19 ❀ polígonos de um museu

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D U P L E X 1.9
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Taehyung se enrolou no casaco quando uma rajada de vento bateu contra seu corpo, as mãos geladas escondidas dentro de uma luva de lã, os lábios soprando aquela fumaça quase transparente para fora toda vez que respirava. O inverno tinha finalmente dado as caras em Janeiro e a neve branca e macia tomava conta das ruas de Seul. Ele não queria sair naquele frio, pelo menos não numa manhã de sábado que poderia estar deitado embaixo das cobertas abraçando Jeongguk e sentindo o cheiro de baunilha que o ômega dele possuía. Deixou-o dormindo sereno em sua cama, os cabelos bonitos e grandes espalhados no travesseiro, as tatuagens escapando pelas bordas da camisa de algodão. Jeongguk parecia um anjo dormindo, toda a marra que possuía tornando-se inexistente e deixá-lo fora uma tarefa muito difícil. Só que o que precisava fazer era importante, tinha a ver com o futuro de Yeonjun e ele sempre viria em primeiro lugar nas decisões de Taehyung.

Abriu a porta de uma cafeteria em Gangnam-gu, uma que ele gostava de frequentar no inverno, porque além de café (aquela bebida amarga que ele odiava), eles serviam um chá de Gengibre e Canela que esquentava todo seu corpo, de dentro para fora, e deixava-o extremamente relaxado. O sininho em cima da porta tocou, ele serviu para chamar atenção de algumas pessoas ao redor, mas o rosto que ele, infelizmente, iria encontrar, estava imóvel observando o movimento pacato das ruas pela vitrine que se estendia por toda a parede do estabelecimento.

Taehyung puxou uma longa respiração e caminhou até a última mesa.

— Chegou faz muito tempo?

— Não — Youngjae respondeu, sem tirar os olhos da rua. Tinha uma xícara de café vazia na frente dele e isso significava que estava mentindo, mas Taehyung não se importava, de qualquer forma. — Deve fazer uns cinco minutos. Seja rápido, tenho coisas para fazer.

Taehyung tinha uma bolsa de couro marrom pendurada lateralmente no peito. Enfiou uma mão lá dentro e tirou alguns papéis unidos por clipes. Arrastou-os pela mesa, finalmente chamando a atenção de Youngjae.

— O que é isso?

— Quero que assine esses papéis — olhou-o com amargura escancarada, ainda irritado pela falta de cuidado que Youngjae teve com Yeonjun. Por causa dele, seu filhote passara praticamente uma noite inteira e mais algumas horas numa cama de hospital, cheio de pintinhas vermelhas. Só de lembrar, seu estômago embrulhava inteiro. — São sobre a guarda do meu filho.

— Está tirando parte da guarda do Yeonjun de mim?

Youngjae batucou na mesa com a ponta dos dedos. A pergunta dele não soou irritada, nem ofendida, nem nada que parecia ser negativo. Na verdade, Taehyung enxergou um alívio primitivo correndo de uma íris à outra, uma que nenhum pai deveria estar sentindo em relação a perder a guarda do filho.

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