Capítulo 30

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| Quebra de tempo |

| Nataniel narrando |

Começava a amanhecer. Eu estava em um sono gostoso e sentia que tinha pelo menos mais 1 hora para aproveitar a cama, no entanto, me ligaram, o que fez meu telefone tocar e eu acordar.
A Amaya estava dormindo no meu peito. Ela estava adorável. E como eu sabia que a garota tinha um sono pesado, não me preocupei com a possibilidade de acordá-la atendendo o telefone:

- Pai, são 5:40 da manhã. O que você quer?
- Nataniel, é verdade que está processando a sua mãe? - ele diz em um tom furioso.
- É. - o que muitos não sabem é que dependendo com quem eu estou falando, posso ser rude com a pessoa quando acabo de acordar, é como se fosse o meu momento sem filtro.
- Filho, ela é sua mãe! Não acha que pegou pesado demais com essa medida extrema?
- Não, eu não acho e ELA NÃO É A MINHA MÃE! - eu falei um pouco alto, mas estava tudo bem, minha namorada não acordou.

Depois de desligar a ligação, permaneci mais alguns minutos deitado e me levantei com cuidado. Eu coloquei meu tênis, o cinto e desci para fazer o café da manhã de todos. Após o café da manhã estar pronto, me sentei e fiquei esperando até alguma coisa acontecer, assim como todos os dias em que dormi aqui.

| Arthur narrando |

Não sei como, mas hoje eu acordei cedo. São 6:05 da manhã e o Lucas ainda está dormindo.
Eu tinha prometido para a tia Marcela que ele estaria lá bem cedinho, então decidi cutucá-lo:

- Bom dia, Lulu! Você precisa acordar... - dei uma chacoalhada nele - Lucas, vamos levantar.
- Unh... Thur, só mais 5 minutos... - o menor reclamou.
- Não, não, não. Vamos, levanta! - me aproximei e beijei da sua boca até o seu pescoço.
- Thur... mais um pouquinho, estou com muito sono... - ele agarrou a minha mão e colocou na boca um dos meus dedos.
- A-acho que mais alguns minutinhos na cama não vão fazer tanta diferença. - fiquei extremamente corado com tal gesto.

| Amaya narrando |

Estava em um sono maravilhoso, mas ao me mover na cama não senti o Nataniel. Olhei para um lado, olhei para o outro... CADÊ MEU NAMORADO?! ELE JÁ FOI EMBORA?!
Levantei rapidamente e desci as escadas voando. Será que ele está aqui embaixo? Procurei ele na sala e não o vi, foi então que passei perto da porta da cozinha e lá estava ele sentado em uma das cadeiras da mesa:

- Bom dia, amor. Você me deu um susto! - falei aliviada.
- Bom dia, princesa. Achou que eu tivesse ido embora?
- Achei... - falei me sentando em seu colo.
- Você está melhor? Ainda está dolorida? - o menino me olhou preocupado.
- Com um pouquinho de dor nas costas, no entanto, estou bem.
- Vamos passar mais remédio depois. - ele beijou a parte traseira de meu pescoço.
- Certo. E dessa vez, prometo não reclamar tanto e deixar as coisas... difíceis para você...
- Oh, droga! Você percebeu que eu estava... Sinto muito... - ele falou um pouco vermelho.
- Não precisa se preocupar. Isso só mostra o quanto você está apaixonado por mim.
- Ainda bem que você pensa desta forma. Mas de todo modo, peço desculpas se te deixei desconfortável.
- Shhhh! Já disse que não é necessário se preocupar! - eu o beijei e ele retribuiu.

Sai de seu colo e nós ficamos na cozinha em silêncio até que decidi falar uma coisa que estava na minha cabeça:

- O que está te incomodando? - olhei em seus olhos.
- É só o... meu pai. - ele falou chateado.
- Estou ouvindo.
- A Naila recebeu a notificação do processo hoje e se queixou para o Roberto...
- Então?
- Por incrível que pareça, mesmo depois de todo aquele discurso de "eu estou do seu lado", ele decidiu dar ouvidos para ela.
- Nate, eu...
- Tá tudo bem... - ele só me abraçou e colocou a cabeça no meu ombro - Você está com fome?
- Estou...
- Eu fiz ovo frito, com bacon e torrada.
- Obrigada, Nataniel! - eu agradeci após o mesmo me dar um prato com comida - Você não vai comer?
- Não estou com fome.

Amaya Mells, a guerreira do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora