O Amor para Ane

Capítulo 1

'O Amor para Ane.'

"Amar, errar, arriscar e acertar... Para Ane tudo é nessa sequência e então você se arrisca a amar quando tudo dá errado para você?"

Todos me chamam de Ane, apelido que ganhei na infância, tenho 20 anos e moro sozinha em uma cidade no sul do país, meus pais moram no interior e eu vim para cidade pra estudar e correr atrás dos meus sonhos, trabalhei desde meus 14 anos sendo babá e guardei o dinheiro para estudar e hoje faço minha faculdade de psicologia, minha família não tinha como pagar minha faculdade então resolvi vim morar na cidade pelas diversas oportunidades, antes trabalhava em um café e ganhava o suficiente para me manter fazendo turnos extras, o que pesava um pouco para mim.

Bom, desde então minha vida é essa, trabalhar e estudar, minha vida amorosa é um fracasso desde que me entendo por gente, eu sou uma romântica incurável dessas que acredita que hora ou outra o amor vai bater na minha porta e vamos casar, ter filhos e viver o felizes para sempre, mas até hoje mal conheci esse tão esperado alguém. Penso as vezes que estar sozinha seja melhor, afinal fico longe das decepções, meus pais se casaram ainda jovens e eu nasci quando eles tinhas menos de vinte anos, mas cada um tem seu tempo não é?

A Ravena, minha melhor amiga, me pede para ter calma que na hora certa vai acontecer tudo que eu desejo, talvez seja isso, paciência Ane. A ironia da vida, a pessoa vai ser psicóloga e mal sabe lidar com as próprias carências, sorrio sozinha enquanto finalizo o banho.

Hoje começo em um novo emprego, secretária em uma concessionaria, isso ajudará bastante com as despesas já que, me arrumo e às oito horas em ponto estou em frente à empresa, meu pai conhece o dono e pediu a ele para me ajudar a arrumar um emprego melhor e então me chamou para trabalhar com ele, a empresa tem porte médio ate onde sei. Assim que criei coragem entrei naquele ambiente que era agradável, o chão de porcelanato branco brilhava, as paredes na cor creme, tudo estava em seu devido lugar, ao entrar encontrei o senhor João, o dono da empresa, que me recebeu com um abraço aconchegante, o conheço desde muito pequena, ele e o meu pai foram muito amigos na época da escola, sempre ouvi as traquinagens que os dois faziam.

- bom dia, como o senhor está? -falei quando saí do seu abraço

-Bom dia, estou bem minha querida e você como está? Como estão os seus pais? –perguntou

-Estou bem, os meus pais estão ótimos, obrigada por perguntar- falei

-estava mesmo esperando por você, tenho uma reunião daqui a meia hora e tenho que sair para não pegar trânsito, deixarei Marcos, meu sobrinho que é gerente e sócio te explicar como funcionam as coisas, cumprimentei o homem que se encontrava ao lado dele, seus olhos eram verdes e era um pouco mais alto que eu, seu perfume amadeirado tomava conta do lugar e só então me dei conta que não parava de encara-lo então desviei rapidamente o olhar. 

-Prazer em conhecê-lo senhor Marcos - falei estendendo a mão para cumprimenta-lo

- O Prazer é todo meu senhorita - falou segurando a minha mão.

O João se retirou e ficamos nós dois ali ele me levou ate a sala onde eu ficaria era bem aconchegante, o Marcos me mostrou o resto empresa e me explicou como funcionavam as coisas, as funções, regras e tudo que era necessário.

-Qualquer coisa que não entender você me fala - eu sorri assentindo e ele se retirou.

Fiquei ali o resto do dia cuidando de umas papeladas e adiantando um pouco o trabalho, quando deu seis horas da noite comecei a organizar minhas coisas, hoje eu teria uma prova, quando tranquei a sala bati frente com o Marcos.

- como foi o primeiro dia? -ele perguntou com um sorriso nos lábios

-Foi ótimo, bem tranquilo - falei sorrindo boba e então começamos andar lado a lado, sentia uma leve tensão ali, sempre fui muito tímida, chegava a ser estranho, mas pelo menos hoje em dia eu não gaguejo mais ao falar com pessoas, sofri muito com isso durante a adolescência.

- Você quer uma carona? –perguntou quando entramos no elevador.

- Não quero incomodar você! -falei e ele sorriu negando com a cabeça.

- Você não vai me incomodar, eu ofereci a carona, passa seu endereço. –ele deu um ultimato e falei onde morava, sei que era loucura ne, passar o endereço pra um completo estranho. Quando o elevador parou, saímos juntos e ele me levou ate o carro e abriu a porta para mim, eu achei tão bonitinho, parecia coisa de filme, já na estrada eu reparava ainda mais nele, o relógio de ouro combinava perfeitamente na sua pele branca e com as mangas da camisa social dobradas, exalava um ar de masculinidade e ao mesmo tempo de nerd, eu adorava aquilo.

- Mora há muito tempo aqui? -ele perguntou quebrando o silencio que havia ali

-Moro há quase quatro anos-falei e ele assentiu

- se eu estiver invadindo a sua privacidade é só me falar – ele disse

-Tudo bem, eu não tenho nada a esconder - falei e ele piscou o olho para mim, e o que foi aquilo?

- Que bom então – falou

Não demorou muito e eu estava em casa, me arrumei quando a Ravena buzinou em frente eu já estava pronta, entrei no carro e saímos dali.

-E então como foi o primeiro dia no trabalho? –perguntou curiosa

-Foi bom, primeiro dia ne, não tenho muito o que falar, o João eu conheço há um tempo já o resto não. Muito cedo pra definir. –falei

-E gatinhos amiga? Nesses lugares o que mais tem é homem gostoso –disse me fazendo rir, a Ravena sempre foi mais solta que eu, linda por natureza, e co um coração lindo, melhor pessoa que começo.

- Até agora eu não conheci os outros mas tem o Marcos, sobrinho do dono, achei ele gatinho, bem nerd –falei sorrindo

-você e sua mania de se interessar por homens com cara de bobo, toma cuidado Ane. –falou pelo meu histórico com homens muito quietos, no fim lobos em pele de cordeiro.

-Eu sei, não tenho sorte com homens, seria muita burrice ter aceitado carona dele hoje? –falei e Ravena me olhou e depois voltou a olhar para o transito.

-Isso foi de uma estupidez sem tamanho, Daiane, pensa aí se o cara fosse um psicopata, você é doida. –falou

-Calma amiga, foi só uma carona, nada demais. –falei

- mudando de assunto, vamos sair hoje depois da prova, o Henrique vai levar aquele amigo dele gatinho, vai ir mais uma galera da faculdade. –falou

-acho que não, trabalho cedo amanhã. –falei enquanto ela estacionava o carro.

-Depois fica dizendo que precisa sair, mas não aceita os meus convites. –falou e eu sorri

Saímos do carro e fomos para nossas salas, eram salas diferentes, a Ravena estava períodos a minha frente. Entrei na sala e sentei ao lado da Giovana, uma amiga da faculdade.

-Oi, como você ta? –perguntei a mesma

-Estou bem, aí amiga, estou preocupada com essa prova, não posso tirar nota baixa –falou apreensiva.

-Fica tranquila, vai dar certo –falei, logo o professor entrou na sala explicou como funcionaria a prova, protocolo de sempre, enfim depois de uma hora e meia terminei, Giovana havia terminado cinco minutos antes, entreguei a prova ao professor e vi a Giovana me esperando no pátio.

-Vamos sair com as meninas hoje? –perguntou

-Aí, eu não vou não, trabalho cedo amanhã –falei

-Anne, vou ter deixar em casa antes de ir pro bar –Ravena falou quando se aproximou , apenas assenti e me despedi de Giovana. Fomos conversando amenidades durante o caminho, a Ravena tinha o dom de animar qualquer pessoa ao seu redor, assim que chegamos em frente a minha casa desci do carro e me despedi, entrei em casa morta de cansaço, tomei um banho, comi um miojo e deitei, estava exausta.

No dia seguinte me arrumei e fui para o trabalho era a mesma coisa de sempre, minha rotina não mudava.

[...]