* Capítulo 43

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Ele olhava para mim sem desviar o olhar e eu permaneci calada olhando para baixo, ele estava bem na minha frente e eu só sabia pensar que, porra, tudo vai começar de novo, eu sinto isso, se vai ser mil vezes pior eu não sei, mas de uma coisa eu tenho a certeza, que se naquela noite eu não fosse para aquela boate e não admitisse aquele primeiro tapa, nada disso estaria acontecendo, nós não chegaríamos a este ponto tão crítico.

_ Estou esperando, Julianna!_ Falou ele num tom tão grave que eu me assustei.

Finalmente olhei para ele e respirei fundo buscando forças, eu estava preocupada agora.

_ Rodrigo, eu...eu não podia fazer aquilo, então eu pedi a ajuda da doutora, eu quis seguir com a gravidez, mesmo que pra isso eu tivesse que te enfrentar, ele é só um bebê e não tem culpa de nada!_ Falei rapidamente e ele me olhava sério_ Olha, eu não vou exigir nada de você, eu estou disposta a cuidar sozinha dele, então não fique bravo porque não há motivos..._ Falei o olhando nos olhos.

_ Tudo o que eu consigo ver é que você mais uma vez, das milhares de vezes, Você me desobedeceu, continuou com essa merda em você e me fez de idiota, eu podia te matar agora sabia?_ Falou alterado_ A questão não é cuidar, a porra da questão é eu não queria ter a porra de um filho, caramba..._ Falou gritando.

_ Mas eu quero, e essa decisão você não pode tomar sozinho, eu também tenho escolhas, sabia?_ Gritei ao mesmo nível e ele bateu na mesa.

_ Abaixe o tom de voz pra falar comigo, eu vou dar um tapa em você..._ Falou levantando a mão_ Porra, nem isso posso fazer, é uma mulher grávida...Julianna eu vou te esganar quando parir essa coisa!_ Falou bem perto e segurou meu pescoço sem apertar.

Ele se levantou e ficou andando de um lado para o outro, eu segurei minha barriga como se tentasse acalmar meu filho, pois se eu estava agitada, ele provavelmente também estava.

_ Você acha que será tão fácil esquecer que te engravidei e que está carregando um filho meu nos braços? Eu não tenho a facilidade de ignorar as coisas como você, porra, esse é o problema..._ Falou parando de andar_ Você sempre faz questão de me deixar furioso, puto da vida, Agradeça essa barriga, porque senão eu ia dar uma surra em você, pra aprender a me respeitar!_ Falou apontando o dedo na minha cara.

Eu comecei a chorar, mas não era um choro de tristeza, era mais desespero e ao mesmo tempo alívio por saber que não seria dessa vez que levaria vários tapas e que o meu filho estaria bem.
Ele pegou o celular no bolso da calça e fez uma ligação, eu me levantei do sofá lentamente e ele me observava ainda falando no celular, andei até a cozinha e peguei uma garrafinha de água, abri a mesma e bebi tentando me acalmar.

_ De quantos meses?_ Perguntou com desdém entrando na cozinha e eu o olhei.

_ Cinco meses..._ Falei e ele bufou ficando em silêncio_ Será um menino..._ Falei tentando conter minha felicidade e ele me olhou e depois para a minha barriga.

_ Depois que ele nascer, Você vai fazer alguma merda que te impeça de ter mais filhos, eu já decidi..._ Falou rude e eu o olhei indignada. 

Era sobre o meu corpo que estávamos falando, ele estava tomando decisões sobre o meu corpo, era um absurdo, ele quer sempre impor e nunca jamais ser contrariado.

O  passado não ficaOnde histórias criam vida. Descubra agora