21 de outubro, segunda-feiraToast to the ones that
we lost on the way.Sina Deinert
Joalin fez de tudo para entrar na minha casa logo pela manhã. Nunca pedi tanto para que o garotinho chegasse rápido e me levasse para a escola, mas isso não aconteceu. Joalin entrou e viu a situação da casa que eu não tive tempo de arrumar, cheguei tarde ontem e o estrago que meu pai fez era demais para o meu corpo cansado. Também impedi que o garotinho entrasse. Cometi uma sucessão de erros.
O maior de todos? Tomar café com Joalin.— Estrutura. Você teria uma vida estruturada, e não aquela bagunça que você chama de lar. A sua mãe morreu e não organizou nada, Sina. Se um dia Alex teve dinheiro como eu pensava que tinha, não deixou nada para você. Eu olhei sua conta no banco, seu saldo está acabando. Como você tem gastado esse dinheiro? A propósito, quando você parou de trabalhar? Por que você começou a trabalhar? Eu podia ter te dado uma vida melhor há muito tempo, Sina.
— Você pode parar?
Coloco as mãos na cabeça tentando segurar a raiva. Em menos de quinze minutos ela já falou mal da minha mãe, do meu pai, de mim, do meu trabalho na floricultura e da minha escola. Já me chamou de irresponsável e imatura de vários jeitos diferentes e isso parece não ter acabado ainda. Olho a mensagem do garotinho de novo, ele disse que ia ficar me esperando na frente da cafeteria mas depois mandou outra mensagem, avisando que ia precisar ir falar com o treinador.
"Se você me chamar,
eu vou correndo.""E você devia ter me falado sobre
seu pai, estou bravo com você."Sei que ele não está, pois logo em seguida manda uma mensagem dizendo que ainda está comigo. Sei que ele está, saber disso é a única coisa que ainda não me fez explodir. Minha tia não para de falar sobre como sua vida perfeita poderia ser minha vida perfeita, mas eu ainda prefiro a minha vida cheia de falhas. Meu pai que me odeia e pode me machucar com palavras está por perto, mas Wendy e Marco também. E nem se eu fosse obrigada eu me afastaria deles.
O garotinho está aqui também e isso é suficiente.
— Joalin...Tia... Merda- sussurro a última palavra, a loira não gosta de palavrão— Eu não vou para Finlândia, sinto muito. Eu estou ótima aqui.
— Você está bem agora, sei disso. Mas eu estou falando do seu futuro. Sina, eu posso fazer isso por você. Seria horrível da minha parte deixar a filha da minha irmã abandonada naquela casa.
— Aquela casa... era o lugar favorito da sua irmã, sabia? E ela me criou lá, sempre amou aquele lugar. Eu vou ficar aqui, Joalin.
— Eu posso te dar muita coisa! Sina, você pode trabalhar com o meu noivo ajudando nas pesquisas, sei que você é boa em ciências.
— Quero fazer um ano sabático, só isso.
Quero sair de perto de você, só isso.
— Faça um ano sabático na Finlândia.
— Eu não quero!- tampo meus olhos e faço força contra mim mesma. Isso é chato— Desculpa, mas eu não quero ir embora. Eu tenho família aqui, tenho amigos e eu gosto da minha escola.
— Que família? Ah, meu Deus. Sua mãe sempre teve uma mania de ficar se escorando em outras pessoas e agora você também.
— Meu Deus, você realmente amava minha mãe?- olho para minha tia e apoio meus braços na mesa— Você não apareceu no velório, você sempre criticou a maneira que a minha mãe me criou e sempre quis mostrar como você teve uma vida melhor que a dela. Você pode ter o que for, Joalin, mas a minha mãe teve uma família e ela era satisfeita com a filha e com o marido que teve. Ele tinha um casal de melhores amigos maravilhosos e nunca lhe faltou nada.
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Until the last dance
FanfictionO verão estava acabando. As aulas começariam em breve. As coisas já estavam começando a tomar seu ritmo normal, o trabalho na floricultura havia voltado há uma semana, porém só naquele dia o movimento ficou intenso, assim como ficav...