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Estacionei o carro em frente ao prédio e logo desci pegando nas minhas coisas, olhei em volta e não vi seu carro, suspirei aliviada, andei até o saguão e vi o Pedro conversando com um dos moradores do prédio, mas assim que me viu deu um sorriso.
_ Já voltou? Mas tão depressa?_ Falou e eu ri sem ânimo para ele.
_ Tive que voltar mais cedo!_ Falei o olhando.
Ele terminou de falar com o senhor e se aproximou mais de mim para conversarmos melhor. Pedro é como um irmão mais velho para mim, ele cuida de mim sem ao menos perceber que faz isso, é bondoso com todos, tem um coração enorme e eu o admiro muito por isso.
_ Você me parece mais tristonha do que o normal, o que foi?_ Perguntou e eu Suspirei cansada olhando para baixo_ Se não quiser falar eu entendo, mas saiba que se sentir assim sempre não vai te fazer bem, vai acabar doente!_ Falou e eu o olhei sorrindo leve.
_ Obrigada, eu vou ficar bem, não se preocupa!_ Falei tocando seu ombro e mencionei passar por ele.
_ Ah, esqueci de dizer..._ Falou e eu me virei para ele vendo sua expressão mudar_ Aquele homem está lá lhe esperando!_ Falou em desgosto e meu coração disparou de tanta tensão.
Apenas assenti e peguei o elevador, subi pensando em como ele me ronda, eu nem vi seu carro, só podia visualizar em meus pensamentos mais uma briga boba, eu sinceramente não estava com forças para isso.
As portas se abriram e eu saí, andei até o meu apartamento e peguei nas chaves abrindo a porta, assim que o fiz o vi em pé provavelmente me esperando e eu respirei fundo entrando._ Finalmente voltou!_ Falou me olhando e eu fechei a porta_ Me conta, como foi o seu passeio?_ Perguntou irónico e eu revirei os olhos.
Andei até o sofá e depositei nele as minhas coisas, passei as mãos no rosto e o olhei sem emoção alguma, ele estava de braços cruzados, me olhando superior e com a raiva expressa em seu rosto, eu não conseguia prever suas ações nesse momento.
_ Você acha que eu tenho cara de idiota é isso?_ Perguntou e eu me mantive calada_ Fala alguma coisa, porra!_ Gritou me assustando e eu engoli a seco.
_ Rodrigo, eu também tenho uma vida fora dessas quatro paredes você sabia? Porquê me sufoca tanto?_ Falei sem paciência e ele me encarou_ Tudo bem, eu menti, me desculpe, mas caralho, eu preciso de espaço!_ Falei e comecei a andar em direção a cozinha.
_ Vem cá, não me dê as costas, vagabunda!_ Falou puxando meu braço com força.
_ Me solta, está me machucando!_ Falei puxando meu braço e ele bufou_ Eu estou aqui não estou? Ótimo, desfrute!_ Falei irritada e alterada.
Eu estava cheia dele, era sempre a mesma coisa, se tornou um vicio, ele querer comandar a minha vida e eu de boas aceitando, até aí tudo bem, mas não me enche o saco, minha cabeça estava doendo já.
Voltei a ir para cozinha e ele vindo atrás, peguei num copo e servi água, estava prestes a beber, mas ele me dá um tapa na cara, fazendo a água cair em mim e eu o olho incrédula._ Você me presta atenção quando eu estiver falando, entendeu porra?_ Gritou na minha cara e eu de raiva joguei o copo na sua direção pra machucar mesmo.
Ele foi mais rápido e desviou, fazendo o copo ir contra a parede e se partir todo, vendo isso, eu tento correr e ele me puxa pelo rabo de cavalo que fiz em meu cabelo e me joga contra os armários. Me senti tonta, pois bati com a cabeça, me apoiando eu levei a mão na testa e vi sangue em meus dedos, comecei a chorar e ele me virou segurando meu pescoço a fim de apertar.
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O passado não fica
Ficção AdolescenteJulianna tinha quatorze (14) anos quando foi deixada na casa de seus tios pelos pais para passar o final de semana, não era inocente, mas não merecia ter um dia tão mal corrido. Seis anos se passaram e sim, ela é a prova de que o passado não fica, t...