O copo

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A morte sempre será o maior prazer do homem

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A morte sempre será o maior prazer do homem. Sim, o homem busca um mundo sem dor, sem doença, um mundo de certezas onde ninguém é melhor do que ninguém, onde não existe desprazer, onde não existam conflitos, comparações... E esse mundo só existe na morte. E eu, bem, eu sou a condução para este mundo.

Hoje eu tinha dois tickets (apenas de ida) para esse mundo encantado. Um já foi usado, pelo marido de minha paciente (aliás, finado marido), Lívia, ele virou um ketchup humano. Sim, foi lindo. Sei que você está curioso para saber como foi. Tá vendo? Você também adora sangue! Mas aguente a curiosidade, contarei mais tarde porque agora estou prestes a dar o próximo bilhete premiado para a madrasta gostosa de Daniel, Amanda, que está na cozinha fazendo água. Sim, é isso que você ouviu; fazendo água. Tem uns 4 minutos que pedi um simples copo com agua e ela ainda não retornou. Talvez a dondoca nem saiba onde ficam os copos, tendo em vista que, pelo jeito, tudo aqui quem faz são os empregados. Nas minhas contas, por baixo, contei 6, até o momento. Um que veio correndo para abrir a porta ( e se sentiu frustrado porque quem abriu foi a própria Amanda), uma que estava limpando alguma coisa na mesa de jantar, duas na cozinha, uma que veio perguntar se eu queria alguma coisa e outro.. que nem sei a função... talvez para limpar a bunda dela.... Todos foram, em tese, educadamente convidados a nos deixar em paz pela Amanda. Assuntos íntimos, disse ela. Na verdade, eram assuntos homicidas, pensei.

Podia, com a impaciência que estou agora, ter ido na cozinha e surrada ela pela demora, mas isso iria facilitar muito o trabalho da policia, então aproveitei o tempo para bolar a entrega do seu bilhete; uma dose fatal de heroína (sim, estou com uma dose letal na agulha que está em meu bolso. Obrigado ao Ketchup humano, marido de minha paciente, aliás, finado, perdão, é que é recente o status de viúva dela, então me confundo).

Continuando; achei a droga na mesa dele (sim, ele era a porra de um escroto traficante) e pensei ; Ele não vai mais usar, né? Já Amanda... Para que jeito mais rico de se morrer do que de uma overdose? Não existe! Sempre foi a última moda mórbida dessa gente. Nem se preocupe, será bem tranquilo a picada. Coloquei uma dose de sonífero no drink dela que está, por enquanto, criando peixe, na mesa de centro da sala. Isso irá resolver qualquer resistência.

E eu, coitado, serei apenas a pessoa errada, no momento errado. O pobre, inocente e super preocupado psicólogo que veio prestar condolência a família pela morte de seu finado paciente e que, ao chegar naquela fatídica noite, encontrou sua madrasta ainda viva, mas que acabara de aplicar uma dose letal de heroína em si". White Death.

E tem mais! Agora conseguiremos até explicar o "suicídio" de Daniel, não é mesmo? Claro que sim! Pensa comigo; "Uma família inteira desestruturada (e amaldiçoada que nem os Kenedys ) pelas drogas". Darei o ganho pão da mídia abutre escrota.

Que tal meu plano?

O plano é improvisado, eu sei, mas, fala sério, é lindo! Não? Se Dark não tivesse de TPM, estaria batendo palmas pra mim.

- Teu cú! – Disse um ranzinza Dark

- Cadê os modos meu amigo obscuro? Não vê que estamos na presença de uma lady... Assassina, mas uma lady.

- Não dá para entender porque diabos você se identificou na porra da portaria!! Que merda foi essa???? – Questiona o nervosinho (e pelo jeito agora BURRO) Dark.

- Simples – Bufei de tédio pela pergunta imbecil - Todos centímetros desse prédio é vigiado e monitorado por câmeras, eu nunca que ia conseguir subir aqui sem me identificar – Respondo enquanto coloco minhas luvas cirúrgicas, calmamente.

- Então porque você não simplesmente não esperou para fazer essa merda fora da fortaleza dela? Chamasse ela para algum lugar bem distante, uma praia e...

- Porque para todo canto que essa puta anda, tem dez seguranças com ela, entendeu? seria mais difícil ainda. – Respondo tirando a seringa do meu bolso e pressionando a droguinha, fazendo-a espirrar um pouco no caríssimo sofá.

- Doc, cara, me escuta! Não foi ela! – Diz meu delírio travestido de Daniel – olha pra mim! – Diz e nem ligo, continuo meus preparos - na festa, naquela noite – continua o pentelho- ela não estava. Ta ouvindo?? – ouvindo eu estava, mas não estava escutando - Disso eu lembro! – continuou com a matraca - Lembro que fiquei ligando para ela para saber se ela viria e nada...

- Ta. Tá... Tá - me senti o professor Girafales - Ok! deixa eu te dá 5 minutos de atenção (Já tou fodido mesmo) – Respiro - Seguinte, Gasparzinho, lamento profundamente lhe dizer isso, mas você não é real...

- Como assim??

- Ora como assim?? Você é a porra de um delírio de minha mente filha da puta, entendeu agora? Ou quer que desenhe?!! – Digo com os dentes rangendo, travados de ódio.

Ele fica imóvel olhando. Continuo;

– Então para de encher a porra do meu saco, você escolheu o cara errado, não acredito em porra de espirito!! – digo vazando ódio pelos cantos da boca – Você é apenas uma porra de um delírio! UMA PORRA DE UM DELÍRIO!!!!

- PARA!!!!! EU – NãO – SOU – UM – DELIRIO !!!!!! – Gritou o zumbi. Ao mesmo tempo que gritou, de alguma forma, a porra do copo com o drink de Amanda (com a dose de sonífero que havia colocado) caiu da mesa e partiu-se no chão...

"É... definitivamente, Minha mente está afiada hoje..."

Meu amigo DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora