Quando o olhar ingênuo e amedrontado de uma misteriosa criança, cruza com o protetor e feroz da determinada guarda municipal, Lalisa Manoban, o destino de ambas se entrelaçou de imediato e mudaria drasticamente. Em meio à uma ameaçadora corrida cont...
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Calvário
[Figurado] Longo sofrimento, martírio.
LALISA
Quando somos crianças e caímos, nosso primeiro instinto é correr para os braços de nossa mãe. Era o que eu fazia até os meus sete anos de idade. Sentia uma segurança que para mim duraria por muitos anos; mal sabia que acabaria alí mesmo. Quando fui abandonada me questionava sobre as poucas coisas que entendia por ainda ser muita nova, e a cada vez que eu tentava entender a situação, pior eu ficava.
Quando é que uma mulher se torna mãe, de fato? A resposta para essa questão veio para mim em forma de anjo chamado Eun-Na. Se alguém me dissesse que mãe é só quem carrega por nove meses e sofre a dor do parto eu mandaria educadamente tomar naquele lugar, eu sou mãe e ninguém pode dizer o contrário disso. Não gerei Eun-Na, não sofri horas em um parto, não amamentei e não a tive comigo por quase sete anos, mas ela era minha. Assim que a vi pela primeira vez naquele beco eu senti que precisava ser a mãe dela.
Somos julgados por tudo que fazemos e deixamos de fazer, porque a sociedade é hipócrita demais se preocupando com as vidas alheias ao invés de fazerem o bem a alguém como minha filha, não é difícil deduzir que todos os dias outras crianças passam por essas situações de vulnerabilidade sendo negligenciadas e agredidas dentro da própria casa.
Eu sei exatamente onde errei e ainda assim não considero um erro de fato. Eu escolheria salvar minha filha quantas vezes fosse necessário sem me importar com as consequências das minhas escolhas. Eu admito ser julgada por ir contra a lei, mas não aceitaria Julgamento algum por ter cuidado e amado meu anjinho.
A medida que as horas iam se passando nosso tempo ia acabando, tudo que eu conseguia pensar era nas possibilidades de que tudo desse errado. Jennie estava bem mais confiante do que eu e eu precisava acreditar no que ela dizia. Aparentemente tudo estava correndo bem, mas minha preocupação não findava por nada no mundo, o medo me corroía a cada segundo.
[...]
- O que faço agora? Durmo, espero eles chegarem e a levarem de mim? - Questionei Jennie.
- Eu te disse que essa seria a parte difícil já que a criança está muito apegada a você, mas não precisa surtar ou pode estragar todos os meus planos. Chaeyoung vai cuidar da menina, não se preocupe.
- Eu não queria ter que envolve-la em nada disso, Chaeng!
- Eu sei, Lisa, mas eu quero ajudar! Nós sabemos que não existe ninguém melhor para ficar com a Eun-Na, então lute por ela.
- Eu sei de tudo isso, mas ainda dói muito pensar que amanhã a essa hora não estaremos sob o mesmo teto. Me frustra descumprir as promessas que fiz a ela, ainda que seja temporariamente.