Tudo acabado? Talvez...

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Achei realmente que eu estava ficando louca... Não sabia mais o que era sonho ou realidade, estava tudo fora do normal.

Ralf me puxou até a estação, olhei para todos os lados, pra ver se eu achava Henry e sua esposa... Fiquei preocupada, aquelas visões me deixavam confusa, e eu não sabia o que fazer.

Conseguimos pegar o último trem da noite, como planejamos, assim se notassem a falta de Ralf logo, e a minha também, teriam que esperar a estação abrir novamente para vim atrás da gente.

Sentei na janela e fiquei olhando pra fora enquanto o trem se movimentava.

- No que ta pensando? - disse Henry.

- Acho que estou ficando louca!

- Você tem razão, irmãzinha. Você está louca, completamente louca! - disse Karine a gargalhadas.

- There's a lady who's sure all that glitters is gold
And she's buying a stairway to heaven
When she gets there she knows, if the stores are all closed
With a word she can get what she came for
And she's buying a stairway to heaven - Ralf cantou Stairway to Heaven para mim... Acabei dormindo.

Quando acordei, Ralf andava de um lado pro outro, mas achei que fosse outra visão, então nem dei muita atenção.

- Lia, você poderia acordar?! - ah sim, é realidade.

- O que você tem? Isso tudo é fome?

- Não, além da fome, estou preocupado!

- Com o que?

- Aquele ruivo abusado (Henry) é inteligente demais pra deixar a gente passar a perna nele assim... Tão fácil.

Ele tinha razão, Henry sabia que eu ia fazer alguma coisa pra ajudar Ralf a sair da delegacia logo... E mesmo assim... Ele não agiu, que estranho.

Quando saimos do trem, demos de cara com Henry... Já era de se esperar.

- Vocês realmente acharam que eu era tão burro a ponto de não desconfiar que vocês fugiriam na primeira oportunidade? - disse rindo.

Mas não podia deixar Ralf ser preso de novo, ele precisava se alimentar, está muito fraco, e não aguentaria passar muito tempo preso, acabaria morrendo.

No momento não pensei muito, mandei Ralf ir embora, eu ficaria presa no lugar dele, eu consigo aguentar isso... Depois a gente acharia outra opção. Ele entendeu bem, e resolveu me obedecer.

Permaneci olhando para Henry, enquanto Ralf corria para outro lado, quando finalmente Henry percebeu que ele estava fugindo, foi atrás dele, mas claro que eu não deixaria, e consegui segurar ele lá.

Quando olhei para trás, vi Ralf de frente a uma figura... Parecia uma mulher, parecia... Karine.

Eu ia tentar fazer algo, mas não deu tempo, ela deu três tiros em Ralf, ele caiu no chão, eu fiquei observando aquilo tudo sem ação. Queria que fosse outra visão ou sonho, mas não foi. Naquele momento, Henry me algemou, tentei me soltar, me joguei pra frente para tentar chegar perto de Ralf, mas nem isso eu consegui.

Nesse dia eu fui presa, estava completamente cheia de ódio... Ódio de todos, mas não faz mal, vou me vingar de todos eles.

Um guarda estava me levando, enfim, para a penitenciaria, eu passava por aqueles longos corredores com todas me olhando. Meus cabelos estavam presos, e eu estava em um ridículo macacão cinza.

Me colocaram em uma cela sozinha, acho que tinham medo que eu matasse alguém lá dentro. O guarda entrou primeiro, deu uma olhada na cela pra ver se estava tudo certo, depois abriu as algemas, me deixando mais livre, saiu e trancou a cela.

Segurei aquelas frias barras de ferro e olhei no fundo de seus olhos verdes, ele sorriu para mim.

- Até mais tarde Morgana.

- Adeus, querido.

Não preciso dizer que minha vingança será em breve... E garanto que será doce. Eu não vou ficar aqui por muito tempo, esperem só pra ver!

Meu SubconscienteOnde histórias criam vida. Descubra agora