SEIS

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3 de setembro, quarta-feira

Você se queixa de estar só, mas é
você quem rejeita o mundo inteiro.

Noah Urrea

— Eu achei que ela era perfeita!- Josh diz, sua indignação me faz rir.

Descemos da minha Habib e entramos na escola, busquei meu amigo em casa e conto tudo sobre meu último encontro para ele. Depois do desastre na floricultura, Hina e eu fomos a um parque de diversões e jantamos em um restaurante japonês. O beijo aconteceu quando chegamos na porta da casa dela, e foi bom, assim como o nosso dia juntos. Mas... Não sei, ela parecia feliz e satisfeita quando desceu do carro. O problema foi hoje cedo, quando percebi que sua foto de perfil não estava aparecendo mais para mim.

De novo, não deu certo

— Eu também, mas...

— Você sabe que vai continuar vendo ela, não sabe? Ela faz química com a gente- jogo os ombros e Josh me puxa para perto, o que me faz parar de andar— Tem alguma coisa errada com você hoje...

— Quê? É só mais um quase, nenhuma novidade.

— Eu tenho uma novidade!- Lamar diz saltitando até nos alcançar— Fiquei com a Sina ontem!

— O QUÊ?!

Aquela vaca! Ela está sempre perto! Rouba meus pais, chama atenção da escola inteira e sempre me faz parecer o vilão da história. Eu tenho certeza que aquela garotinha mal amada vai falar para os meus pais que eu passei uma faca em sua mão, é a cara dela. Tia Alex não acreditaria, mas minha mãe não acha difícil essa possibilidade. Ela sempre esconde as tesouras e as facas da casa quando a garotinha está lá, isso tudo porque cortei uma mecha do cabelo dela quando filhos nove anos. Agora tenho vontade de cortar sua língua.

— Ah, meu Deus! Que nojo! Você fez sexo com a a garotinha?!- sinto meu café da manhã subir pela minha garganta.

— Não, cara, não fizemos nada. Nos beijamos pra caramba ontem, mas foi só isso. Foram horas incríveis, irmão- ele diz com um sorriso bobo na cara.

— Eca, Lamar! Me poupe dos detalhes.

Estou com calor, posso sentir meu rosto ficar quente por causa da raiva. Que ódio! Ela quer meus pais, meus amigos, faz de tudo para me ferrar o tempo todo e não me deixa em paz. Me afasto de Josh e começo a andar pela escolha, e assim que vejo a garotinha caminhando para o prédio de inglês, puxo sua mão até um corredor e a empurro na parede mais próxima.

— Me solta!- só então percebo que eu estou apertando sua mão enfaixada. Eu poderia pedir desculpas,mas a raiva não deixa— Qual é a porra do seu problema?!

— O meu problema??? Você quer saber qual é o meu problema?!- chego mais perto, deixando a garotinha encurralada na parede— Você é a porcaria do meu problema.

Recebo um seco (e merecido) tapa na cara. Ela já me bateu antes, mas nunca daquele jeito. Aquele tapa foi para se defender, e eu me sinto ofendido por ela achar que eu poderia machucá-la. Bom, eu tecnicamente a machuquei, mas não foi de propósito. Nunca levantei a mão para a garotinha nem para mulher nenhuma, não sou esse tipo de pessoa. Nem quando ela me bate eu devolvo os golpes, não sei se sou capaz de fazer isso, nunca tentei.

— Para de agir como um idiota. Vai explicar por que surtou comigo?

— Eu...- passo a mão no me rosto, penso que a minha raiva talvez não seja exatamente com a garotinha. Mas de qualquer jeito, preciso descontar em alguém— Tem tantos garotos na escola e você precisava ficar com o Lamar?

Until the last danceOnde histórias criam vida. Descubra agora