18 ❀ as estatísticas de um natal quase desastroso

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D U P L E X 1.8
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— Não quer mais ir patinar?

— Tá muito frio, pai.

Jeongguk se ajeitou embaixo do lençol da cama de Soobin, o puxou para seu colo e o deitou em seu peito. Os dedos tatuados deslizaram pela maciez dos fios escuros esparramados para todos os lados. Tocou o nariz no topo da cabeça dele, aspirou o cheirinho gostoso que o shampoo de Soobin tinha e o apertou um pouco mais, aproveitando o máximo que podia de seu filho enquanto ele ainda cabia dentro de seus braços e enquanto ele ainda queria estar dentro de seus braços.

— Hoje é Natal, filho.

Do lado de fora, uma manhã gelada se formava por toda a cidade, apesar de ainda não estar nevando. Demorava para a neve cair em Seul e às vezes ela sequer caía. Jeongguk achava e esperava que naquele ano não tivesse neve, porque Soobin odiava o inverno. Ele tremia o tempo inteiro e seus dedos ficavam roxos quando não usava luvas para sair. Soobin também odiava luvas porque seus dedos eram pequenos e a luva os tornava ainda menores, o que fazia com que Soobin tivesse dificuldade para pegar nas coisas quando estava fora de casa, por causa disso ele odiava sair no inverno, até mesmo enrolava na cama para ir a escola. Jeongguk tinha ajeitado o aquecedor no início do outono, mas ainda parecia não funcionar direito, porque precisavam dar batidinhas nele para o ar quente sair com mais força. Então tudo isso fazia com que Soobin odiasse o inverno e uma parte do outono quando o frio começava a se tornar um empecilho para quase tudo que gostava de fazer durante o verão e a primavera. A única coisa boa que acontecia no mês de Dezembro e que Soobin verdadeiramente amava era seu aniversário e ele já havia passado, então não havia mais nada que ele gostasse naquela época do ano que não fosse ficar deitado em sua cama resmungando para Jeongguk deixá-lo dormir um pouco mais — até o inverno acabar.

— O Natal é só uma invenção do capitalismo pra vender brinquedos com preço caro.

Jeongguk soltou um risinho incrédulo, não se surpreendia mais com as coisas que Soobin falava.

— Onde você viu isso? — ele deslizou os dedos pela bochecha de Soobin, elas estavam geladas e vermelhas por causa do frio, assim como a ponta do nariz que tocava perto de seu queixo.

— No jornal do meu vô.

— Ah, claro, tinha que ser — riu, um risinho baixo que fez Soobin rir também. — Vou proibir meu pai de ler esses jornais perto de você.

Ainda era muito cedo, por volta das sete e meia da manhã, quando Jeongguk acordou sem sentir Soobin em cima dele como sempre, então resolveu ir até seu quarto para ver se estava tudo bem. Ele estava deitado, enrolado no cobertor até a cabeça, mas estava acordado, e Jeongguk não resistiu à vontade de se aconchegar com ele um pouco.

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