Oiioii! Só um aviso rápido antes do capítulo: quem tiver aracnofobia talvez se incomode com o início do capítulo, ok?
Aviso dado, vamos ao capítulo.
Boa leitura!
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O sol estava radiante e o céu completamente livre de nuvens. O som dos passarinhos tornava o piquenique no parque algo bem agradável. Sobre a toalha de piquenique estavam alguns bolinhos, uma torta de cereja, biscoitos salgados e uma jarra de suco.
Shoto enchia um copo de suco para Inasa, enquanto o mesmo morde um dos bolinhos. O bicolor riu ao ver a boca do namorado suja com a cobertura do bolinho.
— Você parece uma criança comendo. — Shoto o olha com um sorriso bobo no rosto.
— Eu não tenho maturidade nenhuma pra comer esses bolinhos. — Inasa terminou de comer o resto.
Shoto riu mais uma vez. A fim de limpar a boca dele, o jovem procura por algum guardanapo na cesta. Ao colocar a mão dentro da cesta, ele se assusta ao sentir uma fincada em um de seus dedos. Ele tirou a mão rapidamente, e logo viu uma aranha saindo de dentro da cesta. Shoto acompanhou aquele aracnídeo com o olhar, vendo-o andar para longe.
Não demorou muito para que mais uma aranha saísse de dentro da cesta, e depois outra, e outra. Quando Shoto se deu conta, Inasa já não estava mais ali com ele. Estava sozinho, e o chão coberto de aranhas. Shoto tentava fugir, mas por onde ele ia, havia aranhas. Ele as sentia subindo por suas pernas, chegando até seus braços. Ele se debatia, tentando tirá-las de cima de si, mas quanto mais ele tentava, mais delas apareciam.
— Não tente resistir. Junte-se a nós! — Uma voz estranha soou em seu ouvido, mas não viu ninguém.
Logo mais a frente, ele vê um grupo de pessoas lhe chamando, assim como nos sonhos que teve anteriormente. Mas dessa vez, era possível ver quem eram. Aquele mesmo grupo que sempre aparecia na cafeteria onde trabalhava, o mesmo grupo do garoto de cabelos verdes que viu em sua projeção astral. Shoto tentava correr até eles, mas as aranhas avançaram mais ainda, o impedindo.
Milhares e milhares de aranhas subiram pelo seu corpo. Elas andavam pelo rosto de Shoto enquanto ele se debatia, tentando impedir que elas entrassem pelo seu nariz e ouvidos. Ele se desesperou, e começou a gritar por ajuda. De repente, sentiu seu corpo queimar. E o som das aranhas sendo carbonizadas foi a última coisa que ele ouviu.
Shoto se levantou da cama, assustado, batendo em seus braços e em seu rosto. Ele se acalmou ao perceber que tudo não passou de um pesadelo. O pior e mais estranho pesadelo que já teve. Assim como sua mãe havia lhe dito, parecia que algo ruim queria o corromper.
"Não fique sozinho!", foi o que ela havia lhe dito também. As pessoas que queriam ajudá-lo no sonho eram justamente aquele grupo da cafeteria. Algo ruim estava para acontecer, e ele precisava falar com o pessoal daquele grupo o quanto antes.
Enquanto tentava juntar as peças em sua cabeça, um estranho cheiro de queimado invadiu suas narinas. Foi então que Shoto percebeu que os lençóis, cobertor e travesseiros estavam levemente queimados. Em seu cobertor ainda era possível ver os buracos causados pelas chamas. Shoto achou muito estranho. Ele havia mesmo pegado fogo assim como em seu sonho?
Foi tirado de seus pensamentos ao ouvir o toque de seu celular. Pegou o aparelho no criado mudo, vendo o número que ligava para ele. Olhou incrédulo para a tela, xingando o indivíduo de todos os nomes possíveis em sua mente. Mas era só o que me faltava, pensou.
— O que você quer? — Ele atendeu, falando seco.
— Isso é jeito de falar com o seu pai? — A voz do outro lado da linha fazia seu sangue ferver de ódio.
— Que porra você quer? Fala logo de uma vez! — Shoto tornou a perguntar, irritado.
— Só liguei pra dizer que estou na cidade. — Ele respondeu.
— E daí?
— Como "e daí"? Eu tô na cidade porque quero te ver. Por que mais seria? — Shoto não respondeu nada. Revirou tanto seus olhos que quase foi possível ver dentro de si mesmo. A coragem daquele homem de ligar era impressionante. — Tá aí ainda? — Ele chamou a atenção do filho depois do longo silêncio.
— Por que você quer me ver? — Falou, já sem paciência.
— Não posso mais ver meu filho? — Shoto ficou em silêncio. Enji já sabia a resposta para aquela pergunta, então apenas prosseguiu. — Certo! A verdade é que eu quero conversar com você sobre uma coisa. — Ele falou de forma séria.
— Sobre o que?
— Algo que eu devia ter contado há muito tempo. — Enji podia jurar ter ouvido Shoto rosnar do outro lado da linha como resposta. — É muito importante, Shoto. Só quero que ouça o que eu tenho a dizer. Depois disso não irei mais te incomodar.
— Só dessa vez. Depois disso, não quero que me ligue nunca mais. Entendeu? — Enji concordou. — Eu vou estar ocupado o dia todo, então só vou poder te ver à noite. Tá em qual hotel? Aquele do centro?
— Não, aquele é uma espelunca. Tô no hotel perto da estação. — Shoto agradeceu por ele não estar no hotel perto de onde trabalhava.
— Assim que eu sair do trabalho eu vou aí. Tchau. — Nem ao menos esperou seu pai responder, já desligando.
Shoto suspirou, irritado. Já tinha problemas demais, e não estava nem um pouco afim de ver seu pai. Mas se fosse para ele o deixar em paz pelo resto da vida, então que seja.
Ele então se levantou para se arrumar para a aula. Fez seu trajeto de sempre, pegando o metrô e caminhando até a universidade.
Já na frente do prédio, Shoto procurava por Inasa. Não viu o carro do pai dele como de costume, o que achou estranho. Ele se virou para trás ao ouvir alguém lhe chamar. Ele sorriu ao ver Inasa acenando do outro lado da rua. Shoto o esperou atravessar.
— Bom dia, Shoto! — Ele o cumprimentou.
Inasa não sabia bem se o abraçava, ou então o beijava, ou um simples aperto de mão agora. Estava confuso. Shoto riu, segurando em sua mão, se aproximando dele e lhe dando um selinho. Aquela demonstração de afeto em público o deixou feliz.
— Bom dia! — Shoto respondeu, sorrindo. — Veio sozinho hoje?
— Sim. Meu pai saiu mais cedo pra resolver alguma coisa. Ele tava nervoso, então eu nem fui com ele. — Ele respondeu. Aquela questão com o pai do Inasa ainda o incomodava.
— Que coisa mais linda vocês dois juntinhos! — Eles se assustam quando Camie chega de fininho perto deles.
— Que susto, garota! De onde você veio? — Inasa a questionou.
— Eu tava vendo vocês de longe. Eu e o pessoal da turma de pedagogia estamos distribuindo isso pela universidade. — Ela entregou um folheto para cada um. — A ONG onde a gente faz estágio tá montando um parque. Vão ter vários brinquedos, barraquinhas de comida, e atrações de circo. Eles vão abrir todo final de semana, e nesse sábado é a inauguração.
— Parece legal! Você quer ir? — Inasa convidou Shoto, e Camie quase surta de felicidade ao ver esse convite ao vivo.
— Quero sim. — Ele respondeu, sorrindo
— Ownt! Camie acabou falando um pouco alto demais, chamando a atenção dos dois. — Eu tô atrapalhando vocês, não é? Foi mal! Eu vou terminar de entregar isso aqui. — Ela sai, apressadamente, os deixando sozinhos. Ambos riem do modo como a garota agiu.
O resto da aula seguiu normalmente, e ao terminar, Shoto caminhou até o trabalho. Ele ficou no caixa enquanto Bakugou repunha algumas mercadorias nas estantes. O jovem estava pensativo no expediente. Se perguntava se aquele grupo de jovens viria à cafeteria.
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O dia na academia foi o mais agitado de todos. Logo pela manhã tiveram as aulas de latim, e depois do almoço tiveram as aulas práticas com Nemuri. No resto da tarde, horário em que estavam acostumados a descansarem, se mantiveram ocupados com o mais novo treinamento.
Os lobos da alcatéia passaram a tarde toda na academia para treinarem com as bruxas. E como Monoma havia dito, eles não pegaram nem um pouco leve. O treinamento consistiu em várias repetições de exercícios como alongamentos, polichinelo, agachamento, flexões, entre outros. Se sentiram praticamente no exército.
E como se já não bastasse os exercícios, ainda tiveram lutas corpo a corpo. Os lobisomens, mesmo em sua forma humana, eram bem mais fortes fisicamente, e bem ágeis também. Para um primeiro dia, alguns até foram razoavelmente bem, considerando, claro, que levaram uma bela de uma surra dos lobisomens.
— Foram derrubadas só algumas vezes e já se cansaram? Mas vocês são muito moles! — Monoma ria da falta de forma das bruxas.
— Não diga isso, é só o primeiro dia. Eles estão se esforçando muito! — Iida os parabeniza por estarem dando o máximo de si.
— Muito irônico você falar de forma tão compreensiva assim depois de me derrubar no chão umas cinco vezes. — Momo falou, ofegante, encostada na árvore.
— Você teve sorte. Pelo menos não teve que ir com o Monoma. — Tsuyu se encostou na árvore ao lado de Momo enquanto reclamava de sua dupla.
— Eu avisei que não ia pegar leve. — Ele respondeu, convencido.
— Não liguem pra ele. — Kendo ajudou Jirou a se levantar. — Eu concordo com o Iida. Esse é só o primeiro dia.
— Meu Deus! Esse é só o primeiro dia. — Mina se lamentou, andando que nem um zumbi até a árvore, se apoiando lá também.
— Não esquenta! Vocês vão sobreviver. — Sero vinha logo atrás dela.
— Eu duvido! — Jirou cochichou para Mina.
— Tudo bem aí? — Denki estendeu a mão para Shinso. — Denki o puxou com força, quase o levantando no ar. Shinso quase se desequilibrou. — Foi mal! — O loiro riu.
— Tudo bem. — Shinso riu, sem graça, disfarçando a dor no braço com essa puxada.
— Quer ajuda também? — Tetsutetsu estendeu a mão para Midoriya.
— Pensando bem, acho que vou ficar descansando um pouco aqui. — Midoriya continuou deitado no chão.
Ochako continuava a lutar com Kirishima. O ruivo estava feliz que ela se manteve insistente até o momento. A jovem chegou por trás, pulando em suas costas. Ele a pegou pelo braço, o virando e a derrubando no chão. Ele se abaixou, olhando em seus olhos.
— Vai ter que fazer melhor que isso. — Ele sorriu. Era incrível como ele não se cansava.
Ela o olhou de volta. Aquilo era um desafio, e ela não queria perder. Com sua telecinese ela o lançou para trás, e por pouco ele não se desequilibrou. Ela se levantou, e o viu ir pra cima dela novamente. Ela usou a telecinese ao seu favor mais uma vez, o fazendo voar por cima de si e caindo. Antes que ele se levantasse, ela ficou por cima dele, imobilizando seu braço.
— Espera, a gente podia usar nossos poderes? — Mina perguntou vendo o que Ochako fez.
— A gente nunca disse que não podia. — Monoma respondeu, rindo ao ver o resto do pessoal incrédulo por ter levado uma surra.
— Eu tô vendo isso mesmo? — Ochako se dispersou ao ouvir a voz de Bakugou que havia acabado de chegar da cafeteria. — Não acredito que deixou ela ganhar. Você não é de fazer isso, Kirishima. — Bakugou ria da derrota do namorado.
Ochako ficou sem graça de estar em cima do namorado de Bakugou bem na frente do mesmo. Ela rapidamente saiu de cima dele, o deixando levantar-se.
— Eu não deixei ela ganhar. Ela que foi mais esperta. — Ochako se assustou com a mão de Kirishima em seu ombro. — Mas da próxima vez não vai ser tão fácil assim, já vou avisando.
— Pelo jeito vocês não pegaram leve. — Bakugou concluiu, vendo o resto do pessoal encostado na árvore.
— Óbvio que não. Você me conhece, eu não sou de pegar leve com ninguém. — O ruivo falou, fazendo o namorado rir também. Ochako não sabia se também ria, pois estava nervosa em estar no meio dos dois mais uma vez.
— Enfim, o velho Torino falou pra eu trazer alguns bolinhos pra cá. Ele ficou sabendo do treinamento puxado de vocês. — Bakugou mostrou a sacola em sua mão.
— Opa! Eu ouvi bolinhos? — Lá de longe Denki pôde ouvir a conversa. O grito do loiro chamou a atenção dos outros que estavam tão famintos quanto ele.
A fome falou mais alto que o cansaço, e então todos se levantaram para comerem.
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Ao final do expediente, Shoto arrumou duas coisas para ir embora. Estava sem paciência pois teria que ver seu pai depois de muito tempo. Ele andava pela rua pisando forte. Por sorte o hotel era perto da estação, então de lá já iria direto para sua casa.
Ele olhou a mensagem que seu pai havia mandado mais cedo com o número de seu quarto. Ele entrou no hotel, indo para o elevador. O jovem batia o pé no chão enquanto esperava chegar no andar desejado. Só pensava no que seu pai tinha de tão importante para lhe contar. Esperava ser algo de fato importante, ou então o mandaria ir à merda.
A porta do elevador abriu. Shoto andou pelo corredor, à procura do quarto de seu pai. Quando viu o número na porta, foi até lá. Shoto iria bater na porta, mas percebeu que ela já estava entreaberta.
— Pai? — Ele abriu a porta, chamando por ele, porém não obteve resposta.
Na entrada havia uma pequena cozinha. Parecia ter sido usada recentemente, porém estava vazia. Pensou na possibilidade dele estar no banheiro, mas ao ver que a porta do banheiro estava aberta, e o mesmo estava vazio, estranhou o silêncio.
Foi então que, bem na porta do quarto, Shoto percebeu que havia uma poça de sangue. Aquilo não podia ser boa coisa. Ele andou depressa até o quarto, e foi quando ele se horrorizou com o que viu.
Shoto gritou de espanto e recuou para trás ao ver o corpo de seu pai caído no chão, coberto de sangue e com a garganta cortada.
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Season of the Witch
FanfictionA vida da jovem Ochako muda completamente após a mesma descobrir que é uma bruxa. Passaria a viver uma nova vida, em outro lugar, com pessoas iguais a si. Porém, têm sido feitos misteriosos ataques com as da sua espécie. Para garantirem sua sobreviv...