Eles acham que eu sou bom porque sou empático, por os entender como ninguém, mas eu os entendo porque vivo todo tipo de inferno em minha mente. Isso eles não sabem. Algo em mim identifica o que se passa no submundo deles. É como se eu me reconheces...
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Instintos são comandos primitivos, livres de regras sociais, é nossa parte animal inconsciente tentando nos mostrar o caminho. Escuta-lo demais, faz nosso animal interno nos dominar, viramos animais instáveis e impulsivos, escutar de menos, faz se meter onde eu me meti; na escuridão.
A última coisa que lembro foi, novamente, alguém chegando atrás de mim e tudo se apagou. Sim, um maldito Dejavu. Não, não é possível que tenha sido Daniel. Ele não teria tal poder sobre mim. O que senti foi real, mas também o que senti na praia ontem (Daniel me puxando pelo pescoço, evitando que matasse o cabeça de pomba amarela), havia sido real pra mim e, na verdade, foi apenas minha mente me ferrando... Então, já viu, né? Você botaria a mão no fogo se isso que senti, que me levou a apagar novamente, foi real? Pois é, nem eu botaria minha mão no fogo por mim, Jamais!
Não consigo ainda abrir os olhos. Más, ok, Já vi esse filme antes, pra ser mais especifico; ontem. Tudo pesa. A cabeça dói, bla bla blá... a mesma coisa. Devo ter caído de costas e aberto os pontos que foram feitos pelo açougueiro ontem.
Nota mental; Tenho que treinar novas maneiras de desmaiar que não seja querendo quebrar a cabeça. A última imagem que tenho é a do tal Eduardo, olhando por trás de mim. Vamos lá cara, volta! A Tayná ainda está com a porra do celular! Volta cacete!! Pede Dark, segurando uma vela na escuridão da minha mente. Eu não tou a fim de voltar! Me deixa em paz só um pouco! Digo cansado.
Você tem o controle! recupera essa porra! Insiste meu amigo obscuro. Pelo jeito, para ele me querer de volta dessa forma, as coisas atingiram um patamar do caos. Ok, vamos lá! Puxo o ar. Solto devagar. Puxo novamente. Tento sentir os odores. Sangue, medo, asfalto úmido... Conto, em minha mente, até 51 de três em três (isso é como se fosse uma chupeta para fazer meu cérebro recuperar a bateria no tranco).
Pronto, agora estou conseguindo escutar vozes, as sensações no corpo começam a voltar. Passei por isso ontem. Já tenho PHD nisso. Nota mental 2; quando voltar ao mundo dos vivos, instalar um retrovisor no meu ombro. Chega de gente surgindo atrás de mim!
- Eu não sabia que era ele! Doutor, eu não sabia que era o senhor! - Diz uma das vozes.
- Ai Meu Deus! Cadê a esse povo que não atende! – Diz a voz de minha irmã lá no fundo.
- Quer saber? Seu Fernando fez bem! Ele ia me matar! – Essa voz eu reconheço, é do tal amor de minha irmã.
- Cala a boca Eduardo! Você é um escroto!! – Fala minha irmã, ponto pra Dark! O plano deu bom!
Abro os olhos. Ainda tudo turvo, não me assusto, a visão vai voltar.
- Olha! Olha! Ele tá voltando! – Diz o dono da primeira voz com um luz na minha cara, me fazendo colocar a mão na frente. Ele viu que me incomodou e desligou a lanterna. A rua ainda escura, mas consigo ver uma farda e um bucho. É seu Fernades, o vigia da igreja que ficava circulando pela rua nas noites.