Quando tudo vier à tona

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EUN-NA

Apesar da pouca idade eu entendia muito bem algumas coisas que julgavam difíceis para minha idade. Desde que aprendi a ler e escrever, esse caderninho se tornou meu melhor e único amigo. Na minha cabeça, todas as crianças viviam em lares felizes, tinham pai, mãe e irmãos, mas isso tudo não passava de ilusão, sonho. Já ouvi minha mãe falando várias vezes que nunca me quis e eu não passava de um acidente indesejado, devia ser por isso que ela nunca se importou muito comigo.

Como eu teria que me virar sozinha, se eu sou apenas uma criança? É tudo tão horrível, as pessoas na escola são cruéis e zombam de mim, dizem que não tenho mãe que sou suja e desleixada, eu tento manter uma boa aparência, mas como disse, sou apenas uma criança e não tenho noção de algumas coisas; noção de coisas que uma mãe deveriam fazer por um filho.

Viver com ela e Jimmy, é como uma prisão solitária, sem amigos, família e afeto. Nunca me importei em ter brinquedos e outras coisas que crianças gostam, eu só queria ser feliz; no entanto, nunca soube o que era esse sentimento. Ser agredida fisicamente era ruim, mas nada era pior do que olhar para ela e, ver que não sentia nada por mim, seus olhos não tinham vida, não tinham brilho algum; era morta.

As inúmeras marcas em meu corpo, não eram piores que as deixadas em meu coração.

Em meio a tanta tristeza eu ainda me permito sonhar, não sei se acredito que algo vá mudar, mas prefiro me iludir e viver presa nessa bolha de felicidade inventada, do que presenciar o desprezo deles comigo.

Um dia eu vou ser feliz, e tudo isso vai ficar pra trás.

🧩

Amanhã quando eu acordar será mais um dia comum em minha vida, tudo estará em seu devido lugar, assim Lalisa pensava, recostada na cabeceira da cama observando Eun-Na e Chaeyoung dormir profundamente.

Mas quem disse que a vida era tão simples assim? Acordar no dia seguinte e ter todos os seu problemas resolvidos num estalar de dedos. Infelizmente, as coisas não funcionavam assim e, ela sabia bem disso. A cabeça de Lisa fervia a ponto de entrar em combustão, quanto mais o tempo passava mais se sentia acuada.

Olhava fixamente para Chaeyoung dormindo tão serena e Eun-Na agarrada ao seu corpo, a situação estava longe de ser das melhores e, estar sob controle, mas de certa forma, ambas passavam força para Lisa. Lalisa nunca falhou como filha, e muito menos em sua profissão; não seria agora que faria isso.

Enquanto era perturbada por seus próprios pensamentos, ouviu seu celular tocar. A tela piscava mostrando o nome de Jennie, Lalisa atendeu rapidamente, eufórica.

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