Bomba relógio

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[ Bomba relógio ]

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qualquer coisa com uma reação retardada potencialmente perigosa.

LALISA

Em algum momento da minha vida cheguei a acreditar fielmente que não havia felicidade para mim, afinal, pessoas quebradas quebram pessoas. Essa é uma perspectiva que me acompanhou por muitos anos, mesmo depois de ter sido adotada e acolhida por pessoas que me deram muito mais do que bens materiais.

Eu tinha uma pai e uma mãe como toda criança deveria ter, era assim que as coisas funcionava na minha cabeça quando criança. Eu era feliz.

O que eu não sabia, era que essa felicidade tinha um prazo de validade como se fosse um alimento prestes a vencer.

Em um dia você tem tudo que precisa para ser feliz, no outro, você simplesmente perde tudo. Eu era uma criança sem perspectivas grandes, ou sonhos inalcançáveis, o simples me fazia feliz.

Eu tinha todos os ingredientes necessários para me tornar uma pessoa fria e amarga; abandonada, sozinha e sem ousar sonhar com mais nada. As questões que rondavam minha mente eram sempre as mesmas; uma mãe, pode deixar de ser mãe do nada? Simplesmente perder a vontade? A Lalisa de sete anos pensava que sim.

Eu cresci e encontrei quase todas as respostas que precisava. As que não encontrei por conta própria, recebi no dia em que vi Eun-Na pela primeira vez; eu me vi. Entendi que eu não era exclusiva se tratando de abandono, eu não fui a primeira e, nem seria a última criança a ser deixada naquelas condições.

A diferença era que fui deixada em um bom lugar onde não me faltou o que comer e vestir, mas aquela criança não tinha nada. Nem mesmo levando em consideração as roupas velhas, a pequena mochila que cabia apenas objetos pequenos, os pés cobertos por tênis estarem gastos e os olhos vazios de qualquer sentimento; ela realmente não tinha nada.

Eu tinha plena consciência de o que fiz não foi certo, mas, se estamos falando do que é certo, seria justo ignora-la? Deixa-la lá simplesmente por não querer me comprometer? Não! Eu fiz o que tinha que fazer e irei arcar com cada consequência das escolhas que fiz, se no final de tudo minha filha estiver bem, segura e comigo, tudo terá valido a pena.

Ao chegarmos no prédio em que ficava o apartamento de Jennie, Chaeyoung ainda estava um pouco assustada com o ocorrido; quem poderia culpa-la? Aquela situaçao era algo que eu já estava acostumada levando em consideração minha profissão, mas ela, ela não estava. Óbvio que estaria em choque.

Em todo o trajeto até chegarmos ao apartamento não soltei sua mão, ainda no elevador, a envolvi em meus braços. A voz da razão dentro de mim dizia para não me apaixonar por Chaeyoung, não envolve-la na minha bagunça pessoal e não prejudica-la; mas a voz da emoção claramente estava vencendo esse embate, como eu poderia não me apaixonar por ela?

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