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   GOTAS DE SUOR escorriam das têmporas, o cabelo estava grudado na lateral do rosto, os pulsos ardiam devido às incontáveis vezes que tentou puxá-los. O tilintar das correntes de ferro já estava se tornando irritante.

A parede dura e fria atrás dela já não incomodava mais. Ela não fazia a mínima ideia de onde estava, mas conseguia ver a luz noturna iluminar o pequeno cômodo pela janela no alto, distante demais para que pudesse alcançar mesmo que se soltasse. Um vulto negro se materializou em sua frente e ela pôde sentir a ponta dos pés gelarem como se estivessem congeladas.

Um grito de horror ficou preso em sua garganta quando a sombra a envolveu por inteiro, deixando-a imóvel, em um estado de completa impotência. Sarah tentava se mexer, mas nada acontecia.

Respirou fundo. Seus olhos estavam abertos, mas ela não conseguia enxergar nada. Ela foi engolida pela escuridão mais rápido do que conseguiu assimilar e debatia-se contra a morte.

A cabeça doía e girava, a garganta estava seca. Sabia que se tentasse tossir iria apenas piorar, precisava de água, mas não tinha forças para andar até a cozinha. Os pesadelos estavam piorando mais à cada noite. Sentia ainda a angústia pesar em seu peito e um sabor amargo na boca. Ponderou se valeria a pena gritar, mas Gale havia sido bem claro: ela não devia chamar atenção.

Não seria um movimento inteligente e não lhe restava muito. Sua vida estava nas mãos dele, afinal. Ela mexeu os braços, estava livre, nada de correntes. Tinha sido um sonho? Ela não sabia.

Sarah limpou o suor da testa e sentiu a pele queimar.

— Oh, isso não pode estar acontecendo. — declarou, levando a outra mão até o pescoço, sentindo a pele quente.

Limpou as gotículas de suor ao redor da nuca e suspirou, impaciente. Aquele lugar causava-lhe arrepios, parecia uma cabana abandonada, daquelas que costumava assistir pela TV nos filmes de terror. O cômodo estava entregue à poeira, mas era melhor ter que lidar com alguns ácaros do que com os demônios e umidade daquela caverna.

Sarah tateou os bolsos da calça e pegou o papel amassado que fora guardado ali. As palavras foram rabiscadas com uma caneta preta às pressas. Gale era um grande idiota e, aparentemente, não sabia escrever.

É um número para emergências — dissera ele —, então só use se for uma emergência.

Sarah suspirou. Jogou os cabelos negros para trás, sentindo o suor escorrer também pela testa. Estava muito quente. Ela não conseguia ver, mas sabia que seu pescoço ainda estava vermelho. Sarah tinha quase certeza de que estava bem perto de precisar usar os números daquele papel, mas duvidava que teria forças para alcançar o telefone quando a hora chegasse.

Ela gemeu, irritada. Jogou as pernas para fora da cama e se locomoveu lentamente até a cozinha. Haviam alguns copos de vidro emborcados na bancada de madeira, ela apanhou um deles e ligou a torneira.

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