* Capítulo 36

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Olhei para o Rodrigo sentado na poltrona, batendo os dedos contra o braço da mesma impaciente pela espera, bufando de seguida.
Me sentei na maca e ele logo olhou para mim, como se esperasse alguma fala minha. A porta se abriu e a médica passou por ela com alguns papéis nas mãos, logo o Rodrigo se colocou em pé e parou perto de mim.

_ Então, o que ela tem?_ Perguntou a olhando.

A médica sorriu serena e olhou para mim, já imaginava o que iria dizer e simplesmente não tive a coragem de a impedir, então voltando a olhar para ele começou a falar.

_ Ela está bem, foi só uma queda de pressão, é muito comum quando se estressa, ainda mais no seu estado!_ Falou ela e eu Suspirei olhando para o Rodrigo.

_ Que estado? Eu não estou entendendo, ela está doente ou não?_ Perguntou impaciente.

_ A sua esposa está grávida, achei que soubesse..._ Falou a Médica normalmente e eu vi o semblante do Rodrigo mudar.

Passei as mãos no rosto e olhei para a médica decepcionada, ela logo tirou o seu sorriso e percebeu que falou demais. Rodrigo olhou para mim completamente zangado e eu baixei o rosto.
Ele olhou para a médica e ela logo percebeu que tinha que se retirar, então foi o que fez em segundos fechando a porta.

_ Grávida, Julianna? É isso mesmo?_ Perguntou furioso e incrédulo_ E de quem, posso saber?_ Perguntou e eu o olhei indignada.

_ Como de quem Rodrigo? Do vento será? Claro que de você!_ Falei irritada e ele gargalhou_ Qual é a graça, não entendo!_ Falei séria e ele parou de rir me Olhando.

_ Julianna, você vive abrindo as pernas para todos os homens, como pode ter certeza de que é meu esse bebê?_ Falou emburrado e eu bufei.

_ Porra, porque você foi a única pessoa com quem fui pra cama nos últimos meses, pará de ser idiota!_ Gritei furiosa.

_ Não grita comigo porra, perdeu o medo caralho..._ Gritou ameaçando me dar um tapa e eu virei o rosto assustada_ Outro dia você mesma estava se agarrando com àquele merdinha, como vem me dizer que está esperando um filho meu? Não viu outro babaca para enganar? Você é uma prostituta, esse filho pode ser de qualquer um, menos meu!_ Gritava e eu sentia muita raiva.

Respirei fundo sentindo meu peito doer e fechei os olhos buscando paciência, eu estava falando a verdade, sendo direta pela primeira vez e ele só estava me ofendendo.
Ele se aproximou e pegando meu braço me obrigou a olhar para ele, mirou minha barriga e depois olhou para mim com bastante fúria.

_ A quanto tempo você está carregando isso aí?_ Perguntou.

_ O que isso te interessa, está negando seu próprio filho...?!_ Falei e ele socou a maca perto da minha perna.

_ Não é meu filho..._ Gritou no meu rosto e eu deixei escapar lágrimas de raiva_ Escuta aqui, melhor você tirar isso daqui, seja lá de quem for, porque eu não quero puta minha de barrigão, me entendeu?_ Falou como um aviso.

A porta logo foi aberta e a mesma médica passou por ela com uma cara de poucos amigos, acredito que por ouvir nossos gritos. Puxei meu braço com bastante ódio dele e o mesmo se afastou indo para o outro lado da sala passando as mãos na cabeça em frustração, limpei minhas lágrimas olhando para a médica.

O  passado não ficaOnde histórias criam vida. Descubra agora