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Estacionei o carro no parque da universidade e logo desci, abri a porta traseira e me inclinei para pegar os meus livros, mas logo sinto meu braço ser puxado e sou empurrada contra o meu carro, assustada logo olho para ver quem é e pra minha surpresa era a tia Irene.
Ela estava diferente, cabelos desarrumados, roupas simples o que não era comum de sua parte, e um semblante cansado, porém, seus olhos transbordavam ódio, queimavam de tanta raiva e logo vi que não seria uma conversa agradável._ Sua vadia mentirosa, sabe o que está acontecendo nesse momento enquanto você está aqui tranquila?_ Falou irritada e eu a olhei_ O Meu marido, pai da minha filha, está sendo preso, por causa da sua ganância, da sua maldade..._ Falou chorando e de certa forma senti pena dela.
Ela não estava aceitando que o marido era uma má pessoa, tanto ela, quanto a Fernanda, sempre tiveram uma imagem diferente do tio César e eu não as julgo, porque até eu achei que ele fosse a melhor pessoa do mundo.
_ Você sabe muito bem que não se trata de uma injustiça, outras meninas..._ Falava e ela me interrompeu.
_ Que outras meninas? Quais meninas? As que você inventou na sua cabeça? Ah poupe-me Julianna, Você é cruel!_ Gritou apontando o dedo na minha cara.
_ Eu sou cruel por querer que aquele homem pague pelo que me fez? Sou cruel por salvar outras meninas inocentes para não passarem pelo mesmo?_ Falei já farta das suas cenas_ Você viu tudo e não fez nada, você testemunhou a minha infância ser mutilada e não se compadeceu, eu passei anos sofrendo e até hoje ainda sofro com esse passado horrível, eu que senti na pele e agora você vem me chamar de cruel?_ Gritei e ela me olhava desnorteada passando a mão no cabelo.
Ela negou com a cabeça já chorando e dessa vez eu não tinha lágrimas, eu apenas estava muito furiosa, cansei disso, era sempre o mesmo, eu não sou a coitadinha, nunca fui, eu só estava sofrendo os efeitos colaterais de uma vida totalmente arruinada, eu podia ter tido uma história um pouco normal como a de qualquer mulher, sorrir pra vida, me entregar as vivências, mas não, alguém se deu o direito de me tirar isso, sem ao menos me perguntar e agora eu não posso me dar o direito de me livrar dessa dor? E as pessoas vêm me cobrar.
_ Você vai tirar essa queixa ou eu não respondo por mim, a minha filha está sofrendo por sua causa, ela nem está querendo sair do quarto!_ Falou apertando meu braço com força.
_ Infelizmente não vai ser possível, eu realmente sinto muito pelo transtorno que lhes causei, mais foi um mal necessário!_ Falei fria e ela me olhou com nojo_ Agora se me der licença, eu tenho uma aula!_ Falei puxando meu braço.
Peguei meus livros e fechei meu carro, ela estava em pé me olhando com o mais puro ódio e eu simplesmente ignorei sua existência e andei para dentro, de cabeça erguida, pela primeira vez estava tendo uma atitude em minha defesa e se calhar daqui pra frente será assim.
_ Você vai me pagar, sua ordinária!_ Gritou e eu continuei andando e respirei fundo_ Vadia de merda!_ Falou chorando.
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| Uma semana depois
Terminei de me arrumar e peguei em meu celular e na minha bolsa, hoje era o grande dia, o dia do julgamento do meu tio, sim, foi mais depressa do que pensei, pois é, as provas ajudaram bastante e eu estava muito nervosa e com medo do resultado final.
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O passado não fica
Teen FictionJulianna tinha quatorze (14) anos quando foi deixada na casa de seus tios pelos pais para passar o final de semana, não era inocente, mas não merecia ter um dia tão mal corrido. Seis anos se passaram e sim, ela é a prova de que o passado não fica, t...