Apagão

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Onde existe dor,  existe sombras

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Onde existe dor,  existe sombras.  Onde existe sombras,  existe o medo. Onde existe o medo, existe uma jornada individual de covardia... ou fúria.

Eu sempre escolhi a fúria. A fúria faz você trincar os dentes e enfrentar todos os demônios internos. O meu demônio interno... bem, está aqui comigo pedindo para eu jogar luz do celular na cara do cara que estou surrando, enquanto minha irmã, tenta me puxar para longe dele.

-       Você está louco Max!?????? – Grita minha irmã – Enquanto só olho para Walter, o cabeça de pomba amarela, que agora não está mais com o cabelo blackpower e, na verdade, olhando pela luz do celular que acabo de colocar na cara dele, ele está com cabelo bem curto e preto.   Além disso, a pele está mais branca. Quer dizer, muito mais...

-       Amor, você tá bem? – Pergunta a minha irmã ao individuo que só cospe sangue, curvado ainda.

-       Amor??? – Pergunto sem entender nada, vendo minha irmã se aproximar do individuo, tentando ajuda-lo a se levantar, tirando um lenço de sua bolsa e limpando o sangue de seu rosto. Como assim?

-       Tayná, você sabe que ele é um criminoso, não sabe?????? – Pergunto para minha irmãzinha, eu já vi isso antes, criminosos atraindo mulheres inocentes para o inferno de suas vidas. Eles plantam nelas a ideia de que somente elas podem salva-los.  Seu principal alvo; mulheres carentes, sozinhas. Eu me culpo por tudo isso, será que fui um irmão ausente? Obvio que fui, né? Só faço trabalhar na merda dessa vida!  Eu prometi por tudo que iria cuidar dela, falhei.

-       Não viaja Max!! O Edu não fez nada de errado para você espanca-lo!! – Diz ela ficando entre eu e ele, me empurrando, enquanto o escroto fica se assoando com um lenço entregue por ela, cuspindo dente ao mesmo tempo.

-       Edu?? – digo, olhando com a luz do meu celular para o rosto do escroto novamente, agora sem as manchas de sangue (e sem alguns dentes) e sem ser o Walter. – Que merda é essa Dark? – Pergunto ao Coach obscuro.

-       Pelo visto, ele não é o cabeça de pomba amarela, é só o cara que está comendo sua irmã – Responde Dark.

-       Olha, cara! – Diz o tal do Edu, fugando, com o lenço no nariz, se apoiando no ombro de minha irmã - Eu não fiz nada com sua irmã, mano! Eu juro! – Diz, tentando se esconder atrás dela.

Olho para minha irmã, olho para ele, vi ele olhando, de relance, para o chão, olho tbm e lá estava a carteira dele caída. Bom, vamos ver quem é esse cara.

Faço a gentileza de pegar sua carteira. Abro-a, ok, não tão gentil assim, e tiro sua carteira de motorista sem a menor cerimonia. Eduardo Diogenes Neto.  Humrum. Desço a vista e vejo... 19 anos.  Minha irmã tem 15 anos, portanto, pelos meus cálculos, eu já tenho autorização para surra-lo até ele ficar inconsciente, não é?

-       Amor, olha pra mim, você tá bem? – Pergunta minha irmã de novo..  "amor"... ela nunca nunca disse um "eu te amo" pra mim -  Vamos pro seu apartamento! – Completou a menor de idade.

-        Ihhhh...Ferrou! Vai dar muita merda isso – Diz Dark.  Ele sabe das coisas. Olho para minha irmã com uma cara de demônio tão grande que acho que até o próprio Lucifer se assustaria.

-       Tayná, suba agora!!!!!! – Grito.  Ela soltou o "amor" de seu ombro tão rápido, que quase ele cai pela falta de apoio, e saiu chorando e falando um monte que nem escutei. Foi rumo a portaria. Foda-se, depois eu resolvo com ela.

Olho para o escroto. Talvez, com mais ódio que estava antes de saber que ele não era meu amigo Walter. Sim, agora era só eu e ele na escuridão.

-       Olha mano, eu não quero problemas, por favor! – Diz se afastando de mim, dando passos para trás, rumo ao seu carro.

Puxo ele pela gola com a mão direita, ele fecha os olhos, faz uma careta.  Vira o rosto. Preparado para levar um soco.. Falta de vontade, não faltou. Mas Dark me falou algumas coisinhas importantes no ouvido e, realmente, o filha da puta, mais uma vez, tem razão. Puxo ele para mais perto de mim. Quero que ele sinta meu ódio.

-        Para você, DOUTOR MAX, ok?

-       Sim, sim, mano, quer dizer, desculpa, Doutor Max...

-       Eu podia acabar com você agora, não é mesmo Eduardo?

-       Mas eu não..

-       Eu não quero saber o que você tem para falar. Você é maior de idade e está com minha irmã, dentro de um carro, a noite... que é menor de idade. Isso é crime, sabia disso???? – Dark pediu para levar por esse caminho, mas, quer saber? Era o que eu, naturalmente, iria fazer. Não dou tanto crédito a ele.

-       Você ta certo, ma.. Doutor Max! – Diz o playboy - Por favor, deixa eu ir na boa, por favor!! Eu não vou mais ver a Tainá, prometo!! – Completa. Vontade forte de surra-lo, mas tenho que seguir com o novo plano de redução de danos;

-       Então você sabe porque apanhou, Eduardo Diogenes Neto? – Pergunto, devolvendo sua carteira – Você sabe que podia te enquadrar como abuso de menor?

-       Han? Não doutor, por favor! Meus pais vão me matar!!!! – Diz o playboy. Será que ele não sabe, nessa altura do campeonato, que eu sou mais perigoso do que os pais dele?

-       OK, hoje estou até de bom humor – Minto. Respiro -  Vou te dar uma chance. Você vai voltar pra casa, vai dizer que levou uma surra de algum marginal que tentou te roubar, porque se você mencionar nossa conversinha amigável de hoje, eu vou enfiar um processo criminal de pedofilia no seu cú, entendeu? – Só hoje foi o segundo pedófilo que eu encontro. O primeiro morreu mais cedo, virou ketchup humano no asfalto. Sim, eu preciso contar como foi, mas em outro momento. Agora tenho que usar minha atenção plena no momento presente.

-       Entendi, doutor!! Entendi!! Eu não vou falar nada!

-       Muito bem!! Até porque você deve saber o que fazem um pedófilo na cadeia, não sabe? Você seria a mulherzinha de alguém. 

-       Não, doutor! Eu prometo!! Eu Não vou falar nada!

-       Cadê seu celular? – Pergunto, ainda seguindo novo plano de Dark.

-       Ta aqui, doutor – Diz tirando celular do bolso. O filha da puta é tão burro, que podia ter usado o celular para ver meu carro logo na batida, dessa forma, eu viria a cara dele, então, de certa forma, a culpa por quase ter morrido,  é dele também.  Se tivesse visto quem era antes... Não, eu iria surra-lo de toda forma...

Pego o celular dele.

-       Senha?

-       882020  - Responde. Senha tosca, mas ok.  Desbloqueio. Aponto a câmera frontal do celular para sua cara, que desbloqueia o seu whatsapp também.

Vou em buscar, digito a palavra chave "tesão", aparece uns 10 esquemas dele.  Homem é tudo burro, não apaga as evidencias, gosta de ficar olhando seus prêmios. Bato print de tudo e envio para o whatsapp de minha irmã, do seu "amor".  Eu preciso dela apoiando a surra que o seu "amor" acabou de levar.  Pronto, enviado. Agora, ainda nas conversas com minha irmã, bato vários prints sem ler, não consegui, não queria surtar. Envio todos os prints para mim. Pronto. Agora tenho a prova para deixa-lo caladinho.

-       Aqui – Entrego celular pra ele – Se eu te pegar olhando para  minha irmã só mais ... Vejo ele olhando para trás de mim, assustado. Não deu tempo olhar o que era. Apenas senti uma onda de choque fisgando nas minhas costas, como um paralisante beliscão (poderosamente elétrico), que irradiou, rapidamente (e intensamente), para todo meu corpo. E depois... não vi mais nada. Apaguei.

Meu amigo DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora