Capítulo 03

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Uma semana depois...

Depois daquela sexta sempre nos encontrávamos e curtimos assistindo um filme ou algo assim, a cada dia me encanta mais, os olhares trocados no trabalho , a gente combinava muito e qualquer pessoa veria isso, sabe o que disse sobre ele ter um ar de nerd? Sim, ele tinha, e aquilo era um charme. Estava muito apaixonada, ele não só ajudava o João, mas tinha comprado à sociedade de um antigo homem que tinha o negocio com o seu tio, e também trabalhava em um escritório de engenharia, era um dos sócios pelo que me falou, mas ele apenas participava das reuniões.

Estava pronta quando a Ravena buzinou para irmos para o campus. Ravena, estudante de psicologia também, porem era estava três semestres à frente nos conhecemos em uma palestra.

-boa noite amiga, como você tá? –perguntei

-Boa noite gata, estou bem tirando a ansiedade que tá me matando, espero muito que não tenha tirado nota ruim –falou

-Relaxa, a gente sabe que você passou, Ravena, convenhamos que você é uma das melhores da sua turma –falei

- e você e o Marcos? –perguntou

-Estamos indo, ele me parece um cara legal, hoje vamos sair depois da faculdade –falei

- A gente tem que marcar algo, depois que você está com o Marcos quase não saímos - ela falou me abraçando.

-Amiga eu trabalho também - falei

-Fico feliz que você esteja feliz você sabe –falei

-Sei sim amiga –falei seguimos até o campus falando asneiras. Quando chegamos cumprimentamos a galera.

Ravena era uma menina brilhante, lutou muito pra chegar onde estava ela é casada, saiu de casa muito nova e é uma das melhores pessoas que já conheci. Ficamos ali conversando asneiras ate a hora de entrar na sala de aula. Fomos para nossas salas e pegamos as notas e como o esperado depois de noites estudando consegui passar no semestre, era um alivio.

Depois de pegar as notas os professores encerraram o semestre como hoje é quarta feira, combinaram de passar as notas logo, quando recolhi meus materiais me retirei da sala indo para frente do campus e logo o vi encostado ao carro com uma camisa social azul bebê ele sorriu a me ver.

-Boa noite princesa. -ele falou e me abraçou

-Boa noite. -falei selando nossos lábios

-Vamos fazer o que hoje? -ele perguntou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

-Eu não sei, você escolhe. -falei já que na ultima vez eu preferi ficar em casa e comer macarrão e outras besteiras

-Vamos caminhar no parque, pode ser? -perguntou

-Pode sim. -falei e ele assentiu, mandei uma mensagem para a Ravena avisando que estava saindo, ela havia ficado conversando com a galera, entrei no carro com o Marcos no caminho passamos na minha casa.

Entrei em casa e fui me trocar, ele ficou na sala me esperando, escolhi em vestido florido bem delicado que eu tinha, quase nunca usava me sentia uma adolescente com ele, coloquei uma sapatilha e saí dali.

Quando saí do quarto ele estava sentado no sofá, pulando de canal em canal na tv, quando viu que cheguei me olhou tão intensamente que corei, senti a minha pele queimar.

-Você está linda. -falou e eu sorri

-Obrigada. -falei e saímos dali, quando chegamos ao parque compramos um sorvete já que estávamos em uma época quente. Começamos a caminha e conversar.

- Eu viajo fim do ano para ver os meus pais. -falei, havia um ano e meio que eu não os via, estava com saudade.

- É bom, só que o ruim é que vamos ficar longe.

- Só você vir comigo. -falei

-Tem todo um processo pra eu ir, muito corrido fim de ano na empresa, meu tio falou que você iria tirar uns dias mesmo, seu pai estava doente há um tempo né?

- Sim, mas ele já melhorou graças a Deus.

- Você saiu de casa bem jovem.

- Terminei o ensino médio aos dezessete anos, vim pra cá morar com uma prima da minha mãe, trabalhei e consegui alugar uma casa e como eu cuidava de bebês desde os quatorzes eu tenho um bom dinheiro pra me sustentar, sou bem organizada nas despesas. -falei

- Você merece tudo de bom Daiane -falou e eu sorri

- Meu sonho desde bem pequena foi fazer faculdade, meus pais levam uma vida simples sabe e sei que eles fizeram tudo que podiam, mas às vezes ainda os ajudo escondida porque não querem aceitar o dinheiro que eu ofereço, então mando como se fosse meu tio - falei e ele riu

- Você tem um coração de ouro, esse é um dos muitos motivos que tenho para amar você. -falou e eu o olhei surpresa

- Tá brincando ne? Tem um mês e meio que nos conhecemos - falei

- o amor não tem nada haver com o tempo, você pode passar seis anos com a pessoa, mas isso pode não ser amor, alguém que você conheceu há um mês e meio pode amar mais que uma pessoa que você conhece há dez, o tempo é apenas um mero detalhe, e o amor não tem nada haver com tempo, é energia, é alguém que te faz bem. -ele falou e eu sorri, ele falou de um jeito tão profundo que me tocou e surgiu a duvida, será que eu também o amava?

Andamos de mãos dadas por um bom tempo até parar em um banco para conversar, ficamos olhando as crianças, casais de jovens e de idosos passear e eu queria aquilo, mas o medo de ter que mudar meus planos me atormentava, eu sabia que o Marcos era sempre muito compreensivo mas na idade dele, o que ele queria?

- Não quero que se sinta pressionada a falar que me ama, isso é uma coisa que eu sinto e não quero que você se obrigue a fazer o mesmo, cada um tem o seu tempo, vi que ficou muito pensativa, não quero que se sinta obrigada – ele falou e entrelaçou nossos dedos e aquele encaixe era uma coisa de outro mundo, nunca me senti tão bem com alguém.

- queria congelar a gente no tempo, medo de tudo isso acabar - falei e ele alinhou os lábios em uma linha reta, como se estivesse preocupado com algo.

- Só vai acabar caso você queira. – falou

- E o seus pais? Você nunca fala deles?

- Meus pais são uma coisa complicada, são muito cheios de si, sendo sincero eu meio que fui criado pela minha avó Ana Lucia, meus pais não tinham muito tempo. –falou

- Mas acredito que era bom não é? Ser criado pela sua avó? –perguntei

- Sim, teve um tempo que eu sentia falta da minha mãe mas entendi desde cedo que ela tinha coisas a cuidar, eu amava ficar com a minha avó, tenho certeza que se tivesse vivido e sido educado com meus pais eu seria uma pessoa bem rude –falou

- Entendi, mas talvez os seus pais sejam assim porque foram criados dessa maneira –falei

- É, a minha avó é um caso a parte porque veio de uma família simples, meu avô brigou com toda a família para continuar com ela, meu avô morreu jovem, eles tiveram apenas um filho o meu pai, que o meu bisavô que ainda era vivo na época educou-o para tomar conta da empresa, isso acabou o tornando muito rude, a minha avó ainda tentou intervir, mas não adiantou, pra completar meu pais se casou com a minha mãe que sempre teve tudo que quis, aí você já viu o rumo que tomaram as coisas, meus pais estão ate hoje juntos mas não os vejo em um casamento feliz, são apenas negócios e mais negócios, minha família é um pouco louca, desunida, tenho apenas um primo distante que se chama George, enfim, é muita coisa não é? –falou

-Sim, imagino que tenha sofrido muito –falei

-Vamos mudar de assunto? Não gosto muito de falar da minha família –falou e eu assenti.

- vamos tomar um sorvete? –perguntei

-Vamos – nos levantamos e fomos até uma sorveteria ali perto e ficamos conversando até a hora de ir embora.

O Amor para AneOnde histórias criam vida. Descubra agora