𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐄𝐈𝐑𝐀「𝐚𝐥𝐞𝐜 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢」PAUSADA

06| heidi

Eu estava parado na sala dos tronos, após Félix sair com Dimitri e Santiago até a cidade vizinha. Jane tinha se retirado para a biblioteca com Mestre Aro enquanto mestre Caius estava na torre com sua esposa Antheodora.
O único comigo aqui era mestre Marcus, que me olhava com a mesma expressão de sempre. Mas que parecia saber de muito mais.

— Mestre Marcus, eu... será que eu poderia ter uma palavra? — pergunto me aproximando.

— Eu estava esperando você vir até mim Alec. Eu acredito que seja sobre Lyra. — afirmo. — Alec, seus laços são fortes, você já aceitou ela como sua, só basta aceitar para você mesmo isso. Assim como Lyra, ela é apenas uma humana de dezesseis anos está perdida e com medo. Até semana passada, para ela nossa existência era apenas mitológica e fictícia. Seja paciente com ela, seja prudente Alec. Você a machucou e ela está magoada com você. Ela não te odeia, mas odeia suas atitudes, agredir sua alma gêmea só fará mal a si mesmo querido. — ele diz me dando um tempo para processar suas palavras.

Eu tinha aceitado Lyra já? Assim como ela me aceitou... Mas o que eu ia fazer para ajeitar essa situação que eu criei? Quando humano eu não tinha ninguém de forma amorosa, tinha dezesseis anos quando me transformei, e mil e  duzentos anos depois eu nunca tive ninguém além de vampiras aleatórias e humanas que morreram logo em seguida.

Eu não tinha experiência alguma com relacionamentos.

— Você fará a coisa certa Alec, eu sei. Ela é sua garota. Você diz que não precisa de uma companheira, mas a grande verdade é isso que realmente precisa.

— Obrigado mestre Marcus. — faço uma reverência antes de sair para fora da sala dos tronos.

Eu não sabia se sentia algo por ela, não tinha certeza disso. Apesar de sentir a ligação, os companheiros poderiam acabar de rejeitando. Mestre Marcus teria se enganado talvez? Será que ele estava apenas vendo nosso laço de companheirismo invés de um romance?

Eu ia descobrir se realmente era isso, mas a princípio iria dar o tempo necessário que Lyra precisaria.

Eu devia chama-la pra sair. Isso seria muito óbvio talvez, deixaria todo mundo pensando que somos um casal? Levar Lyra a um encontro... será que ela iria aceitar?

Encontro Heidi falando com a secretaria humana. Heidi rapidamente para o que está fazendo e se vira pra mim com um sorriso travesso.

— Alec, precisa de algo?

— Nada que seja da sua conta.

— Sabe querido, eu sinto saudades de passar um tempo com você. Desde que a garota chegou você anda distante. — ela se aproxima, passando seu dedo em meu maxilar de forma sedutora. — A gente poderia se reencontrar hoje a  noite no meu quarto o que me diz? — ela pergunta sorrindo maliciosa.

Realmente, fazia um tempinho que eu não aproveitava Heidi. Desde que Lyra tinha chegado eu havia me esquecido completamente da vampira.

Heidi era uma mulher perfeita, bustos fartos, o corpo esculpido como a de uma modelo, uma bunda grande.
Além de que Heidi era uma boa transa.

Talvez isso fosse ajudar a minha mente a espairecer.

— Te encontro as onze da noite. — respondo dando uma piscadela rápida.

O restante do dia seguiu como todos os outros, chegava a ser entediante repetir as mesmas coisas. Eu precisava extravasar, arrancar cabeças, desmembrar alguém.

Quando a noite chegou, eu estava indo até meu quarto tomar um banho para encontrar Heidi. Mas não lembrava que a humana estava lá. Lyra estava apenas de lingerie enquanto escolhia uma roupa.

Ela dá um pulo e arregala os olhos ao perceber que estava tão exposta na minha frente.

Seu corpo era lindo. O mais lindo que já vi em todos os meus anos na terra.
O conjunto rosa clarão combinava com sua fisionomia, deixando um ar inocente. As maçãs de seu rosto pegaram a mesma tonalidade que sua roupa íntima, ela ficava uma graça tímida.

— Não deveria deixar a porta aberta. Dimitri ou Félix poderiam entrar aqui.

— Eu soube que eles saíram, e eu não imaginei que justamente você viria até aqui. — ela responde sem me olhar e abraçando seu corpo.

— Bom, sendo que minhas coisas estão aqui. Acho que já era de se imaginar.

Me aproximo no guarda roupa ficando próximo a Lyra que se enrola em um roupão e se afasta de mim.

Pego uma muda de roupa e entro no banheiro, tentando não dar muita atenção ao coração batendo no quarto.

Quando saio, vejo que Lyra não se encontra. Pra onde ela foi? Término de me arrumar e saio do quarto, vendo ela e Heidi no corredor. Lyra tinha suas costas contra a parede e Heidi estava muito próxima, deixando Lyra intimidada.

— Patético. Você é uma humana estúpida, acha que já não percebi que você se sente atraída por ele? Como seus olhos brilham e seu coração acelerar só de vê-lo ou ouvir seu nome? Não tente me enganar garota, porque se Alec não drenar você, eu mesma farei. O desejo de Alec por você, não passará de apenas sede por seu sangue. Nada mais que isso.

— Não sou burra Heidi, tenho dezesseis anos e não séculos nas costas, mas inteligência eu tenho de sobra. Se eu sinto isso não é porque eu quero e sim por esse maldito laço de companheirismo. Então, pare de se estressar atoa que isso da rugas e confie no seu taco. Não se esqueça que eu não estou aqui por quero.

— O que está acontecendo? — digo me aproximando e chamando a atenção para mim.

Heidi me lança um sorriso malicioso enquanto se coloca no meu lado.

— Nada querido, só estava verificando se Lyra está bem. — ela inclina sua  cabeça para mim e deixa um leve selar em meus lábios. — Vamos resolver aquele assunto no meu quarto Alec. — ela diz roçando seus lábios no meu.

Meu olhos focam na humana e vejo seu olhar sair de nós e se direcionar para o chão. Seu coração acelera e uma mal estar me atinge.

Como milhares de lâminas atravessando o meu corpo, eu sentia queimar, sentia dor.

Mas porque eu sentia isso? O que diabos era isso?

Eu sou um vampiro, não sinto dor, porque agora parece ferir?

Vejo Lyra se afastar com passos apressados até virar o corredor e sumir da minha vista.

— Vamos? — ela pergunta em um ronronar.

— Venha. — puxo sua não começando a andar até seu quarto.