☆ twenty.

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Episode: Numbers and Money.



Ligações. Eu estava ligando para os números dos funcionários do prédio da PTP em uma pesquisa de quem tinha amizade com Stanley antes de sua morte.

— Olá, bom dia — Eu dizia pela ligação. — Faço parte das investigações a fundo do acidente da PTP e preciso que responda algumas perguntas. — Na outra linha, a pessoa concorda. — Ah, ótimo. Então, você tinha alguma relação com Stanley Lucas? Vocês já conversaram, trocaram alguma palavra...? — A pessoa responde. — Não? Tudo bem, obrigado. — Desligo.

Eu estava no meu quarto, com as pernas por cima da mesa onde ficava meu computador. Peguei um celular antigo e coloquei um chip novo. Assim, se alguém achasse estranho, não daria para rastreá-lo quando eu terminasse de usar e quebrasse-o.

— Como está indo? — Harry pergunta entrando no quarto. Ele se ofereceu para sair e encontrar alguma coisa para comer.

— Até agora ninguém tinha amizade com Stanley no trabalho. Eu visitei ele umas duas vezes e ele sempre foi quieto por ali, é estranho não ter amigos no próprio trabalho quando se é tão extrovertido como ele — Respondo.

— É... Quantos números ainda faltam para ligar?

Pego um guardanapo em cima da escrivaninha e conto alguns dos números que não estão riscados.

— Quatro — Faço o número com os dedos quando respondo.

— Eu vou descer — Anuncia, virando em seguida.

Retiro minhas pernas de cima da mesa e coloco o celular sobre ela para falar.

— Espere, o que você comprou?

Harry se vira uma outra vez para mim, sua cara entregava tudo. Acredito que ele não sabia o que havia comprado. Descemos. Sacolas estavam por cima da pequena bancada da cozinha, eu olhei por dentro delas.

— Oh, vai fazer uma pizza? — Digo vendo os produtos ali e entre eles uma massa para fazer a pizza.

— Na verdade eu comprei coisas aleatórias. Achei que você saberia o que cozinhar com isso aí.

Não posso acreditar. Éramos claramente dois adolescentes imaturos.

— Tudo bem, não parece difícil fazer uma simples pizza.

Agora teríamos que arrumar um jeito de fazer a massa com aquilo dali.

Disse para Harry que iria terminar de ligar para os funcionários e quando terminasse, iríamos tentar fazer aquilo. Eu realmente não sabia se daria certo ou saberíamos como fazer corretamente. Talvez nosso desastre tentando ser chefes de cozinha poderia criar uma simples receita tão desastrosa que criaria uma explosão nuclear. Ou um ser vivo.

Liguei para os números. Todos os que mostravam nos registros dos funcionários - todos os vinte e sete contatos. Nenhuma dessas pessoas das quais liguei havia trocado sequer uma palavra com Stanley. Nenhuma.

O que me leva a juntar algumas coisas do comportamento de Stanley quando eu não estava por perto. Certo, éramos grudados na faculdade, mas quando começamos a trabalhar, ele se distanciou bastante mesmo dormindo na minha casa em alguns dias.

Na faculdade ele era alegre, divertido e engraçado. Quando ele trabalhava e dormia em minha casa, era elétrico, intenso e falante. Mas teve suas mudanças de comportamento e ficava quieto. Não sei o motivo de uma pessoa tão divertida não ser assim no trabalho. Ninguém para trocar uma só frase?

Frequência. A frequência de Stanley, suas faltas e desculpas para não ir ao trabalho estavam em seu registro.

Abri a gaveta da cômoda onde eu tinha guardado os registros, peguei o de Stanley e procurei pela parte de frequência. Ali poderia me dizer quantos dias Stanley frequentava em um ano ou mês - assim como o dia de suas faltas.

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