Capítulo 31

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| Amaya narrando |

| O conto dos guardiões |

Há muito tempo, existia um segundo plano da nossa realidade. Ele era conhecido como "O mundo espiritual".
Por mais que o nome pareça e lembre ter envolvimento com fantasmas, mortos e almas penadas, esse pensamento é terrivelmente equivocado. O lugar é chamado por tal nome pelo simples fato de que é onde indivíduos com auras fortes residem.
Estas pessoas tinham os dons de manipular alguns elementos da natureza, no entanto, existia um grupo que supera qualquer abençoado com os dons. A equipe foi escolhida depois de um grande desastre com a magia pela própria natureza para manter o equilíbrio não só deste lugar, mas do nosso mundo também. Os moradores do mundo espiritual os intitularam de "Os guardiões do equilíbrio".
Fogo, água, terra, ar e o tempo são os elementos escolhidos para os membros desta turma.

| A primeira geração dos guardiões |

| Dália narrando |

- Essa última batalha foi difícil! - eu disse.
- Concordo! Nem sei o porquê a natureza nos escolheu... - falou Arya, a guardiã dos ventos.
- É porque fomos corajosos o suficiente para interferir nos planos do Arquimedes, o ex-mago real. - Avani, a guardiã do solo comentou.
- Vocês sabem que fomos escolhidos pelos nossos bons corações e forte determinação, certo? - Morgana, a guardiã da água se juntou a nós.
- Não importa o motivo pelo qual fomos escolhidos. Nós estamos aqui, não estamos? Então esqueçam o passado e foquem no agora! Precisamos nos preparar para a próxima missão. - Yan, o guardião da chamas destacou enquanto colocava sua mão no meu ombro.
- Sobre isso... A nossa próxima missão será uma escolta... - informei-os da tarefa que vinha a seguir.
- Escolta?! - todas menos Yan reclamaram.
- São ordens da minha mãe... quero dizer... da rainha! - lhes contei de quem foram as ordens.
- Tinha que ser... - Arya resmungou - A rainha detesta ver a filhinha dela em perigo!
- Arya, tenha respeito! Eu não pedi para nascer filha da rainha de uma nação!
- Que pena que nasceu, Dália. - por que as pessoas que não devem aparecer sempre aparecem quando falamos delas?
- Mãe?!
- Rainha Celeste?! - todos, exceto eu, se curvaram.
- Venha, Dália. Querendo ou não, você é uma princesa e tem deveres a serem cumpridos.
- "Deveres"? Como assim deveres? - a questionei porque pelo que me lembrava já tinha feito minhas tarefas.
- Você recebeu uma proposta de casamento.
- O quê?! - Yan se engasgou com a saliva.
- Não vou me casar!
- Sim, você vai! - ela disse com uma carranca em sua face.
- Não vou me casar com alguém que não tenho sentimentos! - decretei.
- Dália, isso não é algo discutível. Eu aceitei o pedido.
- Por que fez isso? Essa é a minha vida!
- Fiz isso para o bem do nosso povo. Esse matrimônio será a ponte para a trégua com o reino do príncipe Mayron.
- NÃO VOU ME CASAR COM ESSE PRÍNCIPE ARROGANTE E SUJO! - gritei com ódio nos olhos e me teletransportei para o meu quarto.

| Yan narrando |

Foi um choque receber tal notícia. Não quero que isso aconteça, afinal eu a amo:

- Por que ela é tão teimosa? - a rainha celeste saiu batendo seus pés com muita força.
- Tenso... - Morgana sussurrou.
- E-eu vou atrás dela... - disse saindo rapidamente do nosso quartel general (na verdade, era uma sala vazia no palácio, mas gostamos de chamar assim).

Passei correndo pelos corredores do enorme palácio e subi lances e mais lances de escada. Quando cheguei ao quarto de Dália, bati naquela gigante porta:

- Vá embora! - ela gritou.
- Dália, sou eu, o Yan. - disse gentilmente.
- Tudo bem, entre... - entrei e fechei a porta devagar.
- YAN! - ela se jogou em meus braços chorando - E-eu n-não quero m-me casar com esses príncipes arrogantes! Eu q-quero você!
- Vamos dar um jeito, prometo! - ela pousou as mãos em meu pescoço e eu a peguei no colo - Você se trocou? Este vestido é muito bonito!
- Eu gosto do branco... é a cor que representa a paz... - Dália disse parando de chorar e começando a ficar com um rubor em suas bochechas - Você vai ficar um pouco comigo?
- V-vou... - gaguejei no exato momento que senti seu rosto em meu pescoço - O que v-você está f-fazendo?
- Você fez meu rosto ficar vermelho, agora, pague o preço... Deixe com que eu o esconda aqui!
- Como quiser, guerreira do tempo.
- Ei! Não me chame assim! - ela fez uma expressão brava e riu.

Amaya Mells, a guerreira do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora