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| Alguns meses depois
Os dias foram se passando, cada dia devia ser um novo dia, uma nova história, uma nova oportunidade, porém, comigo não estava acontecendo isso, eu ficava cada vez mais confusa, Rodrigo estava me deixando cada vez mais confusa, tem dias que ele estava me tratando bem e eu ficava cada vez mais encantada por ele ou se calhar, cada vez mais dependente, mas em outros dias, a rotina se repetia, brigavamos e eu apanhava e chorava e ele sumia e eu o esperava com o coração doendo de tanta mágoa.
Depois começou a ficar insuportável, implicando com as minhas aulas e com o meu celular, eu estava me sentindo cada vez mais sufocada, tudo dependia da sua permissão, até para levar meu filho para apanhar sol, eu dependia dele, eu passei várias noites em claro pensando e pensando enquanto o olhava e eu sabia que estava perto de explodir.
Isso era amar? Isso era se apaixonar? Sofrer tanto sendo que a pessoa sabe que você estava gostando dela? Me humilhar por míseros momentos de carinho que nem eram carinhos, era apenas sexo disfarçado de um momento inesquecível e amoroso, eu não entendia nada disso, eu apenas só tinha a certeza de que não queria mais viver o amor, a paixão, se fosse dessa forma.
Eu tinha ciúmes e ele me tomava como idiota e quando ele fizesse suas cenas eu apenas tinha que aceitar calada, como uma escrava ele me mantinha na palma de suas mãos o tempo todo.
Eu passei por várias coisas, em silêncio, agora estava farta, mas não sabia como me libertar de tanta angústia.
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Pousei o Daniel sobre a cama e me encostei na janela do quarto para fazer uma única ligação em minha mãe, eu precisava desabafar e já que não tinha uma amiga confidente, como pessoas normais teriam, eu decidi ligar para a minha mãe, a única a qual confio e me entende.
No terceiro toque a minha mãe atendeu e só de ouvir a sua voz eu já comecei a chorar, não conseguindo falar nada e ela dizendo "Alô, minha filha" o tempo todo, bem preocupada.
_ Mãe, eu não aguento mais, eu estou sofrendo demais!_ Falei finalmente.
A porta do quarto é aberta e eu olho rapidamente e me assusto ao ver que era o Rodrigo. Ele parou e olhou para o Daniel sobre a cama, depois olhou para mim, quando me viu falar no celular, virou uma fera, eu diria.
_ Quem é?_ Falou vindo com tudo_ Me dá essa merda, dá logo!_ falou irritado.
_ Rodrigo, não, por favor, era a minha mãe!_ falei resistindo e ele continuou lutando_ Você vai me machucar, era só a minha mãe..._ falei assim que ele apertou meu pulso.
_ Me dá essa merda!_ falou e me deu um soco na boca do estômago me fazendo sentir muita dor e gritar_ Eu já falei que não é para meter ninguém nos nossos assuntos, não falei?_ gritou e atirou meu celular na parede o partindo.
Eu só sabia chorar pela dor que aquele soco me causou, me curvei com a mão no local e ele veio me ergueu puxando-me pelo cabelo. Daniel vendo a agitação começou a chorar.
_ Me solta, pará com isso..._ falei relutando e agarrei sua mão que agarrava meu cabelo.
_ Você é muito teimosa, porra!_ Falou me empurrando contra a comôda e eu bati as costas_ Eu te avisei tanto, agora chega!_ Gritou e andou até a escrivaninha pegando no meu computador.
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O passado não fica
Fiksi RemajaJulianna tinha quatorze (14) anos quando foi deixada na casa de seus tios pelos pais para passar o final de semana, não era inocente, mas não merecia ter um dia tão mal corrido. Seis anos se passaram e sim, ela é a prova de que o passado não fica, t...