2 - Família de Coração

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"Onde senão no cavalo encontramos nobreza sem arrogância, amizade sem inveja e beleza sem vaidade."

Camila cavalgava com um sorriso enorme no rosto, fazer isso toda manhã era o que a fazia ter um dia melhor, era o seu ritual. Sentir o vento bater em seu rosto, sentir seus cabelos voarem, o cheiro da natureza, ela amava cada detalhe daquele rancho, desde o primeiro dia em que chegou ali. Parou em frente ao estábulo e desceu do seu cavalo e acariciou o pescoço do mesmo, que em forma de agradecimento relinchou.

— Muito bem Pégaso - acariciou a crina do cavalo, ele tinha os olhos vidrados em sua dona, ela tirou um torrão de açúcar do bolso e levou até a boca do cavalo que com cuidado o comeu - mereceu essa recompensa garoto - deu batidinhas no pescoço do cavalo.

— Hey Mila - ela deu um passo para o lado e inclinou a cabeça para a voz que a chamava - saiu cedo hoje.

— Cai da cama - Camila sorriu e afagou o focinho do cavalo - você também chegou cedo hoje Henry, deu percevejo no seu colchão?

— Ha Ha, muito engraçada você - o rapaz fez sinal com as mãos na direção dos três cavalos que estavam atrás de Pégaso, os três entram com calma para dentro do estábulo - você não me deixa fazer o meu trabalho - ele bufou - eu que deveria andar com os cavalos pela manhã...

— Besteira sua - ela puxou a rédea de Pégaso e o levou até o redondel que tinha ali perto e o soltou lá dentro - já tomou café?

— Claro que não - ele gritou de dentro do estábulo, estava colocando os cavalos em suas baias - você sabe que eu não tomo café em casa só pra tomar o café da dona Inês.

— Vou fingir que eu não sabia disso, acho que o café já deve está pronto - Camila fechou o redondel e gesticulou com a cabeça para que Henry a seguisse.

Caminharam em direção a casa e encontraram dona Inês abrindo a porta com uma caneca de café em sua mão, dava para ver que estava bastante quente por conta de toda fumaça que saia da xícara.

— Dia vovô Inês - Camila falou assim que retirou seu chapéu preto e o deixou pendurado na parede - as meninas já chegaram?

— Estão colocando a mesa - a senhora falou e viu sua neta se aproximar e pegar sua mão, deixando um beijo nas costas da mesma - mais uma vez acordou querendo voar pelo rancho?

— Fala pra ela me deixar fazer meu trabalho dona Inês - Henry falou fingindo irritação.

— Não posso cortar as asas da minha pequena - a senhora sorriu para sua neta e o rapaz bufou - vamos comer, o dia vai ser longo e vocês sabem...

Entraram pela porta que já dava na cozinha, todos tiraram as botas e passaram pela cozinha e entraram na grande sala onde a mesa ficava.

— Gael se você não parar de brincar com essa comida agora garoto - Dinah falou e semicerrou os olhos - Mani fala com seu filho...

— Cadê a moral? - Camila perguntou com deboche e a loira alta a fuzilou com os olhos e se segurou para não mandar o dedo do meio para a amiga.

— Gael, escute sua mãe - Normani falou entrando na cozinha, trazia em suas mãos um prato com ovos mexidos e uma cesta com pães - bom dia família.

— Mas ela fez rostinho na minha panqueca, olha - o pequeno de cabelos cacheados mostrou o prato - eu só estava fazendo a voz do rostinho...

— Dinah! - Normani olhou na direção da esposa, a mesma estava sorrindo amarelo e se escondeu com um guardanapo de pano quadriculado.

— Seu traidorzinho de uma figa - Dinah falou baixinho e seu filho começou a rir com a boca cheia.

— Minha mamãe - uma voz fininha ecoou na cozinha e atraiu a atenção dos olhos castanhos.

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