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Felicidade, para mim, é apenas ausência de dor

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Felicidade, para mim, é apenas ausência de dor.

Quando era adolescente, enquanto todos meus amigos sonhavam com seus carros, mulheres, sexo, drogas e rock and roll, meu maior desejo era: Passar um dia feliz. Somente um dia. Você já deve ter experimentado isso. Um mendigo já deve ter experimentado isso. Eu nunca.

Hoje, para mim, felicidade resume-se em conseguir passar alguns minutos sem pensar em morte, sem sentir dor, angústia, fúria, descontrole. Cheguei ao ponto que já nem anseio por passar um dia inteiro em paz, apenas metade de um dia já estaria de bom tamanho.

Não me lembro nem qual foi a última vez que fui dormir sem desejar não acordar mais.

Nada está ruim, mas a dor de viver dilacera minha alma. A busca por um sentido da vida continua um enigma.

Mas hoje eu ia dormir feliz. Como há muito tempo não sentia. Estava animado, pensando que deveria ter vindo pescar a mais tempo. É arriscado, sim eu sei. Mas, diante de toda dor e inferno que se passa dentro de mim, vale a pena! O risco eminente de morte, a dor, tudo isso acalma meus pensamentos. Acalma minha obsessão.

Eu poderia conseguir uma arma no mercado negro, ou levar uma faca para pescar, mas qual seria a graça disso? Minha parte serial killer não me deixaria em paz se apenas apertasse o gatilho. É uma falta de respeito com minha vítima. Cadê o envolvimento pessoal? A paixão?

Sim, hoje eu ia dormir feliz... ia...

Daniel estragou tudo. Meus impulsos, instintos, Dark, pedem-me para que eu o esfole. Mas sei que matar um paciente rico, poderoso, não seria bom para os negócios. Por outro lado, até onde sei, ele estava morto, não estava?. Foi o que Jane disse. Ele se matou. Não, ele foi assassinado, minha mente obsessiva me corrige.

Eu fui para seu enterro, mas lembrei que não cheguei a entrar, não vi o defunto. E se aquele enterro não foi de Daniel? De outra pessoa? E se tudo isso foi um mal entendido? Um maldito mal entendido. Sei lá, vai que a Jane ligou para outro paciente de nome Daniel, e foi esse que se matou...

Cheguei a duvidar até de meu raciocínio lógico; será que tenho outro paciente chamado Daniel? Dei um google rápido em meu hipocampo, não, eu não tenho nenhum outro paciente de nome Daniel. Aliás, nunca tive nenhum paciente com esse maldito nome. Somente aquele cretino. A porra de um morto-vivo.

De toda forma, se foi um erro de Jane, saberei em alguns minutos, e amanhã, caso positivo, partirei ela ao meio.

Um bombardeio de perguntas invadem minha consciência, sem nenhuma resposta ou explicação. Para um obsessivo como eu, ficar sem respostas, dói mais que uma pedra no rim. Já estou sofrendo antecipadamente o inferno que me aguarda mais tarde, caso não resolva essas equações.

Gosto da escuridão, sinto-me a vontade, mas não gosto de sentir meu raciocínio perdido na obscuridade. Muitas questões. Necessito de respostas.

Mas a pergunta principal não é se ele está vivo ou morto, foda-se o status de vida de Daniel. O que mais me incomoda nesse momento é: Por que diabos ele está me seguindo? Merda! Não tenho uma explicação também para isso. Apenas ódio. Apenas fúria.

Meu amigo DarkOnde histórias criam vida. Descubra agora