Quando o olhar ingênuo e amedrontado de uma misteriosa criança, cruza com o protetor e feroz da determinada guarda municipal, Lalisa Manoban, o destino de ambas se entrelaçou de imediato e mudaria drasticamente. Em meio à uma ameaçadora corrida cont...
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[ DECLÍNIO ] – do Latim declinare; Estado de decadência; condição do que está ruindo.
Lalisa nunca se considerou a pessoa mais corajosa do mundo, não até entrar para a academia de polícia e provar para si mesma, que poderia ir além de suas expectativas e ser forte como nunca fora antes. Aprender a superar cada limitação física e mental, era seu maior objetivo; Havia dias em que ela se sentia como uma leoa pronta para tudo, em outros, sentia-se apenas como uma criança indefesa precisando de colo.
Por muitas vezes ela engoliu o choro para não demonstrar suas fraquezas diante dos outros, o que não era nada bom; Visto que uma hora ou outra, todas essas lágrimas engolidas se manifestariam. Não há alegria que dure para sempre, ou dor que nunca acabe. Era esse o dilema de Lalisa.
A questão é, até quando?
É difícil de acreditar que sua vida deu uma guinada à 360° de uma hora para outra. Era exatamente assim que Lalisa se sentia agora. De mãos atadas e oprimida, não acreditava ter feito as escolhas erradas, jamais se arrependera de ter salvo Eun-Na e tornado-se mãe da garota, mas se dissesse que não estava temerosa por tudo que ainda viria a acontecer, estaria mentindo.
Assistia o sol se abrir vagarosamente lá fora, enquanto fitava Chaeyoung dormir serenamente ao seu lado. Ainda tentando assimilar tudo o que a loira havia lhe contado na noite passada pós bebedeira, e fez uma nota mental de não deixar mais Chaeyoung beber para o seu próprio bem.
Recostada na cabeceira da cama com as mãos pousadas atrás da cabeça, admirava cada detalhe do rosto de Chaeyoung - Tão linda, murmurou. A loira estava deitada de bruços com os braços sob o rosto apoiando sua bochecha esquerda levemente rosada, os cabelos platinados espalhados por todo o travesseiro e uma mecha pendia sobre seu rosto, os lábios entreabertos e uma respiração serena fazia um ressonar que Já se tornava o som favorito de Lisa.
Se perguntava como alguém poderia simplesmente magoar outra pessoa, da forma como Chaeyoung fora. Aos olhos de Lisa, Chaeyoung era doce, engraçada, forte e decidida e merecia alguém que soubesse admirar todas as suas qualidades, amasse cada mínimo detalhe seu e até mesmo seus defeitos. Sabe qual a grande ironia disso tudo? É que no coração de Lisa, esse alguém não pode ser outra pessoa, além dela. Poderia ser difícil admitir em voz alta que estava se apaixonando por ela, mas não negaria isso a si mesma.
Lisa havia estranhado o fato de Eun-Na não ter ido para sua cama de madrugada, como costumava fazer, resolveu dá uma rápida olhada na garota e comprovou o óbvio, ela estava dormindo tranquilamente, agarrada ao seu inseparável Olaf.
A passos largos retornou para o quarto, Chaeyoung se remexia na cama e Lalisa murmurou para si mesma: Tão linda! Pedindo a Deus mentalmente para que aquela visão de Chaeyoung deitada em sua cama, durasse por mais tempo.
