✯ forty-four.

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Episode: Maybe the End.

Anjos, príncipes, fadas, diabretes, goblins... Coisas de contos fictícios não parecem ser o suficiente para nos entreter ou nos deixar escapar da realidade. Sempre procuramos por distrações para ocupar a mente.

Qual é realmente o problema de estar entediado? Precisamos nos distrair. Quando isso acontece, buscamos algo para nos deixar ocupados. Não importa o que seja, sempre queremos fazer alguma coisa. Mesmo que seja dormir, a coisa mais simples de se passar tempo.

O tédio causa criatividade em alguns, bloqueio em outros. O tédio causou uma ideia apavorante e absurda de trabalhosa para alguém uma vez e isso me trouxe a estar aqui agora. Deitado numa cama de hospital, tentando acordar com dificuldade.

Está silencioso pelo menos. Não é tão branco assim, isso é bom. Não sinto muito bem meu corpo e ainda estou com náuseas, vejo que há alguém aqui. Alguém apoiado de forma bem desconfortável para que fique perto de mim, sua mão está entrelaçada na minha e ele tem a cabeça apoiada pelo outro braço em cima da cama.

Me mexo um pouco. Acaricio sua mão e ele está com as mesmas roupas, provavelmente eu não fiquei apagado por muito tempo. Percebo devagar que meu ombro está enfaixado e não dói tanto quanto antes. Harry, a pessoa que está com a mão na minha, acorda rápido. E com a cara amassada.

— Louis... — Ele fala suspirando e aperta mais minha mão na sua, um toque suave e carinhoso. — Oi.

— Oi, Harry — Não pude conter o sorriso no rosto. — Por quanto tempo eu fiquei aqui?

— Onze horas.

Onze horas?!

Minha expressão fez Harry se levantar da cadeira que estava. — Ei, não surte. Pode fazer mal.

— Como eu fiquei por onze horas aqui? Foi só um...

— Louis Tomlinson, vejo que acordou — Uma moça aparece na porta do quarto. Ela segura uma prancheta na mão. Uma enfermeira. — Como está se sentindo?

— Sinto dor de cabeça.

— Era esperado, você esteve dopado por tempo maior que o previsto. Foi uma reação normal, não se preocupe. Durante a cirurgia para remover a bala de seu corpo vimos que ela foi disparada justo no lugar onde havia uma cicatriz, então teve de ser mais cuidadoso para tirá-la. Ter ficado onze horas dopado não foi algo bom, como também não foi ruim. Seu corpo estava cansado demais pelo o que vimos. O senhor pratica algum esporte em excesso? Usa muito do físico ou mental?

Abro a boca para responder, meio incerto. — Mental.

— Ah, sim — Concorda com a cabeça. Harry faz carinho na minha mão, isso conforta. A enfermeira checa algo na prancheta. — O paciente poderá ter alta daqui a quatro horas caso os resultados de agora até lá sejam positivos. Mesmo assim, deverá continuar enfaixado pelo menos duas semanas, para garantir que ficará bem cicatrizado e em observação de alguém de confiança.

— Cuidarei para que ele continue estável — Harry garante olhando para a mulher. Ela o lança um sorriso adorável e acena com a cabeça para nós dois, saindo do quarto em seguida.

Quero conversar com Harry agora, ser direto, ser íntimo. Quero falar sobre tudo, abrir o jogo de uma vez sobre os sentimentos dispersos e confusos. Porém sou interrompido por uma batidinha na porta e minha cabeça latejando.

— Louis, que bom que está bem.

— Liam — Digo colocando a mão livre na barriga. — Oi.

— Uau, Harry, você está bem ferrado — Liam diz brincando. Ele está com roupas diferentes da última vez que eu o vi, não percebo que ele está falando sobre a aparência de Harry. Harry está cansado, tem olheiras nos olhos e sua roupa está amassada. A roupa de garçom.

CRIMINALS | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora