Voltando a Brincadeira

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Matei aquela garota cinco vezes. E todas as vezes a ressucitava injetando adrenalina na veia. Seu sofrimento era divertido pra mim, conversamos bastante sobre isso.

- Por favor me deixe ir embora, eu não conto pra ninguém tudo o que você comigo, eu juro. Mas por favor, me deixe ir.

- Não! Eu não me importo com os outros e suas malditas opiniões sobre mim. Você vai ficar aqui.- eu disse com toda a calma do mundo.

- Olha moça, não sei porque está fazendo isso. Mas me deixe ir, por favor, eu tenho um filho e eu tenho que cuidar dele. Ele só tem a mim, por favor, me deixa ir embora daqui. - disse ela chorando desesperadamente.

- Com o tempo, você aprende que a vida tira tudo de você. TUDO. Sonhos, pessoas amadas, expectativas, esperança e a Fé. Então não se importe, seu filho não tem futuro de qualquer jeito.

Ela me olhou de um jeito... Que nunca me olharam... Um olhar de Pena.
Aquilo me incomodou e eu terminei de matar ela. Finalmente, eu cansei daquela brincadeira, ela estava morta.

Mas aquele olhar dela me perseguiu por dias, por algum motivo eu me lembrei de Henry. Mas ele nunca me olhou com pena. Pelo contrário, ele dizia que eu tinha sorte de ser diferente.

Acho que a saudade que eu tenho dele, é tão visível que todos percebem, e o meu sofrimento por isso, é tão grande que dá pena. Ando por ai com meu colar de Olhos de Bruxa, esbanjando Saudade. Como pode...

Meu SubconscienteOnde histórias criam vida. Descubra agora