Quando o olhar ingênuo e amedrontado de uma misteriosa criança, cruza com o protetor e feroz da determinada guarda municipal, Lalisa Manoban, o destino de ambas se entrelaçou de imediato e mudaria drasticamente. Em meio à uma ameaçadora corrida cont...
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LALISA
Quem é Lalisa Manoban de fato? As vezes eu fazia esse questionamento a mim mesma. Aos sete anos, eu era apenas uma criança quebrada, abandonada. Após a adoção, eu me permiti sentir um mínimo de felicidade, mas sempre sentindo aquele incômodo vazio deixado por meus pais. Algumas pessoas me falavam que eu precisava entender a decisão da minha mãe, sobre ter me deixado. Mas, como eu poderia entender tal ato? Que tipo de explicação existe para que uma mãe simplesmente abandone um filho? Não, eu realmente nunca consegui entender, e já não faço mais questão.
Eu batucava com os dedos na mesa enquanto divagava em meus pensamentos. Até ser interrompida por Eun-Na, que saboreava com vontade duas fatias de pizza.
- Ei pequena! Vai com calma, ainda tem bastante!
- Nunca comi isso, é muito bom! - Respondeu com a boca cheia.
- Como assim pequena? Nuca comeu pizza?
- Não, ele nunca deixava.
- Ele quem? - Ela tensionou assim que percebeu que havia falado algo que talvez não estivesse pronta. - Pequena! Não irei te pressionar, mas você sabe que pode confiar em mim, certo? - Ela assentiu. - Então, quer conversar? Me contar o que machuca o seu coraçãozinho? Eu sou sua mãe agora, não tem porquê sentir medo.
Alguns segundos de silêncio, e ela seguia de cabeça baixa. Decidi esperar até que se sentisse mais confiante, pressiona-la pode ser pior e acabar prejudicando nossa relação. Deixei que acabasse de comer, e ficasse mais tranquila, então eu tocaria no assunto novamente. Os dias iam se passando, e estávamos na mesma, precisava de respostas ou do contrário, seria mais difícil mantê-la comigo.
Acabamos por por continuar naquele silêncio constrangedor por mais um tempo. Ela apenas me olhava como se quisesse falar algo, e não conseguia. Levei a minha mão até a sua, fazendo carinho de leve, tentando mostrar a ela que eu estaria ali, para o que fosse preciso. Me surpreendendo, ela quebrou o silêncio ali presente, e senti que a hora havia chegado, ela realmente falaria.
- Mãe, você acha que eu sou uma péssima filha?
- Quem te disse isso? - Fiquei assustada com a pergunta.
- Eu acho que nem todas as mães amam seus filhos de verdade, mas não sei explicar o porquê
- Na verdade, eu também não sei pequena. Existem pessoas ruins, sendo mães ou não, elas simplesmente escolhem isso.
- Eu acho que minha mãe não me amava! - Ela abaixou a cabeça e pude ouvir um pequeno suspiro escapar.
- Por que você acha isso? - Obviamente eu sabia que a mãe dela deveria não valer nada, afinal de contas, quem em sã consciência abandonaria uma criança naquelas condições?
