Mariana e Carlos, ao verem a filha ali arregalaram os olhos. Eles não sabiam que ela iria aparecer, pensavam que estava na escola como Leandro, e, Alef não havia dormido em casa. Tainá estava enfurecida, seus olhos estavam vermelhos de raiva.
- Porque não está na escola?- Carlos perguntou irritado.
- Não mude o assunto, eu quero saber que palhaçada é essa? Está tudo nas caixas, os armários estão vazios, a televisão não está na sala, não tem tapete.- Disse se aproximando.- Vocês iam fazer a mudança sem a gente saber?
- Não é isso, filha.- Mariana disse tentando acalmar.- Nós achamos que seria menos doloroso pra vocês chegarem e já estar tudo pronto.
- Uau...- Riu debochada.- É sim, MUITO menos doloroso! São ótimos pais mesmo.- Bateu palmas.- Eu falei ontem que eu NÃO iria viajar e eu não vou. Estão me entendendo?
- Você não se manda, Tainá Costa!- Carlos falou.- Sua tia teve uma recaída e precisamos nos mudar com
urgência.
- FODA-SE A TIA GEOVANA!- Gritou bem alto.- FODA-SE ELA! Eu me nego a ir.
- Vai morar embaixo da ponte?- Carlos falou rindo.- Não tem nada que você possa fazer, hoje mais cedo comprei a casa ao lado da dela, já vimos escola para você e o Leandro, tem uma em nosso novo bairro.E agora? Merda, merda, merda!
Tainá não sabia o que fazer, ela não queria ir embora e deixar a Lara, muito menos deixar suas amigas. Não queria uma vida nova, com pessoas diferentes em um lugar completamente diferente. Uma idéia, um pouco louca, surgiu em sua cabeça e sem falar nada, saiu do quarto de seus pais e bateu à porta bem forte, desceu a escada com a idéia em mente, mesmo achando que era algo um pouco invasivo, mas precisava daquilo. Ela saiu de casa e caminhou até a casa dos sogros, bateu na porta mais uma vez e Karla abriu.
- Tainá, o que foi?- Perguntou a pegando pela mão, puxando pra dentro de casa.- Que cara é essa?
- Eu posso conversar com você e o Miguel?- Perguntou um tanto quanto envergonhada, a mulher não entendeu o porque daquela expressão mas apenas assentiu.Tainá estava receosa com o que ia pedir, estava com medo de levar um "não", mas era sua única opção. Ela sentou no sofá e ficou esperando até os dois chegarem.
- Pode dizer, Tainá.- Miguel disse sentando ao lado dela e Karla sentou no outro lado.
A morena respirou fundo e os dois trocaram um pequeno olhar confuso.
- Eu estive aqui agora pouco e quando cheguei em casa meus pais estavam encaixotando as coisas.- Karla franziu o cenho, mas deixou ela continuar falando.- Minha tia está doente e eles querem mudar de cidade, não é tão longe daqui mas continua sendo longe e eu não quero ir embora...- Seus olhos começaram a marejar.- Não quero deixar a Lara, nem vocês, nem minhas amigas e meus pais não respei.....
- More com a gente.- Miguel a interrompeu.- Iriamos adorar você aqui.
- Você já é como uma terceira filha pra mim.- Karla disse sorrindo. Morando aqui eu iria amar. Lara então...- Riu.- Vai surtar com a idéia.- Miguel riu concordado.Foi muito mais fácil do que Tainá pensou, ela achava que não iriam a querer morando com eles, mas um sorriso surpreso e animado surgiu em seus lábios ao ouvir aquilo.
- Vocês tem certeza? Sabe, eu não trabalho, mas eu vou achar um emprego e ajudar vo...
- Não!- Karla quase gritou.- Não precisa disso, é sério. Ter você com a gente vai ser maravilhoso e pode ficar o quanto quiser, o tempo que precisar.
- Eu amo vocês.- Disse quase chorando, abraçando os dois.- Eu nunca pensei que amaria tanto assim meus sogros.
- Nós também te amamos.- Miguel disse sorrindo durante o abraço. Temos um quarto de hóspedes, mas agora ele é seu.
- A Lara vai amar isso.- Falou pensativo.- Nem sei o que ela vai dizer.
- Agora iremos nos ver todos os dias.- A morena disse sorrindo só de pensar.- Precisamos falar com meus pais antes.
- Vamos lá então.- Miguel levantou rápido.- E quero olhar bem na cara daquele seu pai idiota.
- Miguel, menos...- Karla o repreendeu, fazendo Tainá rir.
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Trust me / tailara
Roman d'amourLarissa Albuquerque entra em depressão profunda depois de perder seu irmão gêmeo em um acidente de carro. Não fala , não sai de casa , não quer comer e não quer viver há sete meses. Os pais da garota não sabem mais o que fazer. Depois de tantos psi...