incontrolável por sangue, sairia matando pessoas inocentes só para o meu prazer? Isso não me agradava, não agradava nenhum pouco.

Eu era humana, pelo menos por trinta dias.

Era justificável!

Meus pais... Amigos... Eu nunca mais iria vê-los novamente. Isso partia meu coração. Meu coração que em breve não bateria mais em meu peito.

Eu me lembro quando minha imagem apareceu na televisão.

Adolescente de dezesseis anos desaparece em Volterra na noite de quinze de abril. Lyra Collins estudante do segundo ano do ensino médio some após avisar a família que iria dar uma volta no quarteirão.

Cartazes com minha foto espalhada pela cidade italiana era o que mais tinha, e ainda tem. Meus pais não paravam de me procurar, eles nunca me teriam de volta.

Eu tenho apenas dezesseis anos e estou presa em um ninho de vampiros loucos para beber o meu sangue. Um em específico.

Alec...

Alec Volturi... Ele estava se tornando a minha perdição.

Eu não o amava, longe disso. Apesar de me sentir mexida por ele, tinha certeza que não era amor, mas sim essa coisa de companheirismo. Mas porque logo comigo, deve haver alguma humana boba que sonha em ser imortal, sempre tem. Mas tinha que ser eu, a sortuda Lyra Collins.

Obrigada universo.

— Está bonita. Você fica bem com essas roupas. — Jane diz ao entrar no quarto após eu sair do banho.

— Antiquado, porém bonito.

— Mestre Aro quer lhe ver.

— Tô sabendo. Vamos? Quero voltar a dormir.

As portas da sala dos tronos se abrem e vejo Aro ao lado de Alec no meio da grande sala. Marcus estava em seu lugar com a maior cara de depressão.

Tinha certeza que a minha não estava diferente.

— Jovem Lyr. É uma pena tudo o que ocorreu na Rússia. Posso? — diz me estendendo a mão.

Esse lance dele ver meus pensamentos não me descia. Me sentia violada, ele podia ver tudo o que eu já pensei. Isso incluía coisas que eu gostaria de manter apenas para mim.

— Não tenho escolhas... — dou de ombros e o vejo sorrir.

— Vejo sua preocupação com a transformação, não tem que ter medo querida.

— Não tenho medo! Apenas não gosto da ideia de ser tirada do meu lar sem o meu consentimento.

— Posso fazer algo para mudar sua visão? — ele pergunta.

Ele poderia? Mas é claro que sim!

— Quero ver minha família, pelo menos uma última vez antes de me tornar uma vampira. Pode ser de longe... Isso me faria bem.

Ele sorri, um sorriso malicioso.

— Você verá! Irei providenciar isso antes que seja transformada.

— Obrigada Aro!

Apesar dele confirmar, seu sorriso entregava que algo maligno vinha por aí.

E isso me apavorou.

O restante do dia passei presa em meu quarto, lendo um clássico na literatura inglesa. Hamlet.

O encontrei nos milhares de livros que a grande biblioteca do castelo tinha. Aquele lugar sem dúvidas era o meu preferido.

No dia seguinte, Volterra amanheceu nublada, permitindo que os vampiros barra bola de discoteca barra lantejoulas saíssem pelas ruas sem se esconderem. Eu apenas me visto com um conjunto de moletom azul marinho e amarro meus cabelos em um coque mal feito e saio do quarto indo até a cozinha para o meu café da manhã.

— Humana...

Olho para trás vendo um vampiro desconhecido.

— Vocês tem comida solta pelo castelo? — ele pergunta e vejo que Dimitri estava o acompanhando.

— Não a olhe desse forma de quiser continuar com a cabeça no lugar. Essa é a companheira de Alec, Lyra, esse é Remus, um vampiro novo que acabou de entrar na guarda.

— Recém nascido?

— Tenho um ano ano como vampiro, mas fui encontrado recentemente pelos Volturi. Entrei na guarda pelo meu dom.

— Que seria? — pergunto curiosa.

Eu amava saber sobre dons.

Será que eu teria algum?

— Camuflagem. Sou um camaleão, posso ser o que eu quiser.

— E você se torna meu melhor amigo! Pelos deuses, me mostre. — digo com olhos brilhando.

— Outra hora Lyra. Aro quer vê-lo na sala dos tronos, depois apresento vocês corretamente. — diz Dimitri.

Depois de me despedir do camaleão e do bajulador de humanas. Chego até a cozinha e tomo meu café da manhã em silêncio e sozinha.

Remus seria meu melhor amigo, isso já tinha sido decidido por mim. Ele poderia se transformar em mim e socar a cara de Alec, não, melhor, a cara da vacaranha da Heidi.

Não deixo de sorrir com tal pensamento.

— O que está aprontando? — tomo um susto me engasgado com meu café com leite.

— Porra! Vocês vampiros não sabem avisar quando chegam? — olho para o lado vendo Marcus sentado na cadeira ao meu lado.

— Perdão, é costume.

— Sabe, eu tenho um dom muito importante para esse clã. Posso sentir os laços das pessoas e isso inclui a do companheirismo... — ele começa. — Jovem, você e Alec tem laços fortes, mas só se você aceitar que assim seja. Eu sinto que você e ele já aceitaram o destino, mas não um para o outro.

— Não é como se a gente quisesse isso.

— Entendo que está aborrecida por estar presa aqui desde aquela noite, mas o destino...

— É eu tô ligada. Ele é escrito antes mesmo de eu nascer. — o corto. — Mas se põem no meu lugar. Eu tenho dezesseis anos, fui sequestrada e mantida longe de minha família e amigos sem nunca mais poder vê-los e ainda destinada a um vampiro com mais de mil anos e tendo também que der uma vampira. — olho em seus olhos. — Isso não é nada para odiar tudo de um mês pra cá?

Ele sorri para mim.

— Odiar é uma palavra muito forte Lyra. Seu futuro será brilhante. Posso não ter o dom de prever o futuro, posso parecer desligado de tudo e ter a cara de uma mosca morta como dizem, mas mantenho meus olhos abertos e eles enxergam maravilhas criança.

Com isso, Marcus já não estava mais ali.

𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐄𝐈𝐑𝐀「𝐚𝐥𝐞𝐜 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢」PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora