14| treinamento com tensão

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— De novo! — Eleazar diz.

Estávamos a horas treinando o meu dom recém descoberto. Eu havia conseguido mover Félix do lugar e já tinha arremessado Dimitri a uma boa distância, o fazendo cair no chão que nem bosta de pombo.

Agora Eleazar tinha me pedido para usar a telecinésia como alto defesa.
Eu estava no meio de uma sala que era usada para treinar dons, alguns vampiros estavam ao meu redor, prontos para me atacar. Obviamente eles não fariam, apenas precisavam me tocar para me decretar morta.

Reconfortante.

Entre os vampiros, alguns dele eu reconhecia bem. Demitir, Félix, Santiago, Jane, por incrível que pareça até Remus estava presente e ele, Alec.
Esse com certeza esse iria ser o alvo de todo o meu treinamento.

O primeiro a me atacar foi Santiago, que assim que se mexeu foi parar no ar, no meio da sala. E mesmo quando meu foco era nele, eu joguei Dimitri longe apenas com um olhar. Eu conseguia fixar meu dom em mais de um alvo, e logo Jane, e Félix que estavam tentando lutar contra a minha telecinésia para sair do lado lugar. Sim, eu os mantive presos a uma distância segura de mim.

Outros vampiros que faziam parte do baixo escalão foram pegos pelo meu dom, impossibilitados de chegar até mim.

Era o quinto dia de treinamento, e eu tava progredindo muito. No primeiro dia eu fui um fracasso, no segundo tive que suportar os vampiros me fazendo ter emoções nada boas para meu dom resolver dar olá e parece que a raiva era a emoção que despertava ele.

O que tinha que ser mudado, fazendo com que eu e não meus sentimentos controlasse a telecinésia.

Então falta ele.

O causador do desabrochar.

A minha fúria.

A porra da minha alma gêmea.

Ele se lança sobre mim e quando infelizmente me alcança, não só Alec, mas eu também vou de encontro a parede da sala de treino. Porém o meu impacto é absorvido por Alec que circula meu corpo contra o seu e me protege do impacto.

Isso é um empate?

Alec rola por cima de mim e vasculha meu corpo com seus olhos, a procura de algum arranhão. Seus olhos se encontram com os meus e outra batalha se trava ali.

Eu o odiava, pelo menos nos últimos dias eu odiava Alec Volturi.

O que ele fez, é imperdoável.

Mas não posso negar, que eu estou fodidamente apaixonada por ele.

Droga. Mil vezes droga!

Tantos caras por aí e justamente um vampiro.

Justamente ele.

— Fantástico! Você está evoluindo muito e isso em apenas cinco dias. — a voz de Aro se torna presente, trazendo nós dois a realidade.

— Por hoje chega. Você está indo muito bem Lyra. — Eleazar diz com um sorriso no rosto.

Eleazar era um homem fantástico, assim como Carmen sua companheira.
Nesses poucos dias eu soube algumas coisas sobre ele.

Eleazar fez parte do clã Volturi, e agora,  ele e seu clã, os Denali eram primos do clã Olímpico, os Cullen.

Lembrei deles, o clã que tinha a híbrida.

— Graças a você Eleazar. Agradeço pela sua ajuda.

Todos se vão, menos um, menos ele. Eu não precisava me virar para saber que Alec continuava ali, com seus olhos presos em mim.

Apesar do seu semblante sério e frio como sempre, eu podia ver que tinha algo a mais. Alec solta um suspiro — um gesto humano que era usado como costume — ele se aproxima de mim e eu me afasto, a cada passo que ele da em minha direção.

— Lyra...

— Não!

— Por favor, eu... Eu não vou pedir o seu perdão até porque não sou merecedor dele. Mas não me rejeite, por favor.

— Como pode me pedir isso, depois do que fez? Depois do que me fez passar? Se não fosse por Félix... Você deveria beijar os pés dele por eu ainda estar aqui, viva.

— Do que esta falando? — pergunta confuso.

— Dois dias depois do... Daquele dia, você estava fora, em uma missão em Roma.

— Sim, fui na mesma noite daquele dia...

— Aro não contou a você o que aconteceu? — ele nega com a cabeça. — Félix foi me levar o meu jantar quando sentiu a primeira gota sangue pingar na banheira cheia de água. Fiquei horas inconsciente quando por alguns segundos meu corpo afundou na banheira cheia por conta do corte que fiz em meu pulso. Eu iria morrer, mas de alguma forma, apesar de ter sido fundo, não chegou a ser letal. Acordei na tarde do dia seguinte, me recordando de tudo, e ganhando um sermão de Félix e Dimitri. — seu olhar demostrava o quão chocado ele estava. — Achei que Aro teria contato, ele talvez quisesse poupar você de ficar igual Marcus... — digo dando de ombros.

— Tentou se matar... Então por isso Félix disse aquilo no corredor.

Touché.

O olhar de Alec se torna diferente, aquilo parecia afetar ele. Em um piscar ele estava cara a cara comigo, me fazendo prender a respiração.

Tudo bem que eu o odiava — naquele momento — mas não podia deixar de apreciar a beleza do meu companheiro. Seus lábios rosados, combinando com o carmesim dos seus olhos. A pele pálida, parecendo mármore. Eu quase podia ver meu reflexo nele.

Eu era uma fodida por estar apaixonada pelo assassino dos meus pais.

Mas outro inesperado aconteceu.

Eu não sabia como reagir, não aquilo. Eu não esperava que ele fizesse isso.

Aquilo não era o éden, não chegava nem perto do jardim que Deus fez para Adão e Eva. Aquilo era o fruto proibido, aquilo era o pecado, a luxuria e aquilo era viciante.

Pelos deuses, aquilo era bom e me perguntava como não tinha provado dessa maçã antes. Ele era a cobra e eu era a Eva, sendo induzida a saborear do pecado mais delicioso que existia. Eu não tinha experiência com aquilo, então o deixei me guiar.

O que foi um erro.

Um grande e fodido erro.

Porque eu sabia, que depois disso eu não conseguiria viver seus os lábios de Alec.

Suas mãos agarraram minha cintura de forma possessiva — o meu feminismo que se foda — naquele momento ele poderia fazer qualquer coisa, eu era dele e ele era meu. Era? Que se foda.
Não existia mais o vampiro que queria meu sangue a qualquer custo, não existia mais o assassino dos meus pais, ou o cara que eu mais odiava no momento.

Existia apenas eu e ele.

Lyra e Alec.

Eu me deixando ser corrompida pelo fruto proibido.

Aquilo isso era carma.

E ele era uma vadia.

𝐂𝐎𝐌𝐏𝐀𝐍𝐇𝐄𝐈𝐑𝐀「𝐚𝐥𝐞𝐜 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢」PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora