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Aaaaaa eu de novo aqui enchendo vocês, última att de hoje, agora só sábado.

Não esqueça de votar e comentar muito.

BOA LEITURA!!!<3
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Pov. Louis

29/07 (Quinta-feira)

⏰|03:10 AM.|⏰

Não tenho ideia do que minha mãe quer falar comigo, desde o dia em que eu saí de casa —a dos meus pais no caso— eu não voltei mais lá para lá, só para pegar minhas roupas e outras coisas.

Agora, estou estacionado do outro lado da rua, em frente a uma lanchonete que minha mãe escolheu para se encontrar comigo. Estou pensando seriamente se entro ou não.

Pego meu celular que está em cima do banco, na mesma hora chega a notificação de uma mensagem de Simon, não estou com cabeça para falar com ele agora, então deixo meu celular no carro.

Saio lentamente do veículo, bem devagar, não querendo chegar nunca a lanchonete, entro no local e olho em volta procurando meus pais. Olho para uma mesa no fundo e vejo eles lá.

Sigo em direção a eles, mantenho minha expressão fechada, não vou sorrir, até porque, não tenho motivos para tal. Chego a mesa, encaro os dois, eles fazem um sinal para que eu me sente, puxo a cadeira e me sento.

-"E então? O que querem?" -Indago com indiferença.

-"Filho..." -Meu pai começa.

-"Não me chame de filho, da última vez vocês mesmos me falaram que eu não era!"

-"É exatamente disso que queremos falar com você, nós queremos te pedir desculpas..." -Minha mãe fala.

-"Ok!" -Levanto o olhar e encaro ela, e só agora percebe que trevei o maxilar.

-"Ora, por favor Louis, não seja assim. Filho acredite, sentimos sua falta, sentimos falta do nosso Boo..." -Boo, ela sabe como me deixar mole.

Esse apelido quem me deu foi ela quando eu era pequeno, estou triste a magoado com eles, mas mesmo assim, ainda são meus pais e, todo filho quer ser amado e receber carinho dos pais, mas depois do que aconteceu, eu sempre vou ficar com um pé atrás.

-"E o que vocês querem que eu faça? Olhe para vocês dois e comece a chorar horrores dizendo que senti falta de vocês também, falando que eu desculpo vocês por todos esses anos de ausência?" -Eles estão quietos me encarando. -"Óbvio que eu senti falta de vocês, sinto todos os dias, ainda dói, e muito, mas eu aprendi a lidar com isso, eu cresci sozinho, tudo que eu aprendi depois dos meus 17 para 18 anos a vida me ensinou, ou aprendi com as poucas pessoas que eu tinha, e que por um milagre, tenho até hoje, algumas também, não são muitas." -Sinto meus olhos e o meu nariz arderem. -"Vocês não estavam comigo quando me formei, na escola e nem na faculdade, quando arrumei um emprego, quando consegui me estabilizar financeiramente e psicologicamente, quando tive a maioria das minhas conquistas e queria contar para vocês, abraçar vocês e ouvir um parabéns verdadeiro dos meus pais, as pessoas que me colocaram no mundo e me criaram até certa idade. Quantas vezes eu não quis ir atrás de vocês e falar 'olha mamãe e papai, o homem que eu me tornei, que vocês ensinaram', mas sabia que se eu fosse atrás de vocês eu ia ser rejeitado igual eu fui, pelo simples fato de eu ser gay, vocês nem no mínimo me respeitaram, ou tentaram falar comigo!" -Eu não quero chorar, não posso chorar, mas é tarde de mais as lágrimas quentes e pesadas já rolam minhas bochechas a baixo.

-"Boo..." -Minha mãe pega minha mão que está em cima da mesa, e nem tenho forças para recuar do toque que eu sempre quis ter dela, depois que assumi minha sexualidade. -"Eu sei que erramos em te ignorar, em te negligênciar, mas tente entender nosso lado, naquela época tínhamos a mente fechada, éramos ignorantes no assunto, não tínhamos pessoas próximas a nós que não eram heteros, e quando você nos contou, foi um choque. Cada dia que você passava longe de mim, eu ficava mais triste, e aprendi com o tempo que você não escolheu gostar de meninos, você nasceu assim, e se você nasceu assim, você sempre vai ser assim, eu mesmo sendo sua mãe não posso te mudar!" -Os olhos dela já estão marejados também. -"Eu aprendi e entendi que independente da sua sexualidade, da sua profissão ou escolhas de vida, você é nosso filho, e o amor que temos por você é maior que tudo, e o mínimo que podemos fazer por você é te apoiar. Demorou mas eu e seu pai nos desconstruimos, sempre fomos muito tradicionais quanto a isso, e realmente foi um choque, nós não te colocamos para fora de casa, mas era praticamente como se tivéssemos colocado, nós ignoravamos você para ver se você parava com essa ideia de ser gay. Quando você saiu de casa, entendi que não era uma escolha sua ser gay, mas já era tarde de mais. Você não queria mais saber da gente, não atendia as ligações e não o julgo por isso, eu entendo! E se você não quiser nos desculpar, entendemos, só queremos que você saiba que te amamos muito, que estamos com muita saudades de você e principalmente, estamos arrependidos. Não tem cura para o que não é doença, e talvez, nós tenhamos entendido isso muito tarde...talvez não, foi o que aconteceu!" -Inferno, como que não chora agora?

I Trust You (l.s.)Onde histórias criam vida. Descubra agora